O McDonald’s (BOV:MCDC34) (MCD) está sendo processado por um grupo de ex-franqueados negros que acusam o grupo de fast-food de obrigá-los a abandonar o negócio, ao colocá-los em locais que estavam destinados a fracassar e recusar a assistência que é dada a seus equivalentes brancos.
A matéria é do Financial Times.
Na ação judicial, movida em um tribunal federal em Illinois, cerca de 50 ex-franqueados alegaram que houve um “êxodo” de franqueados negros do sistema, pois o McDonald’s os colocava sistematicamente em bairros com altos índices de criminalidade e em restaurantes antiquados que precisavam de renovação.
“Essas alegações estão em total contradição com tudo o que defendemos como organização e como um parceiro de comunidades e proprietários de pequenas empresas em todo o mundo”, rebateu o McDonald’s, em um comunicado.
“Não apenas negamos categoricamente as acusações de que esses franqueados não conseguiram ter sucesso por causa de qualquer forma de discriminação por parte do McDonald’s, mas estamos confiantes de que os fatos mostrarão o quanto estamos comprometidos com a diversidade e a igualdade de oportunidades do sistema McDonald’s, aí incluídos nossos franqueados, fornecedores e funcionários.”
Segundo a ação judicial, o McDonald’s “direcionou” os franqueados negros para bairros degradados, com baixos volumes de vendas e altos custos, e não os ajudou quando eles encontraram dificuldades. O processo também alega que esses franqueados estavam sujeitos a padrões de inspeção mais rígidos.
As vendas médias anuais dos demandantes, de US$ 2 milhões, foram menores do que a média nacional do McDonald’s, de US$ 2,7 milhões, entre 2011 e 2016, acrescenta o processo.
Indenizações
As diferenças de desempenho foram “estatisticamente significativas” e resultado do “preconceito racial histórico e de barreiras construídas no sistema de franquia do McDonald’s”, alegam os demandantes. Eles querem indenizações por danos em um valor médio entre US$ 4 milhões e US$ 5 milhões por franquia.
O McDonald’s descreveu as acusações do processo como “muito imprecisas”. A empresa garantiu que, embora, às vezes, recomende locais para os restaurantes, a decisão cabia basicamente aos franqueados. A empresa argumentou que os envolvidos no processo judicial operavam restaurantes em “uma grande variedade de comunidades por todo o país”.
Também classificou de “categoricamente falsas” as acusações de que o McDonald’s avaliava os franqueados negros de maneira diferente ou lhes oferecia condições financeiras diferentes das de outros franqueados.
A empresa alegou que a “representação geral de operadores negros no sistema McDonald’s” permanecia “praticamente inalterada” e o fluxo de caixa em restaurantes administrados por operadores negros estava melhorando.
O McDonald’s alega que Easterbrook escondeu da empresa evidências de várias relações sexuais com funcionários. Os advogados de Easterbrook pediram ao tribunal que encerre o caso por falta de mérito do processo.
O sucessor de Easterbrook como executivo-chefe, Chris Kempczinski, tem enfatizado os valores do McDonald’s e buscado tornar o negócio mais inclusivo.