A BRF fará uma oferta subsequente (follow on) que pode girar até R$ 8 bilhões, ao preço do fechamento de ontem.
O fato relevante foi feito pela companhia (BOV:BRFS3) nesta terça-feira (18).
Serão distribuídas inicialmente 270 milhões de ações na oferta primária (novas ações) e até 20% em lote adicional, ou seja, mais 54 milhões, cujo preço será definido após o encerramento do procedimento de bookbuilding, no dia 1 de fevereiro.
Ao preço do fechamento de ontem (17/01), a oferta básica poderia girar R$ 6,682 bilhões e a total, com a colocação do lote adicional na íntegra, R$ 8,019 bilhões.
O fato relevante divulgado sobre a operação, que é acompanhada de perto por mesas de operação, pois abre caminho para a Marfrig, que já detém 31,66% de participação, possa tentar assumir o controle da BRF.
A primeira data de corte da oferta prioritária será no dia 20 próximo e o período de reserva irá de 24 a 28 de janeiro. O início de negociação das ações da oferta na B3 está previsto para 3 de fevereiro.
Os bancos coordenadores da oferta, com esforços no exterior, são Citi (líder), Bradesco BBI, BTG Pactual, Itaú BBA, JPMorgan, Morgan Stanley, Safra, Santander, BofA, Credit Suisse e UBS.
VISÃO DO MERCADO
Mirae Asset
A aprovação, pela BRF, da proposta de fazer uma oferta subsequente de ações (follow-on), de até 325 milhões de papéis, que pode render algo na faixa de R$ 7,7 bilhões para a companhia, pode normalizar sua estrutura de capital e levar a a Marfrig a assumir o controle da companhia, opinou a Mirae Asset, em seu relatório matinal.
“Existe expectativa de que nesta operação a Marfrig possa assumir o controle da BRF. Apesar da Petros se opor a operação, o argumento que sustenta a captação é que a empresa se encontra alavancada, com uma relação dívida líquida/ebitda superior a 3x”, aponta a análise.
Na visão da Mirae, o movimento da Marfrig é o fator surpresa da oferta, em que a acionista pode concluir o aumento de participação no controle da BRF, sem necessitar acionar o “tag along” (mecanismo que visa dar mais garantia aos acionistas minoritários, nos casos de mudança no controle da companhia).
A análise foi divulgada antes do fato relevante em que a BRF informa que fará uma oferta pública de distribuição primária de, inicialmente, 270 milhões de novas ações ordinárias, incluindo American Depositary Shares (ADSs) representadas por American Depositary Receipts (ADRs), a ser realizada no Brasil e nos Estados Unidos, deve ocorrer em 3 de fevereiro, segundo cronograma da oferta divulgado em fato relevante nesta terça-feira. O preço por ação deverá ser fixado e aprovado pelo conselho da BRF em 1 de fevereiro. O preço atual da ação ordinária da companhia (BRFS3) é cotado em R$ 23,72.
Mirae tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 27,38…
XP Investimentos
Em relatório, a XP destacou considerar a potencial desalavancagem após a emissão como positiva para a BRF.
Os analistas destacam que a BRF está sendo negociada a um múltiplo de 5,1 vezes o valor da empresa sobre o lucro antes de juros impostos, depreciações ou amortizações (ou múltiplo de EV/Ebitda), abaixo do valor que consideram justo de 6,1 vezes, mas mantêm recomendação neutra devido às incertezas sobre as perspectivas da empresa, a maioria delas não relacionadas aos seus fundamentos.
A XP diz que o follow-on também pode permitir que a Marfrig (MRFG3) compre mais ações, em continuidade ao movimento do ano passado. Para os analistas, seria positiva a formação de uma nova empresa a partir da fusão entre elas, principalmente devido às sinergias comerciais positivas, embora diferenças culturais possam representar um risco no curto prazo.
Informações Broadcast