A MRV&Co registrou volume de R$ 2,084 bilhões em lançamentos no terceiro trimestre deste ano, leve alta de 0,5% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a prévia operacional divulgada nesta segunda-feira, 18, pela companhia. O grupo apresentou avanço de 2,4% nas vendas líquidas na comparação anual, atingindo R$ 2,014 bilhões, com a venda de 8.455 unidades.
O comunicado foi feito pela empresa (BOV:MRVE3) nesta segunda-feira (18).
Entre os destaques, a MRV&Co aponta que registrou a venda de ativos da história da AHS, subsidiária da construtora nos Estados Unidos, que vendeu dois empreendimentos por um valor total de R$ 669 milhões (US$ 123 milhões).
A venda sobre oferta (VSO) do braço da MRV foi de 14% no período, com queda de 7,2 pontos porcentuais em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
Já o banco de terrenos (land bank) total do grupo somou R$ 66,9 bilhões no trimestre, com avanço anual de 15,3%.
Segundo a companhia, MRV&Co adotou uma estratégia mais agressiva de aumento de preços, com o objetivo repassar parte da inflação nos custos de materiais observada ao longo dos últimos trimestres, além de testar a demanda em suas diversas praças de atuação e linhas de produtos.
A MRV pretende divulgar os resultados do 3T21 no dia 10 de novembro.
VISÃO DO MERCADO
Bradesco BBI
O Bradesco BBI destaca que apesar do fracasso em suas estimativas de vendas, os lançamentos de CVA da MRV apresentaram números operacionais razoáveis.
Citi
O Citi afirmou que a MRV divulgou bons números de lançamentos no terceiro trimestre, beneficiada pelas operações nos Estados Unidos, mas vendas abaixo do esperado no Brasil.
No trimestre encerrado em setembro, a MRV lançou US$ 2,09 bilhões em valor geral de vendas. O volume de lançamentos de sua operação principal aumentou 10% no trimestre, refletindo a estratégia da empresa de manter as margens brutas em meio à inflação de custos e ao novo teto de preço mais alto da Casa Verde Amarela.
As vendas líquidas da MRV no Brasil atingiram R$ 1,39 milhão, 12% abaixo das estimativas do Citi. Os preços foram reajustados em 3% na comparação com o segundo trimestre e 7% na comparação anual, impactando negativamente a velocidade de vendas, que encerrou o período em 14%, uma queda de 7,2 pontos percentuais ante o ano passado.
A MRV vendeu ainda dois projetos da AHS na Flórida com uma margem bruta média de 27% e VGV de US$ 123 milhões. Ambos os empreendimentos foram vendidos em fase de construção, ao contrário dos anteriores que já estavam estabilizados, o que é um indicativo de um mercado aquecido, pois há mais risco antes da estabilização.
Os projetos totalizaram 492 unidades e representarão um fluxo de caixa de US$ 57,5 milhões, aproximadamente R$ 313 milhões, no câmbio atual. A transação representou um lucro bruto de US$ 33 milhões. Durante 2021, outros 4 projetos deverão ser vendidos, com um VGV de US$ 184 milhões.
Citi mantém a recomendação de compra com preço-alvo em R$ 19,00.
Credit Suisse
Os resultados operacionais da MRV Engenharia no terceiro trimestre foram fracos, diz o Credit Suisse, mas com avanço na sua diversificação de portfólio fora do programa Casa Verde e Amarela (CVA).
Os analistas Daniel Gasparete, Pedro Hajnal e Vanessa Quiroga falam que a empresa viu uma forte desaceleração na velocidade de vendas por conta da mudança em sua estratégia de preços, para mitigar os efeitos da inflação.
Os lançamentos da empresa, retirando as subsidiárias Luggo e Urba, somaram R$ 1,65 bilhão, 13% abaixo do esperado pelo banco suíço. Já as vendas líquidas foram de R$ 1,35 bilhão, 15% menos que o projetado para o período.
“A companhia parece estar com velocidade total na diversificação das suas operações, com volume de lançamentos significativo na Luggo, avançando com a Sensia e tendo números positivos na AHS”, comentam os analistas.
Credit Suisse tem recomendação neutra com preço-alvo em R$ 17,00…
Itaú BBA
Já na avaliação do Itaú BBA, a construtora apresentou números consolidados decentes, apoiados pela venda previamente anunciada do portfólio da AHS (divisão dos EUA) e o lançamento de oito projetos sob a marca Luggo.
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