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Huawei diz que restrição dos EUA prejudicará operações em 170 países

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A Huawei Technologies disse nesta segunda-feira que a decisão do governo do presidente Donald Trump de impedi-la de acessar semicondutores que usam tecnologia americana prejudicará sua capacidade de manter redes de telecomunicações em todo o mundo e lançar a tecnologia da próxima geração.

A regra anunciada na sexta-feira pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos impede fabricantes de chips estrangeiros que usem softwares e outras tecnologias americanas de enviarem produtos para a Huawei sem uma licença especial. A medida visa desconectar a Huawei de empresas que fabricam chips usados nas estações base e servidores de celular da Huawei, além de seus próprios smartphones.

Chamando a decisão de “arbitrária e perniciosa”, a Huawei disse em comunicado divulgado nesta segunda-feira que a regra “afetará a expansão, manutenção e operações contínuas de redes no valor de centenas de bilhões de dólares que lançamos em mais de 170 países”.

Em uma entrevista coletiva que abriu a reunião anual de analistas da Huawei em Shenzhen, o presidente Guo Ping disse que a empresa ainda está avaliando o impacto total da nova regra, mas que ela inevitavelmente afetaria suas operações. “Os EUA persistem em atacar a Huawei, mas o que isso trará ao mundo?”, questionou.

A restrição foi anunciada exatamente um ano depois de o governo americano impedir a Huawei de comprar de uma variedade de fornecedores americanos, como o Google e Alphabet.

A nova regra é vista como potencialmente mais prejudicial para a Huawei, pois visa diretamente a capacidade de a empresa comprar chips que ela próprio projetou, uma vez que a fabricação desses chips normalmente requer a tecnologia americana. A regra é a mais recente de uma série de outras apontadas pelo governo Trump, que acusa a empresa chinesa de ser uma ameaça à segurança cibernética e de roubar segredos corporativos, alegações que a Huawei nega veementemente.

Guo disse nesta segunda-feira que a empresa comprou tecnologia no valor total de US$ 18,7 bilhões de fornecedores norte-americanos em 2019. Após a listagem de entidades do ano passado, alguns fornecedores dos EUA continuaram fornecendo componentes fabricados no exterior, contornando efetivamente a proibição.

A Huawei também investiu em sua própria tecnologia para lidar com a mudança, incluindo a aceleração do trabalho em seus próprios chips e a reformulação de vários produtos. A companhia fabrica semicondutores principalmente para os próprios smartphones da empresa e equipamentos de rede celular.

“Tais investimentos permitiram à Huawei sobreviver na lista de entidades” [banidas], disse Guo. “Nosso negócio não foi interrompido.”

Analistas dizem que os mais recentes semicondutores da Huawei são comparáveis em tamanho e potência aos fabricados por rivais ocidentais, mas não podem ser fabricados facilmente sem o uso da tecnologia desenvolvida nos EUA.

Por Dow Jones Newswires

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