A Hering demonstrou por meio do seu balanço que no acumulado dos últimos três meses de operações alcançou um lucro líquido de R$ 155,504 milhões, o que representa um avanço de 142,5% sobre o mesmo período de 2019.
Os resultados da Hering (BOV:HGTX3) referentes às suas operações do terceiro trimestre de 2020 foram divulgados no dia 04/11/2020.
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Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou em R$ 16,7 milhões, um recuo de 78,8% sobre o mesmo período do ano passado. De acordo com a empresa, isso ocorreu devido ao menor volume de vendas e de itens não recorrentes, que incluem indenizações provenientes de reestruturação; adequação da indústria etc. A margem Ebitda caiu 13,8 pontos percentuais, ficando em 6,5%.
A receita líquida da Hering também caiu no 3T20, saindo de R$ 452,620 milhões para R$ 303,127 milhões na base anualizada, um recuo de 33,6%. A receita bruta total ficou em R$ 303,1 milhões no terceiro trimestre, o que equivale a 33% menos do que o apurado em 2019.
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Outras informações do balanço
O cliente omnichannel teve uma frequência e um gasto médio de 2,5 vezes e 2,8 vezes superior ao apresentado pelo monocanal, respectivamente.
O e-commerce revela um nível de 1,6 compras por ano e de R$ 283 gasto médio por ano. A loja física alcança valores próximos, de 1,7 compras por ano e de R$ 287 gasto médio por ano. Os indicadores omnichannel registraram 4,3 compras por ano e um gasto médio de R$ 805 por ano.
De acordo com a empresa, os resultados do quarto trimestre serão mais promissores, com a retomada gradual das operações com a abertura das lojas, que enfrentaram um período difícil devido à pandemia.
Teleconferência
Teleconferência do 3T20 relativa às perspectivas dos negócios da Companhia, bem como projeções, metas operacionais e financeiras, são previsões baseadas nas expectativas da Administração. Estas expectativas são altamente dependentes das condições do mercado interno e do desempenho econômico geral do país e dos mercados internacionais, portanto estão sujeitas a mudanças.
Presentes na teleconferência, os senhora Fabio Hering, Presidente da Companhia, o Sr. Rafael Bossolani, Diretor de Finanças e de Relações com investidores e o Sr. Thiago Hering, Diretor Executivo de Negócios.
Sr. Fabio Hering
Nossa visão e perspectiva futura nesse momento para o mercado brasileiro ele é positivo para nós. Acho que nós conseguimos evoluir muito na construção e na velocidade da nossa gestão para atender bem nossos consumidores e atender melhor, com mais velocidade.
Nossas marcas Hering, Hering Kids e Dzarm construíram nesse ano, mesmo com todo esse desafio, enormes evoluções no que diz respeito à aproximação delas a nossos consumidores. Sabemos, estamos cientes de que vivemos um momento bastante conturbado no ambiente macroeconômico e de consumo.
A perspectiva de retração ela se transformou depois numa perspectiva de retomada aguda, e isto também nos coloca um desafio grande pensando já em 2021 em relação à acomodação que haverá nos agentes de mercado com essa nova normalidade que a gente deverá encontrar.
Alguns desafios em relação a custos, e não me refiro só a nosso setor, mas também essa pressão inflacionária que a gente vem observando que afeta, claro, o bolso de todos os consumidores – mas isso tudo não tem nos desanimado nem um pouco, pelo contrário; tem criado dentro da companhia uma perspectiva muito positiva da gente conseguir, pelo nosso modelo de negócio, pelas marcas que temos e pelos avanços que fizemos tecnológicos, digitais, da gente conseguir conquistar crescimento aumentando nossa presença e participação de mercado.
Sr. Rafael Bossolani
Acho que é superimportante a gente destacar a instabilidade dessas aberturas, bem como os horários de atendimento reduzido e o comércio fechado aos finais de semanas em algumas praças importantes para nosso negócio, como por exemplo São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Rio de Janeiro, etc., além de uma queda de fluxo principalmente nos shopping centers, que acabou impactando diretamente do desempenho dos nossos canais físicos.
Então no início da pandemia a gente tomou a decisão também de cancelar a coleção de verão, que normalmente chegaria às lojas no final de julho, início de agosto. Na nossa visão é uma decisão, na nossa visão é uma decisão considerada acertada uma vez que a gente mitigou um risco de estoque tanto para a companhia quanto também para nossa rede de franqueados.
Nas vendas sell-out o destaque positivo continua sendo o nosso canal do e-commerce. Então do 3T20 as vendas via web store cresceram mais de 160%, elas totalizaram R$ 50 milhões e seguem acelerando nos meses subsequentes. Em outubro esse canal apresentou crescimento de mais de 170% quando comparado ao mesmo período do ano anterior. As nossas lojas próprias, que estão localizadas primordialmente em shopping centers, elas tiveram uma redução bastante acentuada do fluxo como mencionei e consequentemente uma retração na receita próxima de 40% versus o 3T19.
Acho que é superimportante destacar a aceleração nos indicadores de produtividade dessas lojas: então aumento de mais de 5 pontos na nossa taxa de conversão, o tíquete médio subindo mais de 9%, nosso número de peças por atendimento subindo mais de 23%. Então indicadores de produtividade bastante importantes. Uma mudança relevante e com impacto positivo para nossa rede foi a alteração do nosso modelo go-to-market.
Em julho, agosto e setembro a gente fez nosso showroom da coleção de alto verão, que é nossa última coleção do ano, de forma 100% digital para atender nossa rede de franqueados e todos os nossos clientes multimarcas. Essa jornada do showroom ela mostrou-se bastante intuitiva e também amplificou bastante a experiência de compra dos nossos clientes. Então importante ressaltar que a performance da companhia no mês de outubro apresentou crescimento total de receita na ordem de 16,5% versus o ano anterior, incluindo aí tanto o sell-in quanto o sell-out.
O lucro bruto da companhia ele atingiu R$ 100 milhões no trimestre, consequentemente a margem do trimestre atingiu 38,8%. É uma evolução importante versus o 2T, mas uma retração versus o ano anterior de 6,2 pontos. Mais da metade dessa retração, desse impacto na margem, ou seja, 3, 3,1 p.p., ela está atrelada ao menor volume de vendas do trimestre e consequente menor diluição dos nossos 4 custos fixos de fábrica, nosso overhead de fábrica, que apesar de ter tido uma redução de mais 17%, ainda a gente não conseguiu gerar essa alavancagem.
Então acho que é super importante ressaltar que o efeito oposto de crescimento, quando a gente cresce a gente consegue gerar uma alavancagem operacional também bastante grande num momento de expansão de vendas, principalmente olhando isso para frente. Além disso, a gente teve uma menor participação de vendas de coleções vigentes, uma vez que nossa coleção de inverno ela acabou fazendo parte do papel da nossa coleção de verão, que foi cancelada para a proteção do negócio, como mencionei, e obviamente teve algum tipo de incentivo.
Então vale destacar também um efeito positivo no nosso mix de canais, com uma participação de vendas do e-commerce e maior margem sell-out. Então essa é uma tendência também para a gente observar. As despesas operacionais elas atingiram R$ 105 milhões, uma redução de próximo de 11%, mesmo impactado com alguns itens não recorrentes.
Então excluindo esses efeitos desses itens não recorrentes, muito deles atrelados à reestruturação ou créditos fiscais e à adequação da indústria que a gente vem fazendo esse ano, então excluindo esses efeitos não recorrentes tem um valor líquido de 23 milhões, que foi 14,7 milhões negativo nesse trimestre e positivo, 8,5 milhões positivo no 3T do ano passado, então a companhia atingiria um montante de 91 milhões de despesas no 3T, o que representa uma redução de mais de 28% em valores nominais.
Essa redução ela é explicada principalmente por diversas negociações de custos de ocupação que a gente vem fazendo nas nossas lojas próprias. A gente teve também redução de despesas com pessoal, variáveis de vendas, etc. Então aqui demonstra o resultado de uma gestão bastante austera de despesas em todas as áreas da companhia.
O Ebitda do trimestre atingiu 16,7 milhões e 31 milhões quando a gente exclui esses efeitos não recorrentes que eu acabei de comentar, uma margem de 12,2%.
O nosso lucro líquido totalizou R$ 155 milhões no 3T deste ano, uma alta de 143% versus o ano anterior, e foi impactado bastante positivamente pelo reconhecimento de alguns créditos provenientes de subvenção de custeio no valor de 178 milhões. Então acabou gerando uma receita financeira de 72 pela atualização monetária desse valor do principal e um crédito de 106 milhões na linha de imposto de renda e contribuição social.
No que diz respeito ao nosso fluxo de caixa a companhia teve uma geração de caixa livre no trimestre de mais de R$ 22 milhões, então praticamente em linha com o que a gente observou no 3T do ano passado, mesmo contabilizando um resultado operacional menor.
Então eu acho que vale ressaltar aqui que nosso fluxo de caixa está bem controlado, além do fato da gente ter uma posição de liquidez bastante sólida e confortável. Então ao final desse trimestre a gente está com uma posição de caixa líquido de 292 milhões, mesmo após os últimos doze meses a gente ter realizado investimentos na companhia acima de 50 milhões, a gente recomprou 65 milhões de ações e a gente acabou pagando também quase 40 milhões entre dividendos e juros sobre capital próprio.
Então a gente tem feito uma gestão bastante focada na preservação da nossa liquidez e na nossa solidez financeira e nossa expectativa é seguir com uma geração positiva de caixa nos próximos trimestres.
Os estoques da companhia no mês de setembro apresentaram uma queda de 2,5% versus o ano anterior, mesmo com todos os desafios que a gente enfrentou ao longo desse ano. Então acho que vale destacar também uma boa qualidade dos estoques que a gente tem nos nossos produtos acabados, que eles acabaram reduzindo quase 7% versus o ano anterior, mas mais do que isso tem uma alta concentração nos nossos itens perenes de coleções vigentes, então 72% dos estoques de produto acabado são de altíssima qualidade, o que significa que as coleções de verão para trás reduziram 30% contra o ano anterior, o que limita uma eventual necessidade de remarcações, remarcação das coleções olhando para frente.
Sr. Thiago Hering
Tem sido uma jornada de fato bastante desafiadora, intensa e a gente ainda tem uma série de etapas a serem percorridas – eu me refiro não só ao ano de 2020 com todos os desafios trazidos por esse evento da pandemia, mas também à nossa jornada maior de transformação cultural dessa companhia centenária. Mas acho que o mais importante é que é apaixonante e a gente tem convicção de que o alcance é exponencial.
Acho que é muito bom poder contar com um mix de talentos e habilidades no time tão vasto num momento como esse. Tem sido, aliás, fundamental para a gente poder pensar de uma forma não convencional, inovar e endereçar de maneira criativa todos os desafios que a gente vem encontrando.
Então acho que queria começar fortalecendo o pilar maior da companhia que são as pessoas, é gente, e a gente está muito confiante e muito satisfeito com um time que vem tomando forma. Vou dividir aqui sob duas perspectivas. Na verdade vou falar um pouco, vou falar bastante do trimestre, dos resultados e das agendas que evoluíram bastante. A gente tem se desafiado a um pace mais acelerado na agenda de inovação.
A gente tem um desafio que é construir essa organização ambidestra, equilibrar bem todo o mato alto que a gente tem que cortar numa agenda de eficiência operacional – e a gente sabe que existem ótimas oportunidades aqui, tanto em marcas como em canais e também na nossa agenda de supply – mas é importante que uma companhia com nosso nível de ambição e com nossa disponibilidade de recursos também ter uma agenda de inovação forte, é importante.
Comentando um pouco sobre o trimestre, acho que a gente vem – seguindo na apresentação na visão de negócios – a gente trouxe de uma maneira bastante ilustrativa como a gente está evoluindo o look-and-feel e das nossas marcas, como é que a gente está cada vez mais próximo do cliente compreendendo tendências, comportamentos e tentando de uma forma fluida, orgânica, intuitiva, conectar emocionalmente com esses clientes.
A gente acredita muito nessa convergência do nosso estilo proprietário com algumas tendências importante que a gente vem observando. A gente falou bastante desse atributo, conforto, que vem tomando uma proporção importante e é algo que é legitimamente nosso, está dentro da nossa proposta de valor desde sempre. Acho que a companhia já desde os últimos anos compreendeu que era importante fortalecer a essência, resgatar o DNA, mas sabendo modernizar o discurso, sabendo refinar o “como” para que a gente possa encontrar principalmente na marca Hering, a marca principal, um novo momento, um novo ciclo virtuoso.
Então a gente vem apostando bastante naqueles atributos que constroem nossa tal smart choice, nossa proposta de valor, então combinando muito bem qualidade, design, conforto, preço e tecnologia, e entendo eu que a gente tem evoluído bastante em todos os pontos de contato com o cliente, tem conseguido trazer, tem conseguido aumentar o impacto, engajamento e a relevância.
A gente sabe como é importante essa agenda para nossos resultados do 4T e a gente está muito confiante na proposta de valor que foi desenhada. Teve ótima aderência, engajamento dos nossos parceiros e aqui a gente traz um pouco de como a gente vai contar essa história ao longo do trimestre. A gente, ao longo de todo o release, vem reforçando muito essa ideia da ampliação dos pontos de contato com o cliente. Hoje é muito importante a conexão além do transacional. O ponto de partida é essa jornada única com facilidade de compra, ultra conveniência e elevado nível de serviço – mas é apenas o ponto de partida.
A gente acredita que a ambição, a missão a ser perseguida é ir além do transacional, é combinar conteúdo, serviço 7 e produto, é de fato fazer diferença na vida dos clientes conectando emocionalmente com eles. A gente tem evoluído muito não só na tecnologia mas nos produtos em gerais, em geral e nas nossas próprias competências para tentar cada vez mais personalizar a experiência, criar engajamentos one-on-one com os clientes e isso tem absoluta sinergia com a visão evoluída de plataforma multicanal que inclui não só os ambientes, os canais transnacionais (e-commerce e loja) mas também todos os pontos de contato, inclusive social mídia, App e todos os lugares onde o cliente pode encontrar de maneira inequívoca a Hering e seu statement de marca.
A gente vem evoluindo nos pontos de contato traduzindo da melhor forma nossa proposta de valor, fincando a bandeira no básico, acreditando nisso e entendendo que nessa perfeita combinação de qualidade, design, preço, conforto e tecnologia a gente encontra um lugar importante, forte e que é absolutamente contemporâneo.
Eu trouxe aqui também um pouco da evolução da nossa outra marca, Dzarm. A gente fortalece essa essência jeanswear como ponto de partida, mas é uma marca fácil, de combinações múltiplas – sim, com um grau de moda maior que a Hering, mas que tem que ter essa fortaleza no jeans. A gente também aqui evoluiu bastante o look-and-feel em todos os pontos de contato. É uma marca sim, cuja maior parte da receita está no multimarca e assim deve continuar; mas é importante também que a gente use todos os canais à nossa disposição para comentar a relevância, o desejo, a aspiração pela marca para apresentar a marca para novos clientes.
E a gente está muito próximo também dos nossos parceiros para que eles também sirvam como embaixadores da marca. Então a gente recentemente lançou uma nova experiência de compra no varejo físico, uma nova, um novo conceito de loja cujo papel principal é apresentar a marca, é criar experiência, conectar o cliente com o produto de uma forma bastante digital. A loja nasce omnichannel de ponta a ponta com a arara infinita, com muita facilidade de compra e com uma curadoria de produtos e uma seleção de produtos muito especial com todos seus atributos destacados.
A gente também fez recentemente na marca uma evolução na plataforma, migramos a plataforma evoluindo o e-commerce não só no aspecto de performance e conversão, mas também como importante ponto de contato para uma marca que tem essa vocação para o atacado. E convido também todos a seguirem a Dzarm no social mídia, onde a gente também tem importantes avanços e começa a criar uma conexão, uma personalização maior da comunicação, para que a gente possa aumentar também nosso engajamento nessas comunidades, nessas redes.
A gente continua com um pace bastante acelerado no e-commerce, mudando de patamar trimestre a trimestre, mantendo os níveis de crescimento – e aqui a gente traz não só nosso crescimento no 3T muito em linha com o trimestre anterior, e mesmo com a abertura das lojas físicas na sua quase totalidade e trazemos aqui também já uma visão de outubro, com inclusive alguns pontos percentuais a mais no crescimento, o que mostra claramente que a meta, a missão estipulada, a gente está no caminho certo.
Da última vez no último call eu trouxe aqui das principais alavancas. Várias delas evoluíram bastante nos últimos três meses, mas a gente entende ainda que existem oportunidades adicionais a serem capturadas, o que é claro fortalece ainda mais a convicção de que traduziremos um percentual em torno de 20% da receita em termos de penetração no canal digital.
Hoje é lógico que sem a base de receita estabilizada a gente está muito próximo disso, mas a ambição e o plano para 2021 permanece e a gente está muito positivamente surpreso e confiante, porque todo tipo de evolução, todo tipo de iniciativa que a gente vem colocando em prática tem retornado resultados bastante interessantes.
A gente tinha um catch up inicial para fazer com aqueles que a gente, com alguns benchmarks. Cumprimos e agora acho que tem uma nova avenida para criar. Acho que vale destacar aqui, a gente tem investido bastante em ampliação do sortimento, cauda longa, dando muito nível de disponibilidade no nosso e-commerce.
Esse nível de disponibilidade ele é potencializado, claro, pela omnicanalidade. Nesse sentido a gente tinha um percentual bastante incipiente, hoje a gente já atingiu 16% de participação do omniservices na nossa venda total do e-commerce e a gente continua com uma ambição de dobrar esse montante, conectado mais lojas e pouco a pouco evoluindo nossas operações de hub.
Os primeiros hubs já tem retornado, aqueles que já estão com track record maior, tem estabilizado a operação e tem sido importantes impulsionadores da venda do e-commerce. A gente tem com muita clareza estratégica evoluído também na agenda de market place, principalmente os segmentados, e buscando sempre crescer base de clientes e não canibalizar nossa própria operação, e acho que a gente tem feito isso de uma forma bastante diligente.
Continuamos também evoluindo muito na agenda de UX, de experiência para melhorar o indicador de conversão, para entender e compreender as dores do cliente. Acho que a gente tem, trouxe isso de uma forma bastante clara e evidente. A gente está construindo, solidificado uma cultura de centralidade no cliente e o NPS tem sido um grande balizador, tem sido um indicador discutido exaustivamente dia-a-dia, não só o score, mas principalmente todos os quesitos, perguntas, dores e ações decorrentes dessa pesquisa quantitativa – e que é quantitativa e qualitativa – com nossos clientes, e nesse sentido 9 importantes evoluções foram feitas e a gente ainda entende que existem outras agendas a serem superadas e que obviamente vão trazer melhores retornos.
Os indicadores do e-commerce permaneceram em um ótimo nível: conversão a 1,75% com picos de até 4%. Temos aqui uma leitura de que estamos acima do bench, mas ainda não onde a gente quer estar. Então todas essas iniciativas que eu narrei sobre usabilidade e a jornada em si vão obviamente ter um efeito bastante positivo em cima desse indicador. Conseguimos cortar em relação ao 2T mais um dia no tempo médio de entrega.
A omnicanalidade tem papel importante aqui com a entrega expressa diminuindo esse indicador; mas a gente também tem trabalhado à luz da nossa, do novo centro de operação que a gente migrou de Blumenau para Goiás e plugando no nosso principal CD em agosto, e isso também tem nos ajudado principalmente na operação a melhorar o SLA e também a diminuir o tempo médio de entrega.
A gente continua com um fluxo bom de novos clientes no site: 45% de novos clientes no período e com um bom indicador de recompra também, impulsionado, dentre outras coisas, por um produto digital que a gente vem evoluindo, que é o power cash, que tem trazido um ROE bastante interessante. A gente teve alguma oscilação no NPS do e-commerce, perdeu 2 pontos durante o período. Ele está numa curva ascendente. Vários temas de logística, entrega e usabilidade foram tratados ao longo do trimestre, mas é sempre uma agenda contínua e a gente, como eu já disse algumas vezes aqui, estamos absolutamente alertas.
Vale sempre trazer o potencial desse cliente omnichannel, um cliente que tem 2,5x a frequência, quase 3x o gasto médio, então um cliente de alto potencial, bastante fiel, e traduzir essa experiência amplificada para ele tem retornado ótimos resultados comerciais.
]A gente traz aqui um pouco dos canais digitais que foram desenvolvidos ao longo desse período, não só para aumentar a penetração digital mas também para driblar a adversidade da pandemia, para levar a loja até o cliente, e todos esses produtos vão ser continuamente desenvolvidos, sobretudo para garantir uma experiência segura e sem fricção nesse trimestre onde tem eventos de alto fluxo como Black Friday e o Natal e para os quais a gente está se preparando de uma maneira bastante intensa e diligente.
Então destaco nossa plataforma de Social Selling, onde a gente já tem mais de 2000 vendedores cadastrados. São franqueados, multimarcas, colaboradores, inclusive pessoas físicas, embaixadores da marca e vendedores como atividade principal ou até como receita incremental.
Trago também nossa ferramenta de Smart Sales do Whatsapp, que tem sido, foi fundamental enquanto as lojas estiveram fechadas para gerar receita para as franquias, para as lojas próprias, enfim, para todos os canais e também ela continua levando a loja até o cliente de uma maneira direta, digital, fácil, ágil, super segura. Então todos os nossos parceiros conseguem gerar catálogos digitais com o estoque da loja integrado, link de pagamento seguro, com isso a gente fazendo mais de 8000 atendimentos por mês, e o mais interessante é que esse canal tem essa combinação da facilidade da jornada digital com a assistência, o vendedor do outro lado na interação, tem retornado indicadores de produtividade bastante interessantes.
Então uma conversão média de 11%, substancialmente maior do que o e-commerce, um pouco maior até do que seria uma conversão típica de um app e um tíquete médio 21% maior do que na loja. Então essa combinação do recurso digital com a assistência de venda tem retornado indicadores bem interessantes. Vou citar aqui também o nosso app que está em fase de design screen, que está em desenvolvimento então. A gente tem sido bastante profundo nessa jornada de descoberta no nosso segmento para traduzir um app que seja de fato útil, que haja o donwnload e haja a recorrência, o uso contínuo.
O lançamento será agora em meados de novembro, préBlack Friday e a gente junto lança nosso programa de loyalty, e tem aqui uma sinergia bastante grande. Acho que o rol, o cardápio de benefícios e serviços do loyalty é um importante estímulo impulsionador da aderência ao nosso app e aí cria-se mais um ponto de contato com o cliente não só para transacionar, reitero, mas também para gerar conteúdo, para interagir, para dar dicas de presentes, para recomendações de compra, enfim, todo tipo de recurso, todo tipo de interação com o cliente – e vou trazer assim que lançado em mais detalhes para vocês também.
E acho que o último ponto dentro dessa visão é o quanto a gente vem evoluindo não só no marketplace-out plugando nos principais, principalmente nos especializados – repito, reforço, buscando trazer um novo cliente, aumentar a base de clientes e não canibalizar – e também o marketplace-in testando novas categorias com parceiros, entendendo bem como funciona a dinâmica desses outros segmentos, traduzindo uma solução head-to-toe, ampliando a nossa cauda, ou seja, o sortimento, opções e com isso também trazendo maior fluxo e produtividade.
Falando um pouquinho do desempenho do sell-out da rede de lojas, a rede Hering e Hering Kids combinado, a gente reportou um same-store sales no trimestre de -10,4. A gente tem aqui um trimestre no ano de 2019 uma base bastante sólida de +6,6 na base comparável. Eram três anos seguidos de same-store positivo, ou seja, bastante consistência nesse indicador pelo menos nesse período.
E a gente também trouxe aqui já uma prévia do samestore de outubro, +5,2, e acho que aqui vale a pena um disclosure adicional, até porque o nosso desempenho de same-store sales no 4T19 consolidado decepcionou bastante, e eu à época disse que a gente teve momentos bastante antagônicos ao longo do trimestre, então acho que vale trazer aqui a base isolada: o same-store 19 contra 18 de outubro foi 5,4, então a gente está falando aqui de 5,2 (20 versus 19) contra uma base de +5,4 (19 contra 18) em outubro.
A gente destaca um pouco, o quanto o norte e o nordeste vem performado melhor, e de fato nessas regiões a gente vem capturando same-store de dígito duplo. A gente tem ainda uma baixa penetração nessas regiões com bastante concentração no sudeste, e isso obviamente tem um impacto. É um deflator do same-store sales.
Vale destacar também que continua um desafio bastante grande na recuperação do fluxo principalmente no sudeste e principalmente nas lojas de shopping; em contrapartida, a gente traz aqui um cenário bastante positivo nos indicadores de produtividade: um crescimento de mais de 20% no nosso PA – peças por atendimento, conseguindo trazer mais itens para a cesta.
Acho que isso tem a ver não só com a alocação de estoque de produto, com o mix, mas também como a parte de visual merchandising a jornada está montada para facilitar a vida do cliente para que ele possa encontrar os itens essenciais de forma rápida e aproveitar da melhor forma o tempo de permanência dele na loja. A gente também teve crescimento expressivo no indicador de conversão de mais de 5 p.p. e da mesma forma o tíquete médio.
Para quem pudesse pensar que a gente estivesse aumentando o PA mas às custas de uma queda bastante grande no preço médio, a gente tem conseguido ter no tíquete médio, que é a combinação do PA com o preço médio, também um crescimento próximo de 10%.
O desempenho de vendas sell-in, nós já cumprimos todos os eventos de go-to-market referentes ao ciclo de sell-out até dezembro, e o que a gente tem assistido é a recuperação do same-store sales do sell-out na ponta acima da expectativa ou das projeções. Tem recobrado o nível de confiança dos parceiros e isso teve impacto bastante positivo nos últimos eventos.
O número inclusive informado sobre a receita líquida em outubro em +16,5% reflete um pouco uma alocação inicial maior para o período. A gente está confiante, as projeções mostram uma perspectiva bastante positiva de crescimento para último trimestre em relação a 2019 na receita líquida total, provavelmente não nesse patamar de outubro por conta de como a alocação de estoque funciona – e tem aqui, claro, uma formação de estoque no final do ano – mas a gente está bastante confiante na perspectiva do trimestre ressalvados os 12 desafios, e tenho certeza que a gente vai falar sobre isso daqui a pouco na agenda de S&OP.
Sobre o showroom acho que vale destacar ele definitivamente é um showroom 100% digital e isso tem traduzido um custo de servir menor, uma agilidade muito maior, um time-tomarket menor, o que obviamente melhora a assertividade na coleção, a captura das tendências. A gente tem observado indicadores muito alinhados com o showroom físico – então o pedido médio, tem conseguido atrair mais de 6000 clientes em cada um dos blocos, e acho que o que é mais interessante é a riqueza de dados que isso traz na visão B2B.
Então é possível fazer recomendações, ver o vídeo de produto na hora, entender potenciais slow movers e best-sellers no sell-in, carrinhos o que saiu do carrinho, o que ficou, o que não foi finalizado, enfim, é uma riqueza muito grande à luz de uma jornada B2C no digital, a gente tem aqui também no B2B. E mesmo aqueles mais céticos clientes e parceiros têm aderido a cada showroom, a cada evento, mais fortemente ao showroom digital e definitivamente a uma ferramenta que fica e é que é fundamental para a gente reduzir time-to-market, melhorar a assertividade de coleção, programar, fazer um melhor planejamento de demanda, enfim, servir melhor ao nosso cliente B2B e ao nosso cliente B2C, obviamente com o produto certo, no lugar certo, na hora certa.
A gente traz uma visão aberta do nosso plano de expansão. A gente está bastante em linha com as 130 aberturas que foram divulgadas no último release. A gente tem 97 já abertas, 21 aprovadas, 2 em negociação, ou seja, a gente está bastante on track com o plano.
Vale destacar não só o pace de aberturas e a quantidade de conversões de VQs, o multimarca vendo muito valor nessa transferência de know-how e as próprias conversões vão mostrando os primeiros efeitos positivos dessa gestão no canal de forma mais integrada e olhando para o ciclo de vida do cliente, buscando aumentar a produtividade dele e não canibalizar as regiões com novos clientes. E acho que vale também trazer um pouco de dados de produtividade: então uma franquia light nas lojas que a gente vem monitorando no primeiro ciclo de conversões vem trazendo 20 a 25% de aumento na venda no mesmo ponto de venda, ou seja, de ganho de produtividade.
São operações com CapEx leve, sortimento customizado, modelo de gestão fácil. Eles têm trazido uma venda por m2 em torno de 14000, o que pelas zonas que elas ocupam é bastante interessante, é boa produtividade até porque essas lojas têm em média algo em torno de 5,5% de custo total de ocupação. Então parece ser um modelo bastante promissor na agenda de expansão, sabendo claramente ter uma boa gestão de geomarketing, compreendendo bem as zonas brancas ocupadas sem canibalização, enfim, expandindo de uma maneira ordenada e correta.
A gente entende que essa combinação na agenda de expansão das mega lojas, que são redimensionamentos de pontos atuais, ressignificando o papel da loja física para trazer o centro de experiência, o one-stop-shop, o sortimento completo e servindo também como hub de distribuição e consolidar o ambiente omnicommerce combinado com a capilaridade que é obtida a partir da expansão dos formatos compactos nas zonas corretas, tem um alcance sem dúvida exponencial.
A combinação dessas duas coisas garante que a gente tenha presença, footprint nacional, capilaridade interior adentro mesmo em regiões onde a penetração do digital ainda é uma questão e principalmente por conta do desafio da última milha.
VISÃO DO MERCADO
BTG Pactual
Segundo o BTG Pactual, o balanço foi fraco e mostrou que a Hering continua sentindo os efeitos negativos do coronavírus. Dá para perceber que a empresa está se recuperando, mas em um ritmo lento.
“Continuamos vendo uma recuperação apenas gradual para a Hering nos próximos trimestres (e para todos as varejistas de vestuário sob nossa cobertura também)”, afirmaram os analistas Luiz Guanais e Gabriel Savi.
Na avaliação do BTG, o cenário de curto prazo da Hering não vai mudar muita coisa. A situação da empresa permanecerá desafiadora, com poucos gatilhos para impulsionar a ação.
Os resultados da varejista devem continuar sendo afetados pelo tráfego menor nas lojas físicas, pelo aumento das taxas de desemprego e pela queda da intenção de compra por parte das famílias.
Credit Suisse
Para o Credit Suisse, a Hering apresentou deu bons sinais nos seus resultados, apesar da ampla queda esperada nas vendas devido às restrições da Covid para lojas físicas. “Se, por um lado, a receita ficou ligeiramente abaixo de nossas expectativas (queda de 34% na base anual versus expectativa do Credit de 29%), por outro lado, a rentabilidade foi uma surpresa agradável, em nossa opinião, com recuperação mais rápida do que o esperado na margem bruta”, apontam os analistas.
Eles ainda destacam que, entre as empresas que cobrem de varejo, a Cia Hering tem um dos maiores potenciais para desbloquear valor e reacender o ritmo de crescimento. A empresa tem um modelo de negócios com bons retornos e geração de fluxo de caixa livre positiva mesmo em tempos mais desafiadores.
“Não significa que seja uma tarefa simples – nos últimos 8 anos, a empresa não entregou nenhum crescimento de receita. Além disso, as incertezas em torno do case de investimento aumentam à medida que as perspectivas de consumo para 2021 no varejo discricionário ainda são turvas.
Credit Suisse mantém recomendação neutra para Hering, com preço-alvo de R$ 24,00.
Eleven Financial
Forte desempenho online e recuperação gradual das lojas físicas reduziram a pressão da pandemia nos resultados, superando nossas estimativas. Ainda assim, o lucro líquido de R$ 155,5 milhões foi fortemente beneficiado por créditos não-recorrentes de ICMS no valor de R$178 milhões que caso excluídos resultaria em prejuízo.
VISÃO TÉCNICA
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