O dólar fechou em alta firme contra o real nesta quarta-feira, contabilizando a maior valorização semanal em três meses, com investidores voltando a montar posições na moeda brasileira para proteger aplicações em outros mercados.
Tal movimento fez o real descolar dos movimentos nos mercados de câmbio no exterior, que tinha o dólar em queda generalizada diante de esperanças de um acordo do Brexit e dados melhores nos Estados Unidos.
Depois de cair a 5,1295 reais (-0,67%) no começo do pregão, a moeda passou a ganhar força ao longo do restante do dia, até inverter o sinal e bater uma máxima de 5,2223 reais (+1,13%) logo após as 14h30.
No fechamento, o dólar subiu 0,70%, a 5,2002 reais na venda, maior valor desde 2 de dezembro (5,2422 reais). Foi a quarta alta consecutiva, período em que somou ganho de 2,40%.
A série é a mais longa do tipo desde as também quatro valorizações seguidas entre 13 e 16 de outubro.
Na semana, encurtada pelo Natal, a cotação saltou 2,28%, maior acréscimo desde a semana finda em 25 de setembro (+3,29%).
Segundo um profissional de um grande banco estrangeiro, o mercado parece estar voltando ao trade “compra de dólar/venda de juros e bolsa”, especialmente depois da valorização recente do real na esteira do otimismo global com vacinas.
“Com a notícia da mutação do vírus no Reino Unido, o risco voltou a afetar essas posições (de proteção) e o real está sendo usado para essa recomposição de hedge por ser uma moeda muita líquida”, disse.
Essa dinâmica havia sido quebrada recentemente –com real e Ibovespa em alta diante da farta liquidez global, da eleição norte-americana e do desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19–, mas já tinha se mostrado presente nos últimos tempos, à medida que o colapso da Selic a mínimas históricas tornou a moeda doméstica um ativo barato para proteger investimentos em outros mercados brasileiros e mesmo no exterior.
O Ibovespa saltava 1% no fim da tarde, beirando os 118 mil pontos. Em 2020, o real cai 22,83%, e o principal índice das ações brasileiras avança 1,85%, mais do que apagando as perdas decorrentes da crise do coronavírus.
À medida que o fim do ano vai se aproximando, o volume de negócios tende a se reduzir, deixando o mercado mais suscetível a variações bruscas e fatores técnicos. Até 17h17, 225.995 contratos de dólar futuro haviam sido transacionados, 16% abaixo da média dos últimos 30 pregões e 20% aquém da média das últimas 90 sessões.
Apesar das altas recentes, alguns analistas ainda vem caminho de queda para o dólar. A média móvel de 50 dias está em 5,3832 reais, enquanto a de 200 dias se encontra em 5,3619 reais.
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(BR) – US$ 1 = R$ 5,20
(EU) – US$ 1 = €$ 0,82
(GBP) – US$ 1 = £$ 0,74
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