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Camil não vê cenário de ruptura de demanda neste ano com cenário econômico adverso com inflação elevada e corrosão do poder de compra da população

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A Camil Alimentos não vê cenário de ruptura de demanda neste ano, em meio ao cenário econômico adverso com inflação elevada e corrosão do poder de compra da população. “Nosso produtos são mais básicos e menos discricionários. Historicamente, a demanda de arroz e feijão é menos inelástica. Na composição do prato brasileiro, é responsável por praticamente a metade do consumo, mas em pressão monetária representa menos. É mais fácil primeiro consumidor mudar proteína do que fonte de carboidrato, por isso não vemos mudança na demanda”, disse o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da empresa, Flávio Vargas, ao Broadcast Agro.

Vargas, contudo, pondera que a companhia acompanha a possibilidade de ocorrer um movimento de trade down – quando o consumidor opta por produtos de menor valor agregado em detrimento de produtos de maior valor agregado. “O que nos desperta cautela neste momento é que em cenário de menor poder de compra, consumidor pode migrar para produto de menor valor agregado, que tem impacto menor no preço e maior na margem”, comentou. Entretanto, ele conta que no ano passado, quando já havia queda no poder de compra, a companhia conseguiu crescer “intensamente” mais nas principais marcas premium do portfólio que nas da faixa inferior. “Neste momento de preocupação, o consumidor acaba valorizando produtos que têm capacidade de entrega. “Cada centavo conta, mas a diferença entre um pacote de arroz de 5kg premium e o um da faixa de ocupação (nível inferior de preço), às vezes, é R$ 1,00 ou 1,50, menos do que gasta com outros itens e opta por produto de qualidade”, explicou o executivo.

Por outro lado, ele avalia que o portfólio da Camil (BOV:CAML3) pode capturar uma possível migração de consumo entre os produtos premium e de valor inferior – chamados de faixa de ocupação. “Em todas as categorias, o portfólio é completo e abrange desde faixa premium, intermediária, a de ocupação e a de maior valor agregado. Do ponto de vista de posicionamento, a Camil tem capacidade de atender cliente inclusive neste movimento”, apontou.

Em contrapartida, Vargas aponta que o reajuste de preços tende a continuar sendo feito pela Camil à medida que os preços das commodities se mantêm em alta. A estratégia de precificação, segundo ele, depende da dinâmica de cada categoria e do porcentual de aumento do custo de cada matéria-prima. “Em feijão, que tem muita volatilidade, o repasse é imediato. Em arroz, leva uma semana. Em açúcar, vemos de dois a três movimentos por mês, dependendo da intensidade da mudança. Em massas, a dinâmica é um pouco mais lenta. Para a empresa, quanto mais rápido conseguir repassar, melhor”, disse o executivo.

Ele ressaltou que os repasses do aumento do custo para o valor final dos produtos são necessários em virtude da margem de “rentabilidade apertada” da indústria de alimentos, de cerca de 10% diferentemente de outros segmentos que possuem margens de 35%. “Qualquer diferença de preço, tem impacto muito grande no resultado, o que faz com que a dinâmica venha ser de reajustes mais imediatos, tanto de alta quanto de queda”, apontou.

De acordo com o executivo, no momento, os repasses estão sendo absorvidos pelo varejo e consumidor final. A companhia não vê dificuldade para o reajuste dos produtos. “Historicamente, as categorias que operamos conseguem fazer repasse de preço. A maior parte do reajuste sempre é feita. Em alguns anos é mais difícil, em outros é mais fácil. Neste momento que as notícias mostram o aumento dos preços e questões de produção é mais fácil de explicar o repasse”, afirmou. Ele citou, como exemplo, a perda de um ponto porcentual da margem Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa do ano passado por dinâmica de pressão de varejo e menor repasse que o custo. No ano fiscal de 2021, encerrado em fevereiro deste ano, a Camil obteve margem Ebitda de 9%, abaixo dos 10% perseguidos pela companhia.

Informações Broadcast

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