De um total de 47 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, todas esperam manutenção da Selic em 2,00% ao ano. Para 2021, as casas esperam desde uma Selic estável em 2,0% até um aumento dos juros a 4,75% ao ano. A mediana é de 3,0%.
Desde a última reunião do comitê, em 28 de outubro, a permanência da incerteza fiscal, combinada às leituras de inflação mais pressionadas que o esperado, chegou a antecipar a aposta de algumas casas para o aumento da Selic. A mediana da pesquisa do Projeções Broadcast para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2020 subiu de 3,60% para 4,24%, acima do centro da meta, depois que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a decisão de retomar o sistema de bandeiras tarifárias este mês. Ontem, o Relatório de Mercado Focus indicou que a projeção para o IPCA em 2020 está em 4,25% – acima do centro da meta perseguida pelo BC, de 4,0%.
Na manhã de hoje, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA subiu 0,89% em novembro, após ter avançado 0,86% em outubro. Este é o resultado mais alto para novembro desde 2015, quando ficou em 1,01%. Com isso, o acumulado em 12 meses ficou em 4,31% e ultrapassou o centro da meta perseguida pelo BC. No mês, destacam-se a alta de 2,54% do grupo Alimentação e Bebidas e o aumento de 1,33% do setor de Transportes. Esses dois grupos responderam por 89% da inflação em novembro.
No mercado financeiro, a leitura é de que o BC deve confirmar no Copom a continuidade do forward guidance (prescrição futura), a regra segundo a qual se compromete a não elevar juros enquanto as expectativas e projeções de inflação de seu cenário básico se mantiverem abaixo do centro da meta no horizonte relevante, desde que o regime fiscal seja mantido e as expectativas de longo prazo permaneçam ancoradas.
Controle da demanda
O Banco Central atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima ao valor definido na reunião.
A Selic, que serve de referência para os demais juros da economia, é a taxa média cobrada em negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, registradas diariamente no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia.
Ao manter a Selic no mesmo patamar, o Copom considera que as alterações anteriores nos juros básicos foram suficientes para chegar à meta de inflação, objetivo que deve ser perseguido pelo BC.
Ao reduzir os juros básicos, a tendência é diminuir os custos do crédito e incentivar a produção e o consumo.
Quando o Copom aumenta a Selic, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Fonte Isto é Dinheiro / Agência Brasil