A indústria de produção de aço voltou a elevar projeções de desempenho para 2020 e avalia que terá crescimento em 2021, com base nos dados de encomendas recebidas nos últimos meses, afirmaram executivos do setor nesta quinta-feira.
A expectativa para o consumo aparente da liga no país foi revista de queda de 14,4% para recuo de 4,7%, para cerca de 20 milhões de toneladas, informou o Instituto Aço Brasil (IABr), que representa produtores no país como Usiminas (USIM5) e ArcelorMittal.
“Nossos cálculos são feitos em função do que seria a percepção do mercado. No setor de (aços) planos, que tinha queda prevista de consumo de 18%, cairá 8% e longos deve terminar o ano sem previsão de queda”, disse o presidente-executivo da entidade, Marco Polo de Mello Lopes, a jornalistas.
O setor também projeta agora que as vendas de aço no Brasil vão cair 3,1% este ano, para 18,2 milhões de toneladas, ante expectativa anterior de recuo de 12,1% divulgada em julho. A previsão para a produção também foi revista: de tombo de 13,4% para queda de 6,4%, a 30,5 milhões de toneladas.
Recuperação em V
Os comentários foram feitos durante visita do secretário especial de competitividade do governo federal, Carlos da Costa, a instalações da Gerdau (GGBR4) no interior paulista. Costa citou em entrevista presencial com jornalistas que a economia brasileira está passando por forte recuperação e que “vamos terminar o ano com centenas de milhares de contratações…2021 será um ano espetacular”.
Na véspera, o Ministério da Economia divulgou dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mostrando criação de 249.388 vagas formais de trabalho em agosto, acima do esperado.
“Temos já o segundo mês de crescimento de emprego…Emprego é primeiro a cair e último a voltar”, disse Costa, citando que a recuperação da economia tem se dado na forma de ‘V’ e que é normal haver desabastecimento de algumas cadeias de fornecimento após os estoques terem sido fortemente reduzidos.
Para Costa, o único setor que ainda enfrenta “dificuldades sérias” é o de serviços, algo que ele atribuiu em alguns casos a “alguns governos estaduais e municipais que estão exagerando” em medidas de contenção da epidemia. Ele não citou nomes.
“Não podemos achar que economia dependerá do auxílio. O que estimula economia é produtividade, confiança, emprego e isso que está retornando de maneira muito acelerada”, adicionou ele.