A empresa de cana-de-açúcar, etanol e bioenergia Biosev (BOV:BSEV3) registrou prejuízo líquido de 280,8 milhões de reais no primeiro trimestre da temporada 2020/21, ante perda de 163,7 milhões de reais em igual período do ano anterior, em resultado impactado principalmente pela variação cambial, com a empresa lidando com elevado endividamento em dólar.
Nesta quinta-feira, a Biosev também informou que os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda ajustado) atingiram 321 milhões de reais no trimestre, alta de 10% em comparação anual, em meio a uma disparada no faturamento diante de bons resultados obtidos com o açúcar e nas lavouras.
“Esses resultados se devem às melhorias na qualidade do nosso canavial, nos tratos culturais e eficiência operacional”, disse o presidente da companhia Juan José Blanchard.
Ele ainda ressaltou recordes para o período na qualidade da matéria-prima, medida pelo Açúcar Total Recuperável (ATR) de 129 quilos por tonelada de cana, além de um aumento de 2,9% na produtividade média dos canaviais, para 94,5 toneladas por hectare.
A receita líquida da empresa, uma das maiores do setor no Brasil, chegou a 2,7 bilhões de reais no período, superando em 53,4% o montante de mesmo momento do ano passado, impulsionada especialmente pela comercialização de maiores volumes de açúcar no mercado externo e pelo maior volume de moagem.
A Biosev afirmou na semana passada que mantém negociações iniciais para possível venda de suas operações para a Raízen Energia.
“As nossas conversas com Raízen são preliminares e não temos nada vinculante assinado”, completou o CEO.
O diretor financeiro da Biosev, Leonardo Oliveira D’Elia, admitiu que a companhia tem um nível de alavancagem alto, mas a única forma de “endereçar esse ponto é com as entregas operacionais”.
“Elas são muito fortes e vão pavimentar o caminho para a redução da alavancagem”, afirmou, evitando vincular uma solução para a dívida com eventual acordo com a Raízen.