A Saraiva (BOV:SLED4), que já foi a maior rede de livrarias do país, propõe encolher ainda mais para tentar sobreviver. A empresa centenária submete aos credores nesta quarta-feira, 9, alterações ao plano de recuperação judicial: o objetivo é se desfazer de até 44 das 57 lojas remanescentes e fazer uso do dinheiro para abater parte das dívidas de 595 milhões de reais.
Há dois anos, antes de ver a crise se agravar e entrar com o pedido de recuperação judicial, a Saraiva tinha mais de cem lojas no país.
Há dúvidas sobre se os credores estarão dispostos a aprovar o plano. É um grupo formado por shoppings, editoras e, do lado financeiro, o Banco do Brasil. A proposta prevê a hipótese de os credores assumirem as lojas, o que é igualmente incerto.
A companhia teve a recuperação judicial homologada há pouco mais de um ano. Mas não conseguiu cumprir com o plano, que já era considerado muito prejudicial aos credores por prever o pagamento de apenas 5% da dívida ao longo de 15 anos. Os demais 95% viriam na forma de debêntures emitidas no 16º ano depois da homologação do plano.
A pandemia do novo coronavírus, que chegou a levar ao fechamento de todas as lojas físicas da Saraiva em março e abril, interrompeu qualquer perspectiva de cumprimento do plano. No segundo trimestre, as receitas brutas caíram 83% na comparação com o mesmo período de 2019, para 28 milhões de reais. A operação online não evitou a queda.