A gigante de dados S&P Global (NYSE:SPGI) concordou em comprar a IHS Markit (NYSE:INFO) em um negócio de US$ 44 bilhões que será a maior fusão de 2020, criando um peso pesado no mercado cada vez mais competitivo de informações financeiras.

O mega contrato, que inclui US$ 4,8 bilhões em dívidas, é um sinal de que a atividade de negociação está se acelerando à medida que os avanços no desenvolvimento de vacinas de Covid-19 melhoram as perspectivas econômicas.

Os negócios atingiram um recorde no trimestre de setembro, com mais de US$ 1 trilhão em transações, principalmente focadas em setores resilientes a coronavírus, como tecnologia e saúde, de acordo com dados do Refinitiv.

De acordo com os termos do acordo, cada ação da IHS Markit será trocada por uma proporção fixa de 0,2838 ações da S&P Global, segundo um comunicado das duas empresas.

Assim que o negócio for concluído, os acionistas da S&P Global deterão aproximadamente 67,75% da empresa combinada em uma base totalmente diluída, enquanto os acionistas da IHS deterão cerca de 32,25%.

A S&P Global é conhecida por fornecer classificações de dívida a países e empresas, bem como dados sobre mercados de capital e commodities em todo o mundo. Tornou-se um negócio autônomo em 2011, quando sua então controladora McGraw-Hill separou a S&P de seu negócio de educação.

A IHS Markit foi formada em 2016 quando a IHS, cujos negócios variam de dados sobre indústrias automotivas e de tecnologia à publicação de Jane’s Defense Weekly, comprou a Markit por cerca de US$ 6 bilhões.

A Markit, fundada pelo ex-corretor de crédito Lance Uggla, fornece uma gama de preços e dados de referência para ativos financeiros e derivativos.

A IHS tem um valor de mercado de cerca de US$ 36,88 bilhões com base no último fechamento da ação na sexta-feira, com o preço de suas ações subindo cerca de 22% até agora este ano.

A IHS Markit também é negociada na B3 através da BDR (BOV:I1NF34).

A transação provavelmente enfrentará o estudo minucioso dos vigilantes da concorrência, já que o mercado de informações financeiras se torna cada vez mais concentrado.

A Bolsa de Valores de Londres está na fase final de tentar obter aprovação para a aquisição planejada de US$ 27 bilhões do provedor de dados Refinitiv, que passou por um longo processo de revisão pelo comissário de concorrência da União Europeia.

A Refinitiv foi separada da Thomson Reuters pela gigante de private equity Blackstone em 2018, quando comprou 55% do negócio em sua maior aposta desde a crise financeira de 2008. A Thomson Reuters, controladora da Reuters News, detém uma participação de 45% no negócio.