A Fitch reafirmou o rating da Embraer em BB+. A agência de classificação de risco também manteve perspectiva negativa para a companhia, refletindo as dificuldades que a fabricante de aviões encontra para restaurar seus pedidos e sua estrutura de capital, em meio a incertezas para o setor e os riscos atuais relacionados à pandemia de coronavírus, afirmou ela em nota.
A projeção da Fitch é de que as entregas de aviões comerciais em 2021 fiquem 38% abaixo dos níveis de 2019, e 21% a menos em 2022, seguindo a mesma comparação.
De acordo com a agência, a recuperação parcial da demanda por aviões no ano que vem junto com “medidas extraordinárias” pela Embraer para fortalecer seu capital serão cruciais para que a empresa retorne à perspectiva estável nos próximos 12 a 18 meses.
A margem operacional da Embraer deve se recuperar em cerca de 3% neste ano, diz a Fitch, e seguir em expansão em 2022, com “o provável aumento nos pedidos”.
A agência comenta ainda que o índice da dívida líquida sobre o Ebitda da companhia brasileira deve ser de 6,30x em 2021, caindo para 4,8x no ano que vem.
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Prejuízo de R$ 2,3 bilhões em 2020 com impacto da pandemia no setor aéreo
No consolidado do ano, o prejuízo mostra o impacto da covid-19 no setor aéreo. A Embraer registrou uma perda de R$ 2,3 bilhões, ante uma de R$ 862,7 milhões em 2019.
Em 2020, o Ebtida foi de R$ 437,6 milhões, caindo na comparação com os os R$ 725,6 milhões de 2019.
A dívida líquida da Embraer fecha 2020 em R$ 8,8 bilhões, crescendo consideravelmente na comparação com os R$ 2,4 bilhões do fim de 2019, mas caindo na base trimestral. Sua alavancagem, medida pela relação da dívida líquida com o Ebitda (DL/Ebitda) se encontra em 130,5 vezes, ante 31,7 vezes no final de 2019.