A ação da BR Distribuidora teve preço fixado em R$ 26 no ‘follow-on’. A operação marca a saída total da Petrobras da distribuidora com a venda dos 37,5% que a petroleira detinha.
O comunicado foi feito pela empresa (BOV:BRDT3), na quarta-feira (30).
A Petrobras levanta com a operação R$ 11 bilhões e 358 milhões.
“O percentual das ações a ser ofertado pela Petrobras no âmbito da Oferta será de 37,5% do capital social da BR, que corresponde à totalidade da participação atualmente detida pela Petrobras na BR”, afirmou a estatal.
As ações objeto da oferta passarão a ser negociadas na B3 em 2 de julho de 2021, sendo que a liquidação física e financeira das ações ocorrerá no dia 5 de julho de 2021.
VISÃO DO MERCADO
Ativa Investimentos
A saída da Petrobras do capital da distribuidora de combustíveis tem sido bem recebida por analistas, já que na visão do mercado retira qualquer risco político em torno da empresa, além de ampliar as expectativas de que o negócio se modernize mais rapidamente. “A saída da estatal desvincula, em parte, a BR dos riscos oriundos de seu atual acionista majoritário”, comenta Ilan Arbetman, analista de pesquisa da Ativa Investimentos.
Credit Suisse
Já analistas do Credit Suisse apontam que as perspectivas para a BR são positivas, na esteira da recuperação econômica, que deve ficar ainda mais em evidência com o avanço da vacinação, segundo relatório. Os analistas veem o preço-alvo para a ação da BR a R$ 43, potencial valorização de mais de 60% ante o fechamento de ontem.
UBS
Na sequência da venda da fatia da BR Distribuidora pela Petrobras, os analistas do UBS reiteraram recomendação de compra e elevaram o preço-alvo de BRDT3 de R$ 30 para R$ 35. “Com a venda concluída, nós acreditamos que a ação da BR Distribuidora está pronta para materializar a performance positiva de todas as melhores operacionais alcançadas desde a privatização”, apontam os analistas.
BR Distribuidora (BRDT3): lucro líquido de R$ 492 milhões no 1T21, avanço de 110,3%
A BR Distribuidora registrou lucro líquido de R$ 492 milhões no primeiro trimestre de 2021, avanço de 110,3% na comparação anual.
A receita líquida nos três primeiros meses do ano atingiu R$ 26,133 bilhões, o que equivale a uma alta de 23,3%, em comparação com o primeiro trimestre de 2020 e de 7,6% em comparação com o último trimestre do ano passado.
O ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – ajustado ficou em R$ 1,182 bilhão entre janeiro e março desse ano, ante R$ 545 milhões anotados no mesmo período em 2020. A margem Ebitda ajustada, por sua vez, passou de 2,6% no primeiro trimestre do ano passado, para 4,5% no primeiro trimestre desse ano.
Além disso, a companhia destaca que na comparação anual, houve um crescimento de 1,6% no volume total vendido, para 9,337 milhões de metros cúbicos, “principalmente em razão das maiores vendas de diesel (+9,5%), de produtos Ciclo Otto (+8,6%) e Óleo Combustível (+67,4%), estes que foram parcialmente compensados, entre outros, pelas menores vendas de produtos de Aviação (-12%), setor ainda sobre forte impacto da Pandemia do COVID-19, além de menores vendas de coque (-35,6%)”.
O volume de vendas na rede de postos cresceu 9,6%, para 5,430 milhões de metros cúbicos, ao passo que o volume de vendas para o B2B caiu 6,7%, para 3,175 milhões de metros cúbicos, na comparação anualizada. Já no mercado de aviação, houve uma queda de 12,1%, na mesma base comparativa, para 732 mil metros cúbicos.
Em relação ao segmento de aviação, a BR Distribuidora destaca que “os volumes do segmento de aviação se mantiveram praticamente constantes na comparação QoQ e apresentaram uma redução de -12,1% na comparação YoY, refletindo ainda os fortes impactos de redução de voos devido à pandemia da COVID-19”.