A Transportadora Associada de Gás (TAG) fechou contrato para abastecer duas fábricas de fertilizantes operadas pela Proquigel Química, do Grupo Unigel, na Bahia e em Sergipe, em seu primeiro acordo de transporte com uma empresa privada.
O contrato tem prazo de até um ano e será atendido pela atual infraestrutura de transporte de gás da TAG. O fornecimento do insumo será feito pela Petrobras, antiga operadora da TAG.
“Estamos trabalhando ativamente para viabilizar o acesso de novos clientes à malha da TAG, o que é fundamental para o crescimento do setor e para a atração de mais investimentos em toda a cadeia”, afirmou em nota o diretor-presidente da TAG, Gustavo Labanca.
“É um esforço conjunto com a (reguladora) ANP e demais instituições envolvidas na abertura do mercado para atender às demandas dos agentes, antes mesmo da aprovação da nova lei do gás.”
A TAG só tinha contratos com a estatal Petrobras antes do acordo com a Unigel.
O acordo é resultado do programa federal Novo Mercado de Gás, que visa reduzir a participação da Petrobras no mercado de gás, com o objetivo de abrir espaço para novos atores e mais investimentos.
Em nota, a ANP destacou que foi o primeiro contrato de serviço de transporte de gás na modalidade interruptível, no modelo de entrada e saída, previsto no programa governamental. Nesse programa, a Petrobras se comprometeu a vender seus ativos de transporte e distribuição, além de outras questões.
A TAG, que pertencia à petroleira estatal, com uma infraestrutura de gasodutos de aproximadamente 4.500 km, foi vendida e hoje é operada pela Engie, com 65% de participação, em parceria com a Caisse de dépôt et placement du Québec (CDPQ), com 35%.
Já a Unigel assumiu a operação das fábricas de fertilizantes da Bahia e de Sergipe, arrendadas da Petrobras por 10 anos.
A fábrica de Sergipe será a primeira fábrica a receber o insumo como parte do novo negócio, com volume médio de 1,1 milhões de m³ por dia, enquanto a fábrica da Bahia receberá uma média de 1,2 milhões de m³/d, com previsão de início a partir de março, informou a TAG.
“A Unigel irá suprir uma demanda importante de insumos para agricultura, pecuária e indústria nacional, que hoje depende da importação de outros países, retomando a produção de ureia e sulfato de amônio”, disse em nota o CEO da Unigel, Roberto Noronha Santos.
Com a retomada das fábricas, a Unigel também reforçou a própria competitividade no segmento de acrílicos, uma vez que parte da amônia produzida nessas unidades também deixa de ser importada.