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FMI amplia previsão de tombo no PIB brasileiro de -5,3% para -9,1% em 2020

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O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu a previsão de crescimento para a economia brasileira de -5,3% para -9,1% em 2020. A expectativa difere da projeção de retração de 6,5% do último Boletim Focus do Banco Central.

Se confirmado, seria o pior resultado da série história que começou em 1900. Mas para 2021 a projeção de crescimento do FMI para o Brasil aumentou a 3,6%, de 2,9% no relatório anterior.

O Fundo não detalhou os motivos que levaram à piora nas perspectivas para a economia brasileira, citando apenas as dificuldades que alguns países da América Latina ainda têm para controlar a pandemia de covid-19.

Para o grupo de mercados emergentes e em desenvolvimento, o FMI prevê retração de 3% em 2020, 2 pontos percentuais pior que a estimativa do relatório de abril, passando a um crescimento de 5,9% em 2021, refletindo em grande parte a recuperação prevista para a China (+8,2%).

Excluindo a China, as taxas para o grupo seriam de queda de 5,0% em 2020 e crescimento de 4,7% em 2021, de acordo com o FMI.

O cenário para o Brasil fica mais em linha ao de América Latina e Caribe, com recessão de 9,4% em 2020 e expansão de 3,7% em 2021. Ainda pior que o Brasil, o México deve registrar contração de 10,5% em 2020, antes de expansão de 3,3% em 2021, prevê o FMI.

O FMI explicou que, de forma geral, a pandemia de Covid-19 teve impacto mais negativo sobre a atividade no primeiro semestre de 2020 do que o esperado e que a recuperação deve ser mais gradual do que se projetava antes.

“Existe um grau mais alto do que o normal de incerteza em torno dessa projeção”, disse o FMI.

Na terça-feira, o Banco Central do Brasil avaliou que a atividade econômica brasileira atingiu o fundo do poço em abril e ressaltou que seu cenário básico considera queda forte do Produto Interno Bruto (PIB) em todo o primeiro semestre.

A nova projeção do BC para o PIB deste ano sairá na quinta-feira, no Relatório Trimestral de Inflação (RTI). Dados do BC mostram que a economia brasileira iniciou o segundo trimestre com queda de 9,73% em abril sobre o mês anterior.

O Ministério da Economia ainda projeta contração do PIB em 2020 de 4,7%, dado que não foi revisado após a divulgação de que a economia encolheu 1,5% no primeiro trimestre deste ano sobre os três meses anteriores.

Na mais recente pesquisa Focus realizada pelo BC, o mercado prevê que a economia vai encolher 6,5% neste ano, expandindo 3,50% em 2021.

FISCAL

O FMI fez ainda avaliações sobre a resposta fiscal dos países à pandemia, destacando que nas economias emergentes ela foi estimada em 5% do PIB, “considerável, mas menos do que em economias avançadas”.

Para o Brasil, o FMI prevê um déficit fiscal de 16% do PIB em 2020 e de 5,9% em 2021, com a dívida bruta alcançando 102,3% do PIB neste ano e 100,6% no próximo.

De acordo com o FMI, a métrica para a dívida bruta brasileira se refere ao setor público não-financeiro, excluindo Eletrobras e Petrobras, e inclui dívida soberana detida pelo banco central.

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