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Yduqs (YDUQ3): lucro líquido de R$ 98,2 milhões em 2020, queda de 84,8%

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O grupo de educação Yduqs atingiu lucro líquido de R$ 98,2 milhões em 2020, redução de 84,8% ante 2019.

Os resultados da Yduqs (BOV:YDUQ3) referentes suas operações do quarto trimestre de 2020 foram divulgados no dia 17/03/2021. Confira o Press Release completo!

⇒ Confira a agenda completa da divulgação dos resultados do 4T20 e referente ao ano de 2020. Confira a cobertura completa de todos os balanços referente ao ano de 2020 das empresas negociadas na B3.

A receita líquida cresceu de R$ 633 milhões em 2019 para R$ 984 milhões em 2020.

O Ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – atingiu R$ 895,3 milhões em 2020, queda de 29% na comparação anual. A companhia aponta que o Ebitda da companhia também foi impactado por R$ 218 milhões referentes a descontos impostos por leis e liminares na justiça.

Segundo a empresa, a base de alunos cursando graduação na modalidade digital cresceu 70% no ano, com o acréscimo de 577 polos de ensino e aumento de 59% na receita líquida ajustada anual.

Em 2020, a companhia comprou as redes de ensino Adtalem e Athenas. A previsão da administração da Ydqus é obter ganhos de sinergias entre R$ 170 milhões e R$ 230 milhões até 2024 com a Adtalem e de R$ 60 milhões a R$ 80 milhões com a Athenas. Mais avançada, a integração da Adtalem já permitiu capturar R$ 71 milhões de maio até o fim de 2020.

As aquisições recentes feitas pela Yduqs compensaram as reduções de vagas do Fies, programa federal de financiamento de ensino superior, disse o presidente da companhia. Em todo o sistema de ensino superior, o programa já havia reduzido em mais de 85% o número de vagas em 2020 ante 2014, quando foi criado.

O Fies representava 26% da receita líquida ajustada por unidade de negócio da Yduqs em 2018 e passou a 11% em 2020. Em 2020, ele teve impacto negativo de R$ 302 milhões sobre a receita líquida reportada de R$ 3,85 bilhões. Já as aquisições colaboraram com R$ 493 milhões (considerando resultados de Adtalem a partir de maio e Athenas a partir de agosto).

O programa federal tinha importante papel para manter patamares de tíquete médio e taxa de retenção, em especial no segmento de cursos presenciais. “Fies tinha outra vantagem que era não estar atrelado ao PDD (Provisão para Devedores Duvidosos)”, acrescentou Haiam.

4T20

A companhia especializada em ensino superior e dona de Estácio, entre outras, teve prejuízo de R$ 102,6 milhões no quarto trimestre, ante lucro de R$ 58,1 milhões em igual etapa de 2019, refletindo efeitos da crise criada pela pandemia e a gradual descontinuidade do Fies.

A receita líquida no período cresceu 14,4%, a R$ 963 milhões. Mas esse crescimento refletiu sobretudo os efeitos de aquisições, como as do grupos Adtalem e Athenas.

O Ebtida – lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização – caiu 50,8% ano a ano, para R$ 114,2 milhões, com a perda de receita do programa federal Fies, além de concessão de descontos e maiores provisões para perdas com inadimplência, em meio à crise econômica decorrente da pandemia da Covid-19.

A empresa citou ainda leis e decisões na justiça que implicaram em concessão linear de descontos e provocaram impacto de R$ 83,8 milhões  no trimestre.

O segmento presencial da Yduqs fechou 2020 com 335 mil alunos, alta de 8,5%, resultado das aquisições. Sem elas, a base de alunos de graduação caiu em 7,4%. Em contrapartida, o ensino digital a base cresceu 49,8%, número que sobe para 64%, para 427 mil, se incluir as aquisições. O capex da Yduqs somou 194 milhões de reais no trimestre, alta de 44% sobre um ano antes, refletindo maiores investimentos em transformação digital e tecnologia da informação.

A posição de caixa da companhia fechou 2020 em R$ 1,63 bilhão, alta de 168,1% em 12 meses, consequência das emissões de dívida para financiarem recentes aquisições.

Ao mesmo tempo, a dívida líquida deu um salto de 190%, para R$ 3,2 bilhões de reais, com a alavancagem financeira medida pela relação dívida/Ebitda ajustado de 0,1 vez para 1,4 vez.

Teleconferência

O primeiro semestre de 2021 está sendo “bastante desafiador” para o ensino presencial, disse nesta quinta-feira Eduardo Parente, diretor presidente da Yduqs (ex-Estácio).

A empresa, porém, espera registrar melhora a partir do segundo semestre. “A tendência do ensino presencial é de crescimento leve orgânico”, acrescentou o executivo em teleconferência sobre os resultados do quarto trimestre de 2020. Ele destacou o impacto da covid-19, que suspendeu as aulas presenciais.

Em 2020, a empresa registrou uma queda na base de alunos do segmento presencial, se excluídas as aquisições da Adtalem e da Athenas. Em 2019 eram 291 mil alunos, chegando a 273 mil em 2020. Se consideradas as aquisições, o número cresce para 318 mil. A taxa de retenção terminou em 83%, queda de 3 pontos percentuais. “Não fizemos grandes esforços de retenção no segundo semestre”, disse o executivo.

Neste ano, a estimativa é de que os preços do segmento fiquem estáveis e as margens passem a se recuperar a partir de 2022. Mas as perspectivas para 2021 são mais positivas para o restante das operações.

“Nossa rematrícula está indo muito bem sem desconto mandatório. A mensalidade normal e com reajuste. E, quando olha ano contra ano, a quantidade de crédito contratado está em linha. A gente está confortável e isso se traduz em caixa. Estamos arrecadando mais”, disse Eduardo Haiama, vice-presidente financeiro e de relações com investidores. A empresa terminou 2020 com R$ 1,6 bilhão de posição de caixa.

O segmento premium, que envolve os cursos de medicina e da Ibmec (que pertencia ao grupo Adtalem), e o de ensino digital devem registrar crescimento ainda no primeiro semestre.

Sobre as operações de ensino de maior valor, a empresa diz que a captação do primeiro semestre está positiva e espera-se aumento de base do curso de medicina em 2021 conforme contratado e expansões: 7 unidades ainda em maturação, 5 novas unidades e 2 processos de aumento de vagas. A receita líquida do segmento cresceu 116% em 2020, para R$ 625 milhões.

Enquanto isso, o ensino digital ainda tem grande espaço para avançar, segundo Parente. Cerca de 75% ainda não estão maduros e a empresa vê crescimento com a migração para interior e pessoas mais velhas retomando estudos. “Nas classes C e D a perspectiva de crescimento ainda é alta. Temos um tíquete que cabe no bolso”, disse o executivo.

A empresa prevê ampliar chegar a 2,1 mil polos de ensino digital ainda este ano e 2,5 mil. A previsão anterior era de alcançar os 2,1 mil polos em 2023. A base de alunos do segmento de ensino remoto cresceu 105% de 2019 para 2020, para 433 mil.

Aquisições

A companhia reforçou que ainda há mais aquisições no radar. De acordo com Haiam, as dificuldades impostas pela pandemia da covid-19 ao setor e a redução da participação do Fies deverão impulsionar as transações de fusão e aquisição. “Temos sentido interesse grande de várias instituições querendo conversar. Os anos de 2021 e 2022 serão interessantes para M&A”, disse o diretor, referindo-se à sigla em inglês para fusões e aquisições.

Segundo ele, a companhia tem avaliado operações de todos os tamanhos, destacando que médias e pequenas têm a vantagem de ter menos complexidades. “Também temos olhado outras coisas que podem acelerar vertentes de crescimento.”

VISÃO DO MERCADO

BTG Pactual

O banco BTG Pactual reduziu o preço-alvo das ações da Yduqs (ex-Estácio) em decorrência dos resultados mais fracos do quarto trimestre e o atual cenário desafiador para as empresas de educação.

“Não vemos nenhum ponto de inflexão claro no curto prazo e permanecemos neutros devido à fraca dinâmica dos lucros e à falta de fatores que possam impulsionar os números no curto prazo. Além disso, o preço-alvo foi reduzido assumindo os resultados recentes e o custo de capital no Brasil”, diz o relatório.

Sobre o trimestre encerrado em dezembro, o BTG afirmou que a Yduqs foi prejudicada por itens pontuais, entregando um conjunto fraco de resultados, que ficaram abaixo da projeção do banco, que já eram conservadoras.

“No geral, os resultados do quarto trimestre foram pressionados por vários fatores: tíquete médio menor, provisão de devedores maior, descontos altos nas mensalidades e pior alavancagem operacional”, apontou.

O banco BTG Pactual mantém recomendação neutra e reduz preço-alvo de R$ 32,0 para R$ 30,00.

XP Investimentos

“Em um trimestre sazonalmente fraco, a Yduqs apresentou um resultado misto com um desempenho positivo no ensino à distância com a base de alunos crescendo 64% ao ano  (7% acima de nossas estimativas) e com uma melhora em termos de evasão em relação ao quarto trimestre. No entanto, as margens foram impactadas negativamente por maiores provisões para devedores duvidosos”, aponta a XP.

Contudo, o foco de curto prazo deve ser o ciclo de captação de 2021, que provavelmente será impactado negativamente pela segunda onda da Covid no Brasil o que, na opinião dos analistas, é a causa da pressão de curto prazo sobre ações, que deve permanecer até que tenham uma visão mais clara sobre o impacto da Covid na captação. “Mesmo assim, continuamos otimistas com as perspectivas de longo prazo para a empresa e reiteramos nosso rating de compra e preço alvo de R$ 50,70 por ação”, destacam os analistas Vitor Pini e Matheus Soares.

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