A Terra Santa registrou lucro líquido de R$ 315 mil no primeiro trimestre de 2022 (1T22), um recuo de 98,6% frente ao mesmo trimestre de 2021.
Em igual período do ano passado, esse lucro foi bem maior, de US$ 23,4 milhões. Segundo a companhia, a comparação entre os dois períodos não é adequada, “visto que os dados históricos referem-se aos dados da até então subsidiária integral da Terra Santa Agro, enquanto que os dados correntes passam a incorporar despesas operacionais e financeiras que migraram da controladora (Terra Santa Agro) para a Terra Santa Propriedades Agrícolas”.
A receita líquida somou R$ 23,7 milhões entre janeiro e março deste ano, queda de 37,9% na comparação com igual etapa de 2021.
A receita líquida de produtos agrícolas foi de R$ 727 mil comparativamente a R$ 4,5 milhões no mesmo período de 2020. Enquanto que a receita dos produtos vendidos do 1T22 refere-se a venda de madeira fruto do manejo florestal, a receita do 1T21 refere-se a venda da soja fruto da parceria agrícola, encerrada em agosto de 2021.
O ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – ajustado caiu 57,6% na base anual, totalizando R$ 16 milhões. Já a margem Ebitda ajustada atingiu 69,8% nos três primeiros meses do ano, baixa de 29,4 ponto percentual frente a margem registrada entre janeiro e março do ano passado.
O lucro bruto totalizou R$ 22,2 milhões no primeiro trimestre deste ano, uma redução de 41,6% em relação ao mesmo trimestre de 2021. A margem bruta foi de 93,8% no 1T22, queda de 6 pontos percentuais na comparação com 1T21.
A companhia apresentou um resultado financeiro líquido negativo de R$ 7,2 milhões, contra um resultado financeiro líquido negativo de R$ 2,8 milhões no 1T21.
O custo de produtos vendidos foi de R$ 1,5 milhões comparativamente a R$ 65 mil. Como a Companhia não possui mais atividades operacional, esse custo refere-se a depreciação dos investimentos.
As despesas operacionais foram de R$ 12,1 milhões ante R$ 1,6 milhão no 1T21.
As despesas gerais e administrativas totalizaram R$ 6,2 milhões no 1T21, resultado principalmente da remuneração da administração e despesas com pessoal; provisão para pagamento do plano de incentivo em ações da Diretoria (não recorrente) e despesas com assessorias tributárias, jurídicas e outras assessorias.
O endividamento financeiro da empresa diminuiu 12% em reais, passando de R$ 72,4 milhões em 31 de dezembro de 2021 para R$ 63,8 milhões em 31 de março de 2022, reflexo da amortização de principal e juros ocorrida no trimestre. O endividamento líquido, por sua vez, encerrou o primeiro trimestre em R$ 55,9 milhões.
Os resultados da Terra Santa (BOV:LAND3) referente suas operações do primeiro trimestre de 2022 foram divulgados no dia 09/05/2022. Confira o Press Release completo!
Teleconferência
A Terra Santa, empresa exclusivamente focada no mercado imobiliário rural, apresentou nesta terça (10) os resultados do primeiro trimestre de 2022 (1T22) e, em teleconferência com analistas de mercado, ressaltou o não interesse de aumentar o seu portfólio de terras.
“A gente não tem intenção de usar a receita de arrendamento e de manejo florestal para comprar novas fazendas”, disse José Humberto Teodoro, CEO da companhia. A receita, de acordo com o executivo, será destinada ao pagamento de dividendos.
Atualmente, a empresa possui 80,5 mil hectares em área total, divididas em sete fazendas localizadas no estado do Mato Grosso – cindo dessas fazendas estão arrendadas a SLC Agrícola.
“O que nós fizemos nesse ano que passou foi o pagamento do percentual máximo permitido de dividendos, 95% do lucro líquido”, disse o executivo.
“O que a gente planeja fazer é que toda a receita de arrendamento, o plano é convertê-la em dividendos, ou seja, pagamos as despesas e o lucro vira dividendos”, destacou José Humberto Teodoro.
Arredamentos como geração de receita
Segundo o executivo, o arrendamento de terras representa 96% dos negócios da empresa, e uma parte do restante é oriunda de venda de madeira a partir de manejo florestal.
Em abril de 2022, de acordo com reportado pela empresa, houve o recebimento de R$ 95,9 milhões referente ao contrato de arrendamento com a SLC (SLCE3) para a safra 2021/22. Estes recursos serão utilizados para amortização de dívidas, pagamento dos dividendos anunciados e compromissos operacionais da companhia, de acordo com o relatado no balanço pela empresa.
Comparativo de lucro líquido não se mostra adequado
A Terra Santa reportou lucro líquido de R$ 315 mil no primeiro trimestre de 2022, um recuo de 98,6% frente ao mesmo trimestre de 2021, que foi de R$ 23,4 milhões.
Segundo a empresa, comparabilidade com dados dos períodos anteriores não se mostra adequada, visto que os dados históricos referem-se aos dados da até então subsidiária integral da Terra Santa Agro, enquanto que os dados correntes passam a incorporar despesas operacionais e financeiras que migraram da controladora (Terra Santa Agro) para a Terra Santa Propriedades Agrícolas.
A companhia operava no segmento de parceria e comercialização agrícola até agosto de 2021, quando concluiu-se o processo de incorporação de ações da empresa pela SLC Agrícola. A partir de setembro de 2021 a empresa passou a explorar exclusivamente o arrendamento de suas propriedades agrícolas.