A norte-americana GE liderou a instalação de novas turbinas eólicas no Brasil em 2019, seguida pela Siemens-Gamesa e pela fabricante local WEG (BOV:WEGE3), de acordo com relatório da consultoria Wood Mackenzie divulgado nesta segunda-feira.
Enquanto a GE manteve a posição de líder no Brasil, ao ver a participação no mercado atingir 55,8%, ante 30,9% em 2018, a dinamarquesa Vestas caiu da segunda posição para o quinto posto, com apenas 2,8% das turbinas instaladas no país em 2019, contra 19,1% no ano anterior.
Já a WEG viu sua participação no mercado brasileiro de equipamentos eólicos crescer para 16,6%, contra 12,7% no ano anterior, enquanto a Siemens Gamesa passou de 12,5% para 17,4% das máquinas montadas no ano.
Em 2018, WEG e Siemens Gamesa haviam ficado em quarto e quinto lugar no ranking brasileiro, respectivamente.
Os números, no entanto, ainda não levam em consideração as vendas de novas e mais potentes linhas de equipamentos lançadas pela maior parte das fabricantes no Brasil em 2018 e 2019, destacou a Wood Mackenzie.
“A última geração de tecnologias de turbinas capturou uma fatia maior em novos pedidos fechados no Brasil, enquanto os dados sobre instalações em 2019 têm como base tecnologias da geração anterior. A instalação (dos equipamentos) da última geração tecnológica começará a acontecer a partir de 2020/21”, disse à Reuters o analista Shashi Barla, autor do relatório.
A defasagem deve-se devido à demora entre a negociação e fechamento de contratos e a implementação de fato das usinas eólicas.
Além das três primeiras colocadas, destacam-se na lista da Wood Mackenzie o grupo alemão Nordex na quarta posição, com 4,9% das máquinas, e a também alemã Enercon, na lanterna, sem participação expressiva no ano passado (0%).
Em 2018, a Enercon havia sido a vice-líder do mercado no Brasil, com 17% das turbinas instaladas, contra 7,8% da Nordex, que ficou naquele ano com a última colocação.
As mudanças no ranking de fabricantes vieram em meio a uma desaceleração no ritmo de construção de parques eólicos no Brasil –o país instalou no total 1,1 gigawatt em novas turbinas da fonte no ano passado, abaixo do 1,8 gigawatt registrado em 2018, segundo a Wood Mackenzie.
“A América Latina, excluindo o Brasil, cresceu de uma capacidade (eólica) conectada à rede de 1,5 gigawatt em 2018 para 3,6 gigawatts em 2019. Então a capacidade na América Latina cresceu, enquanto recuou no Brasil”, disse Barla à Reuters, em nota.
Cenário global
No mercado global, as instalações de turbinas eólicas em 2019 foram dominadas pela dinamarquesa Vestas, que manteve a liderança já vista em 2018.
Já a Siemens Gamesa e a GE avançaram uma posição cada, para segunda e terceira colocações no ranking, em meio a um recuo da chinesa Goldwind, que de více-líder em 2018 encerrou na quarta posição em 2018.
A Vestas teve mais de 50% de suas instalações nas Américas, com destaque para os mercados norte-americano, mexicano e argentino.
A Siemens Gamesa avançou principalmente no mercado offshore do Reino Unido e com parques em terra nos EUA e Espanha, enquanto a GE conectou projetos em 24 países, incluindo estreias na Grécia, Omã e Chile, entre outros, segundo a Wood Mackenzie.