As chances de a Grã-Bretanha deixar a União Europeia sem um acordo comercial aumentaram drasticamente nos últimos três meses, de acordo com grandes bancos de investimento, muitos dos quais agora vêem a probabilidade de tal resultado em 50% ou mais.
A Grã-Bretanha deixou a UE em janeiro, mas atualmente está em um período de transição do status quo, que termina em 31 de dezembro, independentemente de um acordo ter sido fechado ou não. Na segunda-feira, os dois lados iniciaram uma semana decisiva de negociações, com um diplomata observando uma melhora na “música ambiente”.
Mas todos os seis bancos que participaram de uma pesquisa da Reuters em junho estão mais pessimistas, com a maioria citando a legislação do Reino Unido que violaria partes do acordo de retirada assinado com a UE em janeiro.
A mudança atraiu ameaças de ações judiciais da UE.
A reavaliação mais dramática foi feita pelo Société Générale, que disse que a lei “prejudicou gravemente” a confiança. A probabilidade de não acordo agora é de 80%, de acordo com o banco, que atribuiu 17% de chance em junho.
O Commerzbank da Alemanha, por sua vez, coloca a probabilidade de não negociação em um pouco abaixo de 50%, contra 10% em junho, um cenário que o estrategista Thu Lan Nguyen avisa que pode atingir a libra forte, possivelmente resultando na depreciação de “algo em torno de 10%”.
A moeda caiu cerca de 5% este mês, mas com três meses ainda antes que o período de transição expire, os mercados de opções estão precificando mais volatilidade à frente.
O ING agora acredita que o risco de nenhum negócio é de 50%, contra 40% três meses atrás. Apenas uma pequena proporção desse prêmio de risco é precificada em libras esterlinas, de acordo com o economista James Smith, que vê a moeda possivelmente caminhando para a paridade em relação ao euro.
Fonte Reuters