ADVFN Logo ADVFN

Não encontramos resultados para:
Verifique se escreveu corretamente ou tente ampliar sua busca.

Tendências Agora

Rankings

Parece que você não está logado.
Clique no botão abaixo para fazer login e ver seu histórico recente.

Hot Features

Registration Strip Icon for default Cadastre-se gratuitamente para obter cotações em tempo real, gráficos interativos, fluxo de opções ao vivo e muito mais.

Hering (HGTX3): tecendo sua história no Brasil desde o século XIX

LinkedIn

O ano é 1878. Falando assim parece que faz muito tempo, não é? Mas faz. São 142 anos completados em 2020. Só para se ter ideia, a pessoa mais velha do mundo, uma alemã, morreu com 122 anos.

E foi justamente um alemão, Hermann Hering, que desembarcou no Brasil naquele ano e se instalou em Blumenau, Santa Catarina. Já dono de uma mente empreendedora como sócio de uma malharia fundada em 1860 com seu irmão na Alemanha, ele abriu nas terras tupiniquins um comércio de fabricação e venda de… charutos.

De pito em pito o ano passou e em 1879 ele comprou um tear simples e um pouco de fios, para relembrar a sociedade com seu irmão que havia ficado em sua terra natal. Teve certa dificuldade para aprender a mexer com aquilo, mas a memória muscular das habilidades manuais com os charutos pode ter ajudado.

Em 1880, seu irmão Bruno chegou da Alemanha e, juntos, recriaram sua sociedade com um nome tão complicado que fica até difícil colocar aqui: Trikotwaren Fabrik Gerbrüder Hering, algo como a Malharia dos Irmãos Hering. Dois anos depois, em 1882, foram adquiridos mais dois teares e contratados alguns funcionários.

__________

Curiosidade: os peixinhos da marca Hering

Sabe a tradução livre que fizemos do nome da malharia? “Malharia dos Irmãos Hering”. Vamos um pouco mais a fundo e aproveitar para aumentar seu vocabulário de alemão. “hering” significa “arenque”, um tipo de peixe – parece sardinha, mas não é. Os dois peixinhos da marca simbolizam seus fundadores, os irmãos Hermann e Bruno. Traduzindo de novo o nome da malharia, a versão já apresentada fica mais simpática, não é mesmo?

 __________

E fez-se a luz

Pense você tendo uma empresa têxtil, fazendo-a produzir o máximo possível para pagar todas as despesas e os salários dos colaboradores, além de lutar para ter um lucro no fim das contas, mas estando total e literalmente no escuro. O “fez-se a luz” no Brasil ocorreu apenas em 1880, quando as pessoas conheceram o que era a energia elétrica. Entretanto, foi só em meados da primeira década de 1900 que a então chamada Hering & Cia. (pois é, mudaram o nome) passou a ter esse luxo.

Apesar disso, a qualidade dos produtos já tinha sido conquistada e premiações regionais já haviam entrado para o currículo. Se o consumidor brasileiro já gostava de peças Hering, faltava então a empresa se aventurar em outras terras.

Foi em 1964 que a agora chamada (para facilitar ainda mais) Companhia Hering iniciou com a comercialização internacional de seus produtos, atendendo países como Paraguai, Uruguai e Bolívia. Com os lucros, expansões foram feitas e a Hering se tornou a maior malharia da América Latina.

Hering no alvo

A maior publicidade da história da Hering veio com parceria realizada com o Instituto Brasileiro de Controle do Câncer, em 1995. A campanha O Câncer de Mama no Alvo da Moda estampou nas mídias a camiseta branca com o símbolo azul em formato de alvo, vestida por diversas celebridades.

Apesar de a Hering ser a marca mais representativa, a empresa também detém outras: a Dzarm (criada em 1997), feita para mulheres das classes A e B; e a Hering Kids (que surgiu em 2005), para atender o público infantil.

A marca mais antiga depois da própria Hering era a PUC, criada em 1979, que também atendia crianças. Porém, no início de 2020, a empresa preferiu encerrar as atividades com ela, já que a própria Hering Kids atua com o mesmo público.

Ainda em 2020, são 642 lojas Hering Store ativas, 79 Hering Kids, 1 Dzarm e 13 Outlets, com projetos em andamento para um total de 662, 78, 3 e 14, respectivamente, apenas até o fim do ano.

Mas nem só de lojas físicas se vive nos dias atuais, em que a tecnologia está aí para facilitar a vida do consumidor e ser mais um canal de captação de clientes para as empresas. Apesar de centenária, a Hering sempre se mostrou disposta a utilizar o meio eletrônico da nova geração a seu favor. Seu e-commerce (comércio eletrônico) cresceu mais de 100% entre 2019 e 2020, reflexo inclusive da pandemia.

 2020 vai ficar na memória?

Falando em pandemia, é importante entender o que essa crise global de saúde fez com a atuação da Hering. Como sua maior operação é baseada em lojas físicas, as restrições governamentais de abertura, inclusive dos shopping centers, causou um certo desconforto. O fluxo de atendimento, consequentemente, teve queda, apesar de as compras pelo e-commerce terem segurado bem as pontas.

Esse menor tráfego nas lojas, justificado também pelos altos níveis de desemprego no país, pode trazer menos peixinhos do que se imagina para a empresa. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), feita pelo IBGE, a taxa de desemprego no Brasil bateu 13,3% no trimestre até agosto deste ano, queda recorde de 9,6% no número de pessoas ocupadas.

Só para se ter ideia, a receita bruta de vendas (dinheiro acumulado com as vendas) caiu 41% na comparação dos nove primeiros meses de 2020 com os de 2019. A receita líquida (tirando devoluções, impostos e descontos) teve uma queda de 42,2%.

Apesar disso, o Credit Suisse tem uma perspectiva positiva sobre a Hering para 2021. Em relatório, o banco destaca que, entre as empresas de varejo, ela tem um grande potencial de reacender em crescimento muito mais rapidamente do que suas concorrentes. “Não significa que seja uma tarefa simples – nos últimos 8 anos, a empresa não entregou nenhum crescimento de receita. Além disso, as incertezas em torno do case de investimento aumentam à medida que as perspectivas de consumo para 2021 no varejo discricionário ainda são turvas”.

Com essa mesma cautela também seguem os analistas da Toro Investimentos. Segundo eles, apesar do “cenário desafiador apresentado, observamos com bons olhos os investimentos realizados pela companhia em suas principais marcas, assim como a evolução mirando a transformação digital, integrando cada vez mais os canais físico e on-line”.

Já o BTG Pactual revela que, no cenário de curto prazo, pode ser que a Hering não mude muita coisa, com poucos gatilhos para impulsionar a ação.

A ADVFN analisa graficamente em tempo real todas as companhias da bolsa, incluindo Hering. Além de gráficos, tem uma análise da empresa e informações exclusivas sobre ela. Aproveite!

Deixe um comentário