A Hypera Pharma registrou lucro líquido atribuível aos acionistas de R$ 345,6 milhões no terceiro trimestre, o que representa alta de 29,37% ante os R$ 267,2 milhões registrados no mesmo período do ano passado.
Os resultados da Hypera (BOV:HYPE3) referente a suas operações do terceiro trimestre de 2020, foram divulgados no dia 23/10/2020.
A retomada do número de consultas médicas o aumento do fluxo de pessoas nos pontos de venda, contribuíram para o crescimento de 7,5% do sell-out da Hypera Pharma.
A companhia apresentou uma sólida recuperação em suas operações após os impactos mais profundos da pandemia de coronavírus, ocorrido no segundo trimestre de 2020.
No 3t20, a companhia investiu R$ 93,2 milhões, cerca de 8,6% em pesquisa e desenvolvimento.
A companhia também afirmou que genéricos em produtos de prescrição e nas categorias de vitaminas, suplementos e nutricionais mostraram recuperação em relação ao trimestre anterior, refletindo a gradual flexibilização das medidas de isolamento social.
Mas algumas categorias relevantes para a companhia, como produtos antigripais, de pediatria, de tratamento respiratório e de ortopedia seguiram impactadas pelas menores consultas médicas, diante do receio gerado pela Covid-19 na população.
O segmento produtos de prescrição apresentou elevação, impulsionada pela expressiva recuperação em dermocosméticos. Já o segmento produtos de prescrição apresentou avanço, impulsionada pelos segmentos de vitaminas, suplementos e nutricionais.
Teleconferência
Teleconferência realizada em 26/10/2020, com a presença do Sr. Breno Oliveira, Diretor Presidente, e o Sr. Adalmario Couto, Diretor Executivo Financeiro e de Relações com Investidores.
Antes de falar sobre o desempenho operacional do 3T, gostaria de falar um pouco sobre os impactos da pandemia no setor farmacêutico e como a Hypera está respondendo a essas tendências. Passados sete meses do início da pandemia, vemos priorizando a prevenção e tratamento de doenças crônicas, e passando a utilizar a tecnologia para as interações com os médicos e as farmácias. Mais de 50% dos médicos utilizam a telemedicina, com mais de 1/3 das consultas sendo feito online durante a pandemia, o que impulsionou também a prescrição eletrônica que foi regulamentada no início do ano no Brasil. Isso impactou a indústria farmacêutica, que passou a adotar plataformas digitais em 80% das visitas aos médicos no auge da quarentena. Hoje, esse percentual está em torno de 15% a 20%, e deve permanecer nesse patamar no futuro, em nossa opinião.
E a Hypera está respondendo a essas novas tendências do setor Farma com bastante agilidade. Com relação à mídia, aumentamos consistentemente nossos investimentos em mídia digital. Em 2018, representava 8% do total dos nossos investimentos em mídia, em 2020, representa em torno de 22%, e em 2021, 30% do total dos nossos investimentos em mídia.
Com isso, conseguimos pulverizar melhor nossos investimentos em mídia, em mais marcas do nosso portfólio, e aumentar o índice de conversão em vendas dos nossos investimentos. Sobre o modelo de promoção, médica iniciamos um projeto piloto de visitação remota em julho de 2019 para avaliar com quais tipos de médicos este modelo híbrido de visitação médica funciona melhor. Também testamos um novo modelo de envio de amostras grátis, sem necessariamente fazermos a visitação presencial.
Com isso, conseguimos enfrentar muito melhor os desafios da pandemia quando, no final de março, tínhamos nossos 1.000 representantes médicos em casa, sem poder fazer a visita presencial, e, no final de abril, já tínhamos todos de volta, trabalhando no modelo virtual. Agora estamos com o modelo híbrido de visitação médica, que ainda tem potencial de melhorias, mas acreditamos que esse seja o modelo que vai prevalecer daqui em diante, com visitas físicas e remotas, de acordo com as necessidades dos médicos. Na frente do e-commerce, as vendas do mercado farmacêutico no canal online dobraram, saindo de aproximadamente 1% das vendas para 2% agora, sendo que, para as grandes redes de farmácia, este número é um pouco mais alto.
Ainda é um patamar baixo comparado com outros setores do varejo, mas é uma tendência que veio para ficar, e queremos estar à frente dos concorrentes nesta área. Em maio, lançamos um piloto da nossa plataforma de e-commerce direct to consumer, na qual podemos fazer vendas diretas através do nosso site, e plugar também nossa plataforma os diferentes marketplaces já existentes, a aos que devem surgir no futuro próximo. Também queremos alavancar as iniciativas de e-commerce dos nossos principais clientes, que estão investindo bastante nessa frente. Temos uma equipe 100% dedicada ao trade marketing digital, com foco na plataforma digital dos nossos principais clientes, assegurando que a exposição e a promoção dos nossos produtos estejam impecáveis nos sites e aplicativos, e o mesmo trabalho com a nossa equipe de campo nas lojas.
Por último, estamos desenvolvendo uma plataforma multicanal de atendimento ao pequeno varejo B2B, que deve ser implementada já no 1T21. Hoje, somos a empresa farmacêutica com maior cobertura física de lojas, com nossos consultores chegando a aproximadamente 80% dos pontos de venda. No entanto, ainda temos potencial de atender aos 20% restantes através de ferramentas digitais, e também de oferecer uma experiência omnichannel para os clientes atendidos presencialmente hoje. Queremos que as 80.000 farmácias brasileiras possam ter acesso a condições especiais do nosso portfólio de produtos, seja através de nosso representante, nosso call center, ou de nossas plataformas digitais. Estamos antenados às transformações digitais que foram aceleradas pela pandemia.
Desde 2019, criamos algumas áreas dentro da Empresa para estarem 100% focadas nessas oportunidades, como, por exemplo, as áreas de digital e business innovation.
VISÃO DO MERCADO
Ágora
Ágora, que reiterou a recomendação neutra e o preço-alvo de R$ 38,00 para a ação, mencionou que as recentes aquisições devem aumentar o Ebitda da companhia em mais de R$ 700 milhões ao ano após as sinergias.
“Para os próximos trimestres, esperamos que a Hypera acelere seu crescimento orgânico com a incorporação de Buscopan, que aconteceu no terceiro trimestre do ano, e Takeda, que parece estar perto de ser concluída no quarto trimestre”, avaliaram Guilherme Assis e Felipe Reboredo, analistas do Safra.
Assis e Reboredo defenderam que a aceleração do crescimento orgânico, somada à resolução de problemas pendentes de governança, deve ser um catalisador positivo para as ações da Hypera.
“Vemos espaço para um re-rating com a aceleração de crescimento. Como resultado, reiteramos a Hypera como nosso nome favorito da indústria farmacêutica no Brasil”, acrescentaram.
Safra reiterou a recomendação de compra, com preço-alvo para o fim de 2021 de R$ 45,00.
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