O Goldman Sachs (NYSE:GS) anunciou na quarta-feira (10) planos de comprometer US$ 10 bilhões em financiamento durante a próxima década para promover a igualdade racial e as oportunidades econômicas para as mulheres negras.
Chamada de “Um milhão de mulheres negras”, a nova iniciativa se concentrará em áreas que incluem acesso ao capital, criação de empregos, saúde financeira e promoção da força de trabalho. Goldman diz que o esforço é “o maior anúncio desse tipo em tamanho e escopo”.
Goldman está fazendo parceria com organizações lideradas por mulheres negras em um esforço para entender melhor as barreiras que as mulheres negras enfrentam.
O banco também investirá US$ 100 milhões em capital filantrópico na próxima década. O financiamento direcionado assumirá a forma de investimento direto, bem como de doações. A empresa disse que os investimentos iniciais já estão em andamento.
A meta do programa é impactar positivamente a vida de pelo menos um milhão de mulheres negras até 2030, e seu conselho consultivo inclui a ex-secretária de Estado Condoleezza Rice.
O anúncio do Goldman ocorre em um momento em que funcionários, acionistas e a sociedade em geral convocam a América corporativa a fazer mais na luta contra o racismo sistêmico. Muitas empresas anunciaram novas medidas de diversidade e inclusão, mas ainda não se sabe se essas iniciativas se traduzem em progresso real.
Em conjunto com seu anúncio de financiamento, o Goldman lançou um relatório chamado “Black Womenomics”, buscando quantificar os preconceitos de gênero e raça que as mulheres negras enfrentaram e continuam a enfrentar.
Como inúmeros estudos anteriores, as descobertas mostram que a desigualdade racial não é apenas uma questão social, mas também econômica.
A pesquisa descobriu que as mulheres negras recebem 35% menos do que os homens brancos. A redução dessa lacuna de renda poderia criar entre 1,2 milhão e 1,7 milhão de novos empregos nos Estados Unidos, ao mesmo tempo que aumentaria o PIB dos Estados Unidos em até US$ 450 bilhões, ou 2,1%, ao ano.
O progresso na superação da disparidade salarial estagnou. A diferença salarial entre mulheres negras e brancas é atualmente de 15%, ante 5% no início dos anos 1980. Naquela época, as diferenças eram atribuídas à educação, ocupações e indústrias. Embora esses fatores permaneçam relevantes hoje, as barreiras mais difíceis de medir, incluindo diferenças nas oportunidades de carreira, estão desempenhando um papel maior.
“Principalmente por causa de rendimentos mais baixos e acesso limitado ao capital, os negros americanos são muito menos propensos a possuir ativos de alto retorno do que os indivíduos brancos, incluindo casas, ações e especialmente seus próprios negócios”, afirmou o relatório, descobrindo que a família negra mediana possui quase 90% menos riqueza do que a família branca mediana.
A pandemia de coronavírus exacerbou os desafios enfrentados pelas mulheres negras. Os dados de empregos de fevereiro mostraram uma taxa de desemprego de 5,9% para as mulheres em geral, enquanto o número para as mulheres negras ficou em 8,9%.
A Goldman Sachs também é negociada na B3 através da BDR (BOV:GSGI34).