A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) condenou os ex-executivos da Brasil Brokers, Claudio Kawa Hermolin e Hebert Ferreira Braz Junior, a multa individual de R$ 170 mil por infrações na elaboração das demonstrações financeiras da companhia no exercício social de 2018. Ambos foram condenados por não terem observado regras do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) relacionadas aos critérios de elaboração de testes de recuperabilidade de ativos.
O comunicado foi feito pela empresa (BOV:BBRK3), nesta terça-feira (16).
O processo foi instaurado pela Superintendência de Relações com Empresas (SEP) para apurar a responsabilidade dos executivos.
No processo, Andreas Yamagata e Renato de Vicq Telles da Silva Lobo foram absolvidos.
Hermolin e Braz Junior ainda podem recorrer ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional.
A acusação do processo apontou que as baixas registradas nas demonstrações financeiras da Brasil Brokers por perda de valor recuperável, relacionada ao investimento na Abyara, não refletiram a real perda de valor do investimento ao longo do tempo.
Assim, o presidente da CVM e relator do caso, Marcelo Barbosa, decidiu que foi comprovado o descumprimento do item 33 do CPC, em decorrência da aplicação da taxa de perpetuidade em razão superior ao crescimento médio projetado dos últimos anos.
Prejuízo dobra em 2020, para R$ 178,1 milhões
O prejuízo da Brasil Brokers dobrou em 2020, de R$ 89,1 milhões em 2019 para R$ 178,1 milhões. A receita líquida consolidada somou R$ 101,6 milhões, queda de 4,5% em relação ao ano anterior.
O Ebtida – lucro antes de juros impostos, amortização e depreciação – ficou negativo em R$ 161,7 milhões, contra um montante também negativo de R$ 59,8 milhões um ano antes.
A receita bruta também registrou queda de 5%, para R$ 120, 2 milhões. Do total, 25% estão relacionados ao mercado primário; 18% ao mercado secundário; 47% à área de serviços financeiros e 9% à de locação.