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Estoque total de crédito no Brasil cresceu 0,7% em fevereiro na comparação com janeiro

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O estoque total de crédito no Brasil cresceu 0,7% em fevereiro na comparação com janeiro, em 4,047 trilhões de reais, equivalente a 54,0% do Produto Interno Bruto, informou o Banco Central nesta quinta-feira.

Em fevereiro, o crédito ampliado ao setor não financeiro totalizou R$12,3 trilhões (164% do PIB), crescimento de 1,6% no mês e de 17,8% em doze meses. Essa variação mensal foi influenciada, sobretudo, pelo crescimento do saldo de títulos de dívida (2,2% no mês), principalmente os títulos públicos.

O crédito ampliado às empresas somou R$4,3 trilhões (57,3% do PIB), variação de 1,1% no mês e de 18,0% em doze meses. Tanto na variação mensal quanto em doze meses, destacaram-se os aumentos nos empréstimos, tanto no mercado doméstico quanto os que integram a dívida externa.

O crédito ampliado às famílias alcançou R$2,5 trilhões (33,1% do PIB), com aumentos de 0,7% no mês e de 10,9% em doze meses, acompanhando a variação de seu principal componente – empréstimos do SFN – que cresceu, respectivamente, 0,8% e 11,3%.

Operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN)

O saldo das operações de crédito do sistema financeiro nacional totalizou R$4 trilhões em fevereiro, aumento de 0,7% no mês, distribuído entre as carteiras de pessoas jurídicas (saldo de R$1,8 trilhão e variação de 0,6%) e de pessoas físicas (R$2,3 trilhões, 0,8%). O crescimento em doze meses alcançou 16,1%, resultado principalmente da expansão de 22,9% no crédito às empresas, com o crédito às famílias variando 11,3%.

O crédito livre a pessoas jurídicas alcançou R$1,1 trilhão, acréscimo de 1,2% no mês, com destaque para as modalidades de desconto de duplicatas e recebíveis, antecipação de faturas de cartão, aquisição de veículos, ACC e financiamento a exportações. Em doze meses, a variação de 22,5% refletiu principalmente o crescimento na carteira de capital de giro.

O crédito livre para pessoas físicas totalizou R$1,2 trilhão (0,7% no mês e 10,3% em doze meses). O crescimento no mês reflete principalmente o aumento observado nas modalidades de crédito pessoal (consignado e não consignado), enquanto, em doze meses, destaque também para as modalidades aquisição de veículos e composição de dívidas.

No crédito direcionado, o saldo de pessoas jurídicas recuou 0,2% no mês, atingindo R$0,7 bilhão, mantendo crescimento significativo em doze meses, 23,5%. A carteira de pessoas físicas atingiu R$1 trilhão (0,9% no mês e 12,5% em doze meses), com destaque para os aumentos no rural e imobiliário.

As concessões totais de crédito somaram R$313,9 bilhões em fevereiro. Na série ajustada sazonalmente as concessões cresceram 6% no mês. Na comparação com fevereiro do ano anterior, as concessões acumuladas em doze meses cresceram 3,9%, sendo 9,0% com empresas e -0,7% com famílias. Acumuladas em doze meses, as concessões totais cresceram 3,1%.

O Indicador de Custo do Crédito (ICC), que apura o custo médio de toda a carteira ativa do sistema financeiro nacional, situou-se em 17,2% a.a. (+0,2 p.p. na variação mensal e -3,0 p.p. na comparação interanual). No crédito livre não rotativo, o ICC apresentou-se estável no mês e continuou em redução na comparação interanual (-4,3 p.p.), alcançando 22,6%. O spread geral do ICC situou-se em 12,3 p.p. (+0,2 p.p. no mês, -2,1 p.p. em doze meses).

A taxa média de juros das operações contratadas em fevereiro caiu para 19,8% a.a., reduções de 0,3 p.p. no mês e de 3,2 p.p. em doze meses. O spread geral das taxas das concessões, 15,6 p.p., acompanhou este comportamento, com declínios de 0,2 p.p. e 2,9 p.p., nas mesmas bases de comparação.

No crédito livre, a taxa média de juros das concessões atingiu 28,1% a.a. (-0,4 p.p. no mês e -6,0 p.p. na comparação interanual). No crédito às famílias, a taxa média de 40,1% a.a. (+0,6 p.p. mês) refletiu principalmente aumentos no cartão parcelado (+5,6 p.p.) e na composição de dívidas (+2,7 p.p.). No crédito livre às empresas, a taxa média situou-se em 13,8% a.a. em fevereiro, redução de 1,4 p.p. no mês e de 3,2% em doze meses. A redução mensal ocorreu principalmente na modalidade de capital de giro até 365 dias (-13 p.p.), revertendo boa parte do aumento do mês anterior.

A inadimplência alcançou 2,3%, crescimento de 0,2 p.p., distribuído nos segmentos de pessoas jurídicas (0,2 p.p.) e físicas (0,1 p.p.). Nas operações com recursos livres, a inadimplência permaneceu estável em 2,9%. Nas operações com recursos direcionados, o indicador situou-se em 1,3%, com evolução de 0,2 p.p., também distribuída nos segmentos de empresas (0,4 p.p.) e de famílias (0,2 p.p.).

Agregados monetários

A base monetária alcançou R$388,8 bilhões em fevereiro, com redução de 4,4% no mês e elevação de 28,2% em doze meses. O papel-moeda emitido e as reservas bancárias recuaram 3,5% e 12,5%, respectivamente, no mês.

Entre os fluxos mensais dos fatores condicionantes da base monetária, contribuíram para a contração as operações com Títulos Públicos Federais, R$30,2 bilhões (colocações líquidas de R$106 bilhões no mercado primário e compras líquidas de R$75,8 bilhões no mercado secundário), as do Tesouro Nacional, R$14,7 bilhões, e as da Linha Temporária Especial de Liquidez, R$3 bilhões.

Em contrapartida, apresentaram expansão, os depósitos de instituições financeiras, R$5,4 bilhões (liberações de recursos de depósitos a prazo, R$3,7 bilhões, e de recursos da poupança, R$1,4 bilhões), as operações do setor externo, R$13,8 bilhões, e as com derivativos, R$5,1 bilhões.

Os meios de pagamento restritos (M1) atingiram R$571,1 bilhões no mês, diminuição de 1,2%, reflexo do declínio do papel-moeda em poder do público de 2,4% e da estabilidade dos depósitos à vista. Considerando-se dados dessazonalizados, o M1 recuou 1,1% no mês.

O M2 recuou 0,2% no mês, totalizando R$3,9 trilhões, refletindo, além da queda no saldo do M1 (-1,2%), a redução de 0,4% no saldo dos depósitos de poupança, que totalizou R$1,0 trilhão, após resgates líquidos de R$5,9 bilhões. O saldo dos títulos emitidos por instituições financeiras, avançou 0,2% no mês, somando R$2,3 trilhões, após registrar captações líquidas de R$11,6 bilhões nos depósitos a prazo. O M3 não registrou variação no mês, permanecendo com saldo de R$8,0 trilhões.

O saldo das quotas de fundos do mercado monetário registrou aumento de 0,9%, totalizando R$3,9 trilhões, enquanto as operações compromissadas com títulos federais e títulos privados recuaram, respectivamente, 7,0% e 4,5%. O M4 não registrou variação no período, totalizando R$8,4 trilhões. Em 12 meses a variação foi de 16,5%.

Novas datas de divulgação dos indicadores de endividamento e de comprometimento de renda das famílias

Em função de novas datas de divulgação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do IBGE, até dezembro de 2021, as séries mensais dos indicadores de endividamento e de comprometimento de renda das famílias passarão a ser divulgadas na Nota para Imprensa – Estatísticas Monetárias e de Crédito com três meses de defasagem.

(Com informações do Banco Central)

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