2T22 da General Motors fica abaixo das expectativas de Wall Street, pois a cadeia de suprimentos desafia o lucro

A General Motors (NYSE:GM) divulgou na terça-feira (26) resultados do segundo trimestre que ficaram abaixo das estimativas de Wall Street, depois que a empresa não conseguiu enviar quase 100.000 veículos até o final do trimestre devido à escassez de peças.

Mas a empresa manteve sua orientação anterior de ganhos para o ano inteiro, dizendo estar confiante de que será capaz de aumentar a produção no segundo semestre de 2022. Também confirmou que bloqueou suprimentos suficientes de materiais críticos relacionados a baterias para apoiar seu planos de EV da década.

As ações da empresa caíram cerca de 1,59% nas negociações de pré-mercado na terça-feira.

A General Motors também é negociada na B3 através do ticker (BOV:GMCO34).

Aqui estão os principais números, comparados com as expectativas de consenso de Wall Street, compiladas pela Refinitiv.

• Lucro ajustado por ação: US$ 1,14, contra US$ 1,20 esperado e US$ 1,97 no segundo trimestre de 2021.
• Receita: US$ 35,76 bilhões, contra US$ 33,58 bilhões esperados e US$ 34,17 bilhões no segundo trimestre de 2021.
• EBIT ajustado: US$ 2,34 bilhões, contra US$ 4,12 bilhões no segundo trimestre de 2021.
• Margem ajustada ao EBIT: 6,6%, versus 11,2% no primeiro trimestre de 2022 e 12,0% no segundo trimestre de 2021.

A CEO Mary Barra disse em comunicado que a GM tem “acordos vinculativos” para garantir todas as matérias-primas relacionadas a baterias de que precisará para construir 1 milhão de veículos elétricos anualmente na América do Norte até 2025, incluindo “novos acordos plurianuais” anunciados na terça-feira com Livent para lítio e com o parceiro de bateria GM de longa data LG Chem para material catódico.

Como outras montadoras globais, a GM vem trabalhando com interrupções na cadeia de suprimentos nos últimos trimestres, à medida que os surtos de Covid-19 – e mais recentemente, a invasão da Ucrânia pela Rússia – forçaram o fechamento de fábricas e causaram estragos na logística em todo o mundo.

Essas interrupções foram sentidas nas concessionárias da GM nos EUA, onde os estoques continuam apertados. Os revendedores tiveram apenas 10 a 15 dias de estoque no ano passado, inclusive até o segundo trimestre, disse a empresa na terça-feira. Isso é muito mais apertado do que o valor de 60 a 90 dias que era típico antes da pandemia de Covid-19.

Mas a GM espera levar mais veículos para seus revendedores em breve. A empresa disse aos investidores em 1º de julho que tinha cerca de 95.000 veículos com componentes faltando em seu estoque. A empresa confirmou na terça-feira que espera concluir e enviar esses veículos – muitos deles SUVs de alta margem – nos próximos meses.

A GM, como a maioria das montadoras, registra a receita quando um veículo completo é enviado às concessionárias, não antes.

“Estamos operando com volumes menores devido à escassez de semicondutores no ano passado e entregamos bons resultados apesar dessas pressões”, disse Barra. “Há preocupações com as condições econômicas, com certeza. É por isso que já estamos tomando medidas proativas para gerenciar custos e fluxos de caixa, incluindo a redução de gastos discricionários e a limitação de contratações para necessidades críticas e cargos que apoiem o crescimento.

“Também modelamos muitos cenários de desaceleração e estamos preparados para tomar medidas deliberadas quando e se necessário”, disse ela.

Barra disse que a GM ainda está confiante de que cumprirá sua orientação anterior para todo o ano. A empresa espera lucro líquido entre US$ 9,6 bilhões e US$ 11,2 bilhões para 2022.

“Essa confiança vem de nossa expectativa de que a produção global da GM e as entregas no atacado aumentarão acentuadamente no segundo semestre”, disse ela.

Fontes: CNBC, WSJ, FX empire, FX Street, Reuters, The Street