André Brandão aceitou convite do Planalto para presidir o Banco do Brasil (BOV:BBAS3), segundo informou o G1 e a Reuters. Brandão é o atual presidente do banco HSBC no Brasil.
Oficializada a notícia, o executivo vai substituir Rubem Novaes, que deixou o cargo na semana passada.
Novaes pediu demissão em meio a um desgaste e também por causa da pressão de dirigir o banco. Apesar de ser um nome com o aval do ministro da Economia, Paulo Guedes, o executivo era também ligado ao “guru” Olavo de Carvalho, que tem criado polêmicas e atrapalhado a pauta do governo no Congresso. Além disso, o desempenho do BB na área de crédito também seria insatisfatória.
Brandão ingressou no Grupo HSBC em 1999, na área de renda fixa, vendas e câmbio. Também atuou como diretor da área de mercado do banco para toda a América Latina, antes de chegar à presidência, em 2012.
Segundo a fonte, Brandão já teria aceito o convite. “Ele tem um perfil ‘a lá’ Roberto Campos Neto. É jovem e tem uma cabeça pronta para dinamizar, modernizar e digitalizar o banco”, afirmou a fonte, em referência ao presidente do Banco Central.
“Além disso, é um banqueiro experiente, competente, técnico, discreto e apolítico”, acrescentou o interlocutor.
Segundo o Estadão, A ala “pragmática” do governo obteve uma vitória com a indicação de André Brandão, executivo atualmente no HSBC, para a presidência do Banco do Brasil.
Venda de ativos
Embora seja mais conhecido pelo trabalho em banco de investimento do que no segmento de varejo, o escolhido para presidir o Banco do Brasil, André Brandão, segundo fontes do setor financeiro, poderia agilizar a agenda de venda de ativos do BB. Essa é uma das agendas prioritárias para a equipe econômica.
“Brandão é o verdadeiro ‘lorde inglês’. Tem experiência em atacado e pode ajudar na venda de ativos. Também tem postura para lidar com grandes clientes e receber investidores”, disse um banqueiro, na condição de anonimato.
Em relação à venda de ativos do BB, algumas agendas já andaram, como a venda de ações de IRB Brasil Re e Neoenergia, o início da parceria com o UBS em banco de investimento e a abertura de capital do BV (ex-Banco Votorantim). Mesmo assim, a gestão de Novaes teria deixado a desejar nesse quesito – além de ter sido “atropelada” pela pandemia de coronavírus.
Neste domingo, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que Brandão, “a princípio” é o novo comandante do BB. “Vou falar com Guedes amanhã. Tenho total confiança no Paulo Guedes. A escolha é dele, ele é que sabe como deve funcionar o Banco do Brasil”.
Outros temas
Brandão também pode ajudar nas conversas com o Bradesco, que tem uma série de sociedades com o BB, pois participou da venda do HSBC ao banco.
A Cielo deu o primeiro prejuízo trimestral de sua história no início deste ano, impactada pela pandemia e pela pressão concorrencial.
O BB, assim como seus rivais, também sofre pressão em relação à evolução tecnológica que está transformando o setor com a chegada de fintechs.
Visão do mercado
Para o Itaú BBA, indicação deve ser vista como positiva dada a experiência do executivo, que tem
currículo capaz de contribuir para banco avançar em vendas de negócios fora do principal, além de poder agregar um toque de preocupação com questões ESG.