O patrimônio líquido das famílias americanas atingiu novos patamares no início de 2021.
Graças em grande parte a um aumento no mercado de ações, o balanço total para famílias e organizações sem fins lucrativos subiu para US$ 136,9 trilhões no primeiro trimestre, um ganho de 3,8% em relação ao final de 2020, de acordo com dados do Federal Reserve divulgados quinta-feira (10).
Desse total, US$ 3,2 trilhões vieram de participações acionárias, enquanto US$ 1 trilhão foi devido à escalada contínua dos valores imobiliários. O S&P 500 ganhou 7% no trimestre, uma vez que os investidores anteciparam o aumento dos lucros corporativos e uma política fiscal e monetária acomodatícia, ao mesmo tempo que colocaram apostas especulativas nas chamadas “ações de meme”, como a Game Stop, Blackberry e Bed Bath and Beyond.
De uma perspectiva histórica, o patrimônio líquido das famílias quase dobrou em relação ao seu nível de uma década atrás, enquanto a nação ainda estava escapando dos estertores da Grande Recessão.
O aumento deixou o patrimônio líquido como parcela do rendimento disponível em pouco menos de 700%, fora do recorde histórico no final de 2020, mas ainda elevado em termos históricos.
A dívida das famílias totalizou US$ 16,9 trilhões no trimestre, crescendo a uma taxa de 6,5%, o ritmo mais rápido desde 2006.
O ganho no valor das famílias ocorreu quando a taxa de crescimento da dívida total privada e do governo desacelerou para 5,8%, de 6,3% no quarto trimestre de 2020, e foi muito menor do que no primeiro trimestre do ano passado. Foi quando os gastos do governo injetaram trilhões na economia e provocaram um crescimento da dívida em um nível de 10,8%, seguido por um aumento de 25,6% no segundo trimestre.
A dívida do governo federal aumentou 6,5% no primeiro trimestre, bem abaixo da taxa de 10,9% nos últimos três meses de 2020, mas ainda o suficiente para empurrar o nível de dívida total para pouco menos de US$ 28 trilhões no final do trimestre. A dívida das administrações públicas estadual e local aumentou 3,8%, face a 1,6% no trimestre anterior.
Após desacelerar consideravelmente no segundo semestre de 2020, o endividamento das empresas voltou a aumentar, crescendo a um ritmo de 4,4%.