O resultado da BR Properties no terceiro trimestre de 2020 revela uma queda de 36% no lucro líquido na comparação anual, ficando em R$ 16,3 milhões.

No entanto, o lucro líquido ajustado (FFO) cresceu 138%, o que representa um montante de R$ 48,7 milhões no trimestre avaliado. A margem FFO chegou ao patamar recorde de 62%.

Os resultados da BR Properties (BOV:BRPR3) referentes às suas operações do terceiro trimestre de 2020 foram divulgados no dia 04/11/2020.

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O Ebitda (que se refere ao lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ficou em R$ 58,7 milhões no 3T20, um aumento de 7%. A margem Ebitda no trimestre foi de 75%, uma alta de 2 pontos percentuais.

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A receita líquida da BR Properties totalizou R$ 78,6 milhões, queda de 18% quando comparado ao resultado do 3T19, um reflexo da redução das taxas de vacância no período. Mas, quando comparada à mesma base de propriedades, a receita líquida subiu 5%.

Outras informações do balanço

O aluguel médio dos mesmos ativos cresceu 2,8%. No segmento de escritórios, que é a principal atuação da empresa, o indicador subiu 3%; no industrial, teve queda de 0,2%.

A despesa financeira líquida ajustada ficou em R$ 9,4 milhões, uma redução de 81% na comparação anual. A melhora desse indicador se deve à venda de ativos considerados não estratégicos, à liquidação de parte da dívida e à diminuição do custo médio dos passivos.

Encerrando o terceiro trimestre deste ano, a BR Properties acumula uma dívida líquida de R$ 357,5 milhões e caixa de R$ 1,928 bilhão.

A alavancagem financeira, que é medida pela relação dívida líquida/Ebitda, ficou em 1,6 vez no 3T20, enquanto no 2T202 era de 2,0 vezes.

Teleconferência

Em teleconferência com analistas e investidores, o presidente da São Carlos Empreendimentos e Participações, Felipe Goes, disse que a partir do segundo trimestre de 2021, aguarda melhora da economia. “Acreditamos na retomada do setor de escritórios a partir do ano que vem”, afirmou Goes.

Em decorrência da crise causada pela isolamento social, o executivo acredita que nos próximos seis meses, algumas empresas irão entregar espaços. “As devoluções que ocorrerem, no quarto trimestre e no primeiro trimestre de 2021, estarão relacionadas à crise e não ao ‘home office’”, disse Goes.

VISÃO DE MERCADO

BTG Pactual

Os resultados da BR Properties no 3T20 ficaram em linha com nossas estimativas. A receita líquida atingiu R$ 79 milhões (-18% a/a; 1% abaixo de nossa expectativa) – a receita caiu a/a devido à venda de ativos no período, mas na mesma base de propriedades, a receita cresceu 5% a/a. O Ebitda ajustado totalizou R$ 56 milhões (-18% a/a; 3% abaixo de nós), com margem de 72%. O FFO de R$ 0,10/ação ficou em linha conosco (apenas 2% abaixo de nossas projeções), mas aumentou 104% a/a (ajudado pela gestão de passivos – redução da alavancagem e menor custo da dívida).

No geral, acreditamos que os resultados foram fracos: (i) em termos de lucros e perdas, o terceiro trimestre veio amplamente em linha com nossas estimativas, no entanto, (ii) os números operacionais foram mais fracos (esperávamos alguma redução na vacância e os aluguéis cresceriam mais perto da inflação). Acreditamos que o cenário de curto prazo para escritórios seja mais difícil (inquilinos estão adiando seus planos de crescimento), mas achamos o valuation muito atraente (as ações da BR Properties estão sendo negociadas a 14x P/FFO 2022E, mesmo assumindo um cenário conservador para vacância)

BTG Pactual mantém recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 15,00…

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