O Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido caiu 2,6% em novembro, após seis meses consecutivos de alta, em meio às medidas de restrição impostas para enfrentar a segunda onda da covid-19.
País mais castigado da Europa pela pandemia, com mais de 86.000 mortos confirmados, o Reino Unido se encontra agora em seu terceiro confinamento nacional. Desta vez, inclui-se o fechamento das escolas.
Os economistas advertem que as restrições atuais podem provocar uma dupla recessão, depois de a economia britânica registrar uma queda histórica, no ano passado, por causa do coronavírus.
Em novembro, foi imposto um confinamento parcial, menos rígido do que o atualmente em vigor, com as escolas abertas, aponta o Escritório Nacional de Estatística em seu site institucional, nesta sexta-feira (15).
Naquele mês, o PIB ficou “8,5% abaixo do nível de fevereiro”, antes do choque brutal da pandemia, acrescenta o órgão.
O PIB retrocedeu, principalmente, devido a setor de serviços, motor da economia britânica, e ao colapso da produção industrial. Já a construção teve um aumento da sua atividade, no setor de serviços, os mais afetados foram hotéis, restaurantes e serviços de alimentação, que tiveram de fechar.
“Está claro que as coisas vão piorar antes de melhorar, e os números de hoje refletem os desafios que temos pela frente”, comentou o ministro britânico das Finanças, Rishi Sunak.
Para todo ano de 2020, economistas e governo projetam uma queda de 11% no PIB.
Segundo um estudo publicado na segunda-feira, pelo menos 250.000 pequenas e médias empresas (PMEs) poderão falir este ano no Reino Unido, se não contarem com ajuda adicional do governo.
O Executivo de Boris Johnson injetou quase 300 bilhões de libras (410 bilhões de dólares) desde o início da pandemia para apoiar a economia, incluindo medidas para financiar o desemprego técnico até abril. Inclui ainda subsídios para restaurantes e comércios que tenham de permanecer fechados.
As lojas nos centros urbanos da Inglaterra podem perder mais de 400.000 empregos, devido à pandemia, reforça um estudo divulgado ontem (14) pela consultoria KPMG. Nesse contexto, o Tribunal Supremo britânico se pronunciou a favor de um grande número de PMEs que, representadas pelo regulador financeiro, impugnaram a decisão das seguradoras de não indenizá-las pela paralisação de sua atividade, em função da crise sanitária mundial.
“O Tribunal Supremo aceita a apelação da FCA (sigla em inglês para o órgão regulador do setor financeiro) e desconsidera os recursos das seguradoras”, informa um comunicado da mais alta instância judicial do Reino Unido.
A decisão, que terá consequências para cerca de 370.000 empresas, pode dar lugar a uma indenização de 1,2 bilhão de libras (1,635 bilhão de dólares).
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