A expansão do setor industrial brasileiro ganhou força em outubro e renovou a máxima recorde diante do aumento da produção e de alta histórica na criação de empregos, segundo a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgada nesta terça-feira.
O PMI da indústria brasileira alcançou a marca inédita na pesquisa, iniciada em 2006, de 66,7 em outubro, ante recorde anterior de 64,9 em setembro, informou o IHS Markit, com todos os três subsetores monitorados registrando melhora das condições operacionais, liderada pelos bens de produção. Leitura acima de 50 indica expansão da atividade.
“É encorajador ver os participantes da pesquisa PMI para a produção brasileira relatando uma melhora nas condições operacionais em outubro”, afirmou a diretora econômica do IHS Markit, Pollyanna De Lima.
“As taxas de expansão mensais para a produção, novos pedidos, exportações e empregos atingiram níveis recordes ou quase, indicando que o setor continuou a se recuperar das contrações historicamente severas acarretadas pelo surto da Covid-19 no início deste ano”, completou.
O mês de outubro foi marcado por crescimento no volume de novos negócios. Embora a taxa de expansão tenha enfraquecido frente a setembro, ainda foi a terceira mais forte na história da pesquisa. As empresas indicaram melhores condições de demanda, reabertura de alguns negócios e esforços de reabastecimento dos clientes.
A demanda internacional por produtos brasileiros também aumentou, e o índice de novos pedidos para exportação alcançou a máxima da série histórica, com indicações de que o real mais fraco propiciou vantagem competitiva sobre outros fabricantes.
Diante desse cenário, o volume de produção aumentou no segundo ritmo mais forte da história, atrás somente de agosto, de acordo com o IHS Markit.
Com a forte demanda, planos de expansão da capacidade e reposição de funcionários dispensados no auge do surto da Covid-19, as empresas industriais contrataram trabalhadores extras em outubro. O índice de criação de empregos foi o mais elevado desde o início da coleta de dados, no início de 2006.
As empresas relataram ainda dificuldades de aquisição de uma série de insumos, incluindo produtos químicos, metais, embalagens, papel, plásticos e produtos têxteis.
Isso e a depreciação do real teriam provocado novo aumento nos custos de insumos, com a taxa de inflação atingindo novo recorde de alta. Assim, o índice de preço de bens finais também subiu a um ritmo recorde.
Outubro também registrou otimismo em relação à produção nos próximos 12 meses, com investimento de capital, expansão para novos mercados e lançamentos de novos produtos entre as razões para o sentimento positivo.