As exportações de carne suína do Paraná e do Rio Grande do Sul têm potencial para avançar 10% neste ano e até 35% em 2022 após o reconhecimento internacional dos Estados como áreas livres de febre aftosa sem vacinação, estimou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) nesta quinta-feira.
“Isto, com a possibilidade de embarques de carne suína com osso e miúdos para o mercado chinês –atual principal importador dos produtos brasileiros”, disse em nota o presidente da ABPA, Ricardo Santin.
O reconhecimento foi confirmado mais cedo pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês) e, junto à Santa Catarina, que possui este status sanitário desde 2007, os três principais Estados produtores de suínos do país terão acesso a mercados de melhor valor agregado.
Juntos, Paraná e Rio Grande do Sul poderão ter receita cambial superior a 1,2 bilhão de dólares em 2022, ante 820 milhões registrados em 2020, conforme dados da associação.
“Estes Estados terão possibilidade de acesso aos mercados mais exigentes do mundo, como é o caso do Japão, EUA, Coreia do Sul, Chile e Filipinas”, acrescentou no comunicado o diretor de mercados da ABPA, Luís Rua.
Japão e Coreia do Sul estão entre os mercados que o Brasil deverá focar para ampliar suas vendas de carnes, após o reconhecimento do novo status sanitário, disseram autoridades, após o anúncio.
No caso do Rio Grande do Sul, a entidade estima que há potencial para alcançar até 293 mil toneladas em exportações neste ano, gerando receita de aproximadamente 715 milhões de dólares –86 milhões de dólares a mais que em 2020.
Para 2022, as vendas gaúchas poderão chegar a 350 mil toneladas, com uma receita cambial estimada em 850 milhões de dólares. Como referência, em 2020 os embarques totais do Estado alcançaram 261 mil toneladas com uma receita de 629 milhões de dólares.
No caso do Paraná, existe potencial para exportação de 145 mil toneladas em 2021, um acréscimo de mais de 5% em relação ao ano de 2020, com receitas estimadas na ordem de 332 milhões de dólares.
Para o ano que vem, as projeções da ABPA indicam que poderão ser exportadas 165 mil toneladas pelas companhias paranaenses, com uma receita cambial de 377 milhões de dólares.
Além dos dois Estados, Acre, Rondônia, parte do Amazonas e de Mato Grosso também estão entre as novas áreas reconhecidas pela OIE como livres de aftosa sem vacinação. Nestas regiões, a principal cadeia beneficiada é a de bovinos.
Informações Reuters