A B3 reportou um lucro líquido recorrente de R$ 1,24 bilhão no primeiro trimestre, valor 0,9% superior ao do quarto trimestre e 7,2% menor que o de igual período do ano passado.
O recuo do lucro é explicado, em parte, pela queda da receita líquida da companhia, que caiu 4,7% na mesma base, para R$ 2,28 bilhões. “A queda no faturamento total é explicada, principalmente, pela baixa na receita dos segmentos Listado e Infraestrutura para financiamento, apesar do crescimento nos demais segmentos”, explica a B3.
A receita líquida da bolsa, por sua vez, foi de R$ 2,285 bilhões, 4,8% maior do que o registrado no trimestre anterior e queda de 4,7% na base anual.
O Ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – recorrente da B3 caiu 11,5%, para R$ 1,7 bilhão. A margem Ebitda recorrente foi de 75,4%, uma queda de 766 bps.
O resultado financeiro foi positivo em R$ 229 milhões, revertendo prejuízo financeiro de R$ 43,8 milhões do primeiro trimestre de 2021.
“Esse aumento é explicado pelo alta da taxa de juros e pelo avanço do caixa pelas emissões de dívidas feitas no mercado nacional e internacional (debêntures de R$ 3,0 bi e bond de US$ 700 mi) em maio e setembro de 2021, respectivamente”, afirma a companhia.
As receitas totais somavam R$ 2,5 bilhões, recuo de 4,6% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado e praticamente em linha aos R$ 2,43 bilhões do quarto trimestre de 2021. Segundo a bolsa, as receitas foram impactadas pelo menores volumes no segmento listado, que ainda não contemplava as totalmente as mudanças na política de preços, implementadas em fevereiro do ano passado.
As despesas da B3 somaram R$ 856,4 milhões no primeiro trimestre, representando uma alta de 29,5% em 12 meses e de 5,7% no trimestre.
Já o patrimônio líquido no final de março estava em R$ 21,8 bilhões, composto, principalmente, pelo capital social de R$12,5 bilhões e pela reserva de capital de R$7,9 bilhões.
A B3 encerrou março com ativos totais de R$50,7 bilhões, queda de 3,4% frente a dezembro. As disponibilidades e aplicações financeiras (circulante e não-circulante) totalizaram R$ 21,2 bilhões. De acordo com a bolsa, a posição de caixa inclui R$ 302,6 milhões em juros sobre o capital próprio e R$783,3 milhões em dividendos referentes ao quarto trimestre, ambos pagos em abril.
No segmento Listado, o volume financeiro médio diário negociado no mercado à vista de ações (ADTV) totalizou R$ 31,1 bilhões, queda de 15,3%. No segmento de derivativos listados, o ADV totalizou 3,7 bilhões de contratos, também em linha com o resultado de um ano antes, com -1,1%.
De acordo com a B3, a queda no ADTV do mercado à vista de ações veio de “uma maior volatilidade relacionada ao cenário político do Brasil e a segunda onda do Covid-19 no 1T21”.
No fechamento do trimestre, a B3 possuía endividamento bruto de R$13,5 bilhões (77% de longo prazo e 23% de curto prazo), correspondente a 1,9x o EBITDA recorrente dos últimos 12 meses.
Já o patrimônio líquido no final de março estava em R$ 21,8 bilhões, composto, principalmente, pelo capital social de R$12,5 bilhões e pela reserva de capital de R$7,9 bilhões.
Alteração de guidance para 2022
A B3 anunciou ainda que alterou algumas de suas projeções para 2022. Os gastos com novas iniciativas e negócios, que incluem parte das despesas (com investimentos em pesquisas mais dinâmicos) e o Capex, saíram do intervalo de R$ 380 e R$ 440 milhões para algo entre R$ 585 e R$ 665 milhões.
Os gastos com depreciação e amortização, por sua vez, saíram do intervalo de R$ 990 milhões e R$ 1,045 bilhão. As despesas atreladas ao faturamento, por fim, saíram do período entre R$ 255 e R$ 305 milhões para R$ 265 e R$ 325 milhões.
Os resultados da B3 (BOV:B3SA3) referentes às suas operações do primeiro trimestre de 2022 foram divulgados no dia 13/05/2022. Confira o Press release na íntegra!
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters