Após terem experimentado quedas expressivas em agosto e setembro, os preços dos medicamentos para hospitais começam a dar sinais de estabilidade. Em outubro eles recuaram, em média, 0,11%, segundo o Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H), indicador que a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) calcula em parceria com a Bionexo – Health Tech, empresa líder em soluções digitais para gestão em saúde.
Em agosto o IPM-H registrou queda de 1,82% nos preços dos medicamentos para hospitais e em setembro, um recuo de 2,48%.
De acordo com os técnicos da Fipe, a variação de outubro foi resultado da compensação entre a alta de 6,27% registrada em grupos como aparelho digestivo e metabolismo e as quedas observadas entre outros grupos, com destaque para os preparados hormonais sistêmicos, que ficaram 3,46% mais baratos, anti-infecciosos, com diminuição de 3,31%, e sistema nervoso, que teve seu preço reduzido em 3,08%, em média.
Entre os treze grupos terapêuticos em que os medicamentos são agrupados, houve em outubro queda nos preços de oito deles. Os anti-infecciosos gerais para uso sistêmico recuaram 3,31%; os preparados hormonais sistêmicos, 3,46%; os medicamentos para sistema nervoso, 3,08%; aparelho respiratório, 1,26%; sistema musculoesquelético, 0,49%; aparelho geniturinário e hormônios sexuais, 0,41%; imunoterápicos, vacinas e antialérgicos, 0,07% e órgãos sensitivos, com ligeira queda de 0,02%.
Crescimento na pandemia
Contribuíram para o resultado a alta no preço médio de praticamente todos os grupos de medicamentos, especialmente os atuantes no aparelho cardiovascular (60,60%), sistema nervoso (43,38%), aparelho digestivo e metabolismo (35,87%), sistema musculoesquelético (21,08%) e preparados hormonais sistêmicos (13,07%).
Entre os medicamentos que impactaram o IPM-H na pandemia estão norepinefrina (terapia cardíaca e suporte vital), fentalina (analgésico), propofol (anestésico), midazolam hipnótico/sedativo/tranquilizante), omeprazol e pantoprazol (antiácidos, tratamento de dispepsia/úlcera gástrica).
“Os principais fatores da alta do índice no período estão a desvalorização cambial, desabastecimento do mercado interno e alta na demanda nas unidades de saúde por medicamentos associados aos cuidados relacionados à covid-19”, pontuaram os técnicos da Fipe.
Por outro lado, os grupos com menores variações foram agentes antineoplásicos/quimioterápicos (0,71%), medicamentos atuantes no aparelho geniturinário (4,84%) e aparelho respiratório (6,07%).