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Sua esposa, sua irmã e até sua mãe podem ganhar mais do que você na bolsa

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Ainda que o mercado financeiro seja dominado por homens, tanto em se tratando de exercer o papel de investidores quanto de profissionais (só se vê assessores, analistas etc. masculinos), existem mulheres entrando gradativamente – ainda que de maneira lenta – nesse espaço e mostrando para que vieram: para causar.

Muitos são os estudos que revelam que as mulheres estão superando de lavada os homens quanto ao retorno nos investimentos e que, se o mercado financeiro tivesse muito mais toque feminino do que masculino, a economia estaria em boas mãos.

Isso pode não parecer muito convincente em um primeiro momento, mas vamos falar de números, afinal eles são a “alma do negócio” e podem demonstrar os fatos. Foi realizada uma pesquisa no Reino Unido com 2.800 homens e mulheres investidores. A intenção era coletar informações sobre a performance dos dois grupos dentro de um prazo de três anos, tendo como referência o desempenho do índice FTSE 100, que inclui cerca de 100 empresas inglesas.

As mulheres operaram do jeito delas e os homens do deles. O resultado foi o seguinte: os homens tiveram um desempenho anual 0,14% acima do FTSE 100 – palma para eles. Já as mulheres tiveram uma performance 1,94% superior ao índice – é de aplaudir de pé. Foi só 1,8% acima do resultado dos homens, coisa pouca, não é?

Já outro estudo, dessa vez promovido por uma empresa que justamente compõe o FTSE 100, a Hargreaves Lansdown, que é a maior plataforma de investimento da terra da Rainha Elizabeth II, trouxe um novo dado: o retorno sobre os investimentos realizados (que é algo que queremos muito saber) pelas mulheres foi 0,8% maior do que o dos homens dentro do período de três anos. Fazendo umas continhas simples, a companhia revelou que, se essa média fosse mantida pelo prazo de uns 30 anos, o portfólio das mulheres renderia 25% mais do que o dos homens!

As pesquisas foram divulgadas pelo Financial Times, o jornal britânico de sucesso que em 2020 foi liderado pela editora-chefe Roula Khalaf, a primeira mulher a assumir o cargo desde a fundação do jornal – em 1888! A relação dessa informação com tudo o que vimos até aqui é uma só: a mulher ainda é subestimada em vários espaços e tem demorado muito mais do que anos para poder mostrar seu potencial – tem demorado até mesmo séculos!

Expectativa x realidade

As pesquisas apresentadas anteriormente se baseiam em dados que revelam a situação de mulheres investidoras ativas do Reino Unido, que já estão alocando recursos na bolsa e em outros investimentos financeiros. Entretanto, trazendo para o Brasil, vale dizer que somente 25% dos investidores da bolsa de valores são mulheres.

Ou seja, é uma parcela minúscula, que por um lado reflete o quanto elas são subestimadas e, por outro, todo o potencial que ainda podem alcançar. Que tal ajudar o mercado financeiro a focar nesse lado positivo de ver mais mulheres investindo? Incentive uma mulher, seja ela sua esposa ou namorada, irmã, cunhada e até sua mãe. Elas com certeza são, como vimos, um grupo de sucesso nos investimentos.

Ao convidar uma mulher para investir, talvez a principal objeção dela não seja tanto por falta de conhecimento, por não saber como operar no mercado, mas porque ela ouviu tanto os homens dizendo que perderam dinheiro investindo que o risco pode não valer a pena – mas, para confortá-la, você pode mostrar os dados apresentados anteriormente.

Outra objeção pode ser o medo de sair da poupança e ir para a renda fixa. Isso é explicado porque as mulheres demoraram muito para conquistar seu lugar no mercado de trabalho e, por isso, guardar dinheiro na poupança foi sempre a forma mais fácil de poupar. E outra: investimentos financeiros, dependendo da estratégia, requerem injeção constante de dinheiro, mas como ela vai fazer isso se pode perder o emprego algum tempo depois que seu filho nascer, por exemplo?

“Tem estudo no mercado financeiro dizendo que 50% das mulheres que têm filhos acabam abandonando o mercado depois de dois anos de trabalho devido às dificuldades de conciliação”, afirma Rebeca Nevares, sócia da Monte Bravo Investimentos e fundadora da Ella’s Investimentos, uma assessoria financeira voltada para mulheres.

Veja a entrevista completa com a Ella’s Investimentos

Quem também revela grandes empecilhos para a entrada das mulheres na bolsa de valores ou em qualquer outro investimento é Vanise Zimmer, presidente do ElasBank. De acordo com ela: “Você sabe que tem um payment-gap (diferença salarial), as situações de interrupções da carreira profissional e hábitos de investimento diferentes entre homens e mulheres, tanto para poupar como para investir”.

Sobre payment-gap, isto é, a diferença salarial que existe entre homens e mulheres, é bom ficar de olho na tendência: o governo da Espanha já promulgou uma lei neste ano (2020) que estabelece um salário igualitário para ambos os gêneros. O tempo para se adequar às novas exigências é de seis meses, e as companhias precisam revelar de modo transparente esses dados financeiros ajustados em seus demonstrativos.

Lá, os homens recebem 22% a mais do que as mulheres – ou recebiam, porque agora é para mudar essa realidade. No Brasil, para se comparar, as mulheres recebem 24% menos do que os homens e, indo mais a fundo, mulheres negras recebem 57% menos do que homens brancos, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Já a escolaridade das mulheres, em contrapartida, demonstra ser superior do que a dos homens, revelando que, no mercado, elas detêm muito mais titulações do que seus colegas. “Na faixa dos 25 a 44 anos de idade, 21,5% das mulheres tinham completado a graduação, contra 15,6% dos homens”, afirma o IBGE, com dados atualizados referentes a 2018.

Ou seja, existe uma disparidade muito grande, mas que tende a ser contornada, ainda que a passos curtos. Com isso, a mulher pode conquistar a sua independência financeira para se inserir cada vez mais no mercado de investimentos.

Em que elas querem investir

Como a própria doutora Zimmer bem revelou anteriormente, existe uma diferença muito grande entre os investimentos de homens e de mulheres. E, é claro, os estudos que vimos no começo desta matéria revelam isso também, com ressalvas positivas para as opções feitas por elas no mercado financeiro.

De acordo com a fundadora do Ella’s Investimentos, “o que a gente percebe, em termos de perfil da mulher, é que ela busca também investimentos que geram mais impacto social. Ela sempre pergunta o que o dinheiro dela está nutrindo e, com isso, carteiras mais voltadas para investimentos em companhias ESG (com ações de sustentabilidade) acabam tendo bastante aceitação entre o público feminino. Depende muito se elas se conectam com os valores daquela empresa”.

Zimmer corrobora com essa ideia de que a mulher tem uma preferência por companhias que têm atitudes diferenciadas. O próprio ElasBank possui investimentos baseados em temas: “Atualmente, focamos em temas que são relacionados à nossa visão: equidade de gênero. Esse é um tópico nos ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável). E há outros temas relacionados e relevantes, como o Impacto Social e o Meio Ambiente. Acreditamos que a maior parte das mulheres tem uma consciência social elevada e que elas apoiam ou querem apoiar esses temas. Então, decidimos juntar o rendimento financeiro com o apoio às causas sociais”.

Confira a entrevista com a doutora Vanise Zimmer

A própria B3 possui uma lista de empresas que estão em dia com a sustentabilidade, o que facilita ainda mais na hora de reconhecer as companhias que são preferência do público feminino. A ADVFN fez uma matéria completa sobre o ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial), que serve como parâmetro para todas as empresas da bolsa em se tratando desses assuntos sustentáveis e também norteiam os investidores nas melhores companhias para se investir e que têm essa visão diferenciada do negócio.

Leia o artigo “Sustentabilidade: você está comprado nessa ideia?”

No material, é possível ver a lista de todas as empresas que compõem o índice. Ao todo, elas representam 15 setores, o que é um portfólio bem variado para quem deseja investir.

Se a carteira de investimentos é diferenciada, o mesmo ocorre com o estilo dessa mulher de operar no mercado, e quem explica melhor isso é a fundadora da Ella’s Investimentos: “Na verdade, eu sempre costumo dizer que não é que a mulher é menos arrojada, ela é mais estrategista. Ela opera menos e fica menos nessa coisa de comprar e vender. Ela segue uma estratégia de médio e longo prazo e, com isso, paga menos taxas e realiza menos movimentações”.

E, quando falamos nessa estratégia de longo prazo, é inevitável não pensar no maior investidor do mundo: Warren Buffett. Inclusive existe um livro chamado Warren Buffett Investe como as Mulheres (de Louann Lofton, publicado pela Benvirá, em 2013), que revela justamente essa semelhança entre os investimentos femininos e os desse senhor afortunado.

O livro mostra que elas e ele têm muito em comum, principalmente o fato de que seus investimentos rendem muito mais do que os dos outros homens. Parece divertido, mas é um perfil e que demonstra trazer muito sucesso.

Para conhecer ainda mais o perfil Buffett de investir, acompanhe o artigo “Como ser Warren Buffett: ninguém nem nada vai te ensinar a ser como ele tão bem como ele próprio”

E, para saber mais sobre as empresas que compõem o ISE e todas as outras que fazem parte da bolsa de valores brasileira, basta selecionar a companhia que deseja conhecer e pronto. A ADVFN traz um painel completo de cada uma, além da visão do mercado, notícias, gráficos e muito mais.

Com tudo isso, fica evidente que lugar de mulher é na B3 e em qualquer outro investimento!

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