Os credores da operadora de telecomunicações Oi (BOV:OIBR3) (BOV:OIBR4) aprovaram na noite desta terça-feira (8) em assembleia alterações no plano de recuperação judicial da empresa, que permitirão a venda de alguns de seus ativos, conforme comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Após assembleia que durou cerca de 12 horas, a proposta foi aprovada por 99,86% dos credores trabalhistas e 100% do credor com garantia real, o BNDES. A aprovação dos credores sem garantia real foi de 96,84%.
O plano prevê o fatiamento das operações e a venda de ativos, entre eles a telefonia móvel, que ficará com as concorrentes TIM (BOV:TIMP3), Vivo (BOV:VIVT4) e Claro.
A Oi, que entrou com pedido de recuperação judicial em 2016, irá tentar vender uma série de ativos para levantar fundos e reembolsar os credores. O principal ativo são as redes móveis, que já receberam proposta vinculante de R$ 16,5 bilhões do consórcio formado pela Vivo, Claro e TIM, que terá status preferencial no futuro leilão.
Também estava prevista a venda de parte da rede de fibra óptica InfraCo, além de torres e data centers.
A assembleia da Oi aprovou oferta da Piemonte pela operação dos data centers.
O objetivo da Oi é se tornar uma empresa de infraestrutura e investir na oferta de fibra ótica para serviços de banda larga e redes neutras de internet móvel 4G e 5G.
Na reestruturação a companhia pretende levantar R$ 27 bilhões, o que deve ajudar a equacionar a dívida da empresa.
Bancos credores como Caixa, Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Santander estavam resistentes ao plano e chegaram a tentar impedir na justiça a realização da assembleia.
O motivo é que o aditamento ampliava os descontos no pagamento das dívidas.
De acordo com o BDM, durante a reunião, o presidente da Oi, Rodrigo Abreu, detalhou o novo projeto e afirmou que o objetivo é criar a maior empresa de infraestrutura de telecomunicações do país.
A Oi fez novo ajuste no plano e reduz deságio a credores para 55% a 50% (na proposta inicial era de 60% a 55%).
Em fato relevante publicado depois do final da assembleia, a Oi informa que o aditamento do plano será submetido à homologação na 7ª. Vara Empresarial do Rio de Janeiro, onde corre o processo.
A companhia afirmou também que a diretoria acredita que o aditamento aprovado atende a “todas as partes interessadas de forma equilibrada e garante a viabilidade operacional, maior flexibilidade e eficiência financeiras e a sustentabilidade das recuperandas”, com a execução do PRJ e do Plano Estratégico de Transformação, o reposicionamento da companhia e a criação de valor para todos os seus stakeholders.
Visão de mercado
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Segundo o analista de empresas, Luis Sales, o Impacto é Positivo. A aprovação do aditamento do plano de recuperação judicial da Oi já estava em sua estratégia de investimentos. Além disso, ele viabiliza a redução de sua dívida total de R$26,1 bilhões para R$9,7 bilhões.