O Grupo Mateus reportou um lucro líquido de R$ 264 milhões no segundo trimestre de 2022 (2T22), um crescimento de 38,6% na comparação anual.
A receita líquida cresceu 39,7% na mesma base de comparação, para R$ 5,2 bilhões.
Segundo a companhia, durante o trimestre, o segmento de varejo registrou uma receita bruta de R$ 1,6 bilhão, com aumento de 33,4%, representando 28% do faturamento do grupo.
⇒ Varejo
O segmento de Varejo, que inclui supermercados, hipermercados e lojas de vizinhança, registrou uma receita bruta de R$ 1,6 bilhão, com um crescimento de 33,4%, e representou 28% do faturamento bruto do Grupo. As bandeiras Hiper/Super e Camiño cresceram 22,7% e 62,6%, respectivamente.
As vendas nas mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês) foi de 15,4%, para os quais as lojas de Hiper/Super contribuíram com 12,5% e os Camiño, com 23,5% – o Grupo Mateus fechou o trimestre com 222 lojas em operação, sendo 4 inauguradas apenas no 2T22.
⇒ Atacarejo
O Atacarejo, segmento mais representativo do Grupo, manteve seu forte ritmo, com receita bruta de R$ 2,9 bilhões e crescimento de 47,5%.
⇒ Eletro
A receita do segmento de Eletro totalizou R$ 281 milhões, com um aumento de 15,5%. O formato representou 5% do faturamento total do Grupo.
A abertura de novas lojas foi o principal fator para o desempenho do período.
O Ebitda – lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização – ajustado foi de R$ 353 milhões, uma alta anual de 38,5%. Já a margem Ebitda ajustada ficou estável em 6,8%.
O resultado financeiro do 2T22 totalizou R$ 33 milhões, um aumento de 144,7%, e representou 0,6% da receita líquida, versus 0,4% observado no 2T21.
O lucro bruto totalizou R$ 1,2 bilhão no segundo trimestre, com um crescimento de 36,1%. A margem bruta foi de 22,6%.
As despesas com venda totalizaram R$ 787 milhões, um aumento de 36,6%, decorrente do robusto crescimento da receita.
As despesas administrativas somaram R$ 97 milhões, crescimento de 30,9%. Como percentual da receita líquida, o valor representou 2,1%, ima melhora de 0,1 ponto percentual.
As despesas cresceram 32,7%, indo a R$ 822,6 milhões, representando 1,9% da receita líquida, uma melhora de 0,3 ponto percentual em relação ao 2T21.
Os investimentos do grupo totalizaram R$ 229 milhões no trimestre, uma queda de 20,2% em relação ao 2T21.
O principal motivo para a redução foi a queda observada na linha de lojas e terrenos, consequência de dois fatores: a menor quantidade de lojas abertas no trimestre e a estratégia da companhia de optar por mais construções no modelo built to suit.
Durante o segundo trimestre, o grupo finalizou operações de sale leaseback referentes à venda de uma loja e terrenos, que totalizaram 79 milhões retornando para o caixa da empresa.
O Grupo Mateus encerrou 2022 com uma dívida líquida de R$ 173 milhões, comparado a uma dívida líquido de R$ 162 milhões ao final de 2021.
Em relação entre a dívida líquida e o ebitda ajustado foi de caixa de 0,1x ao final do período, em linha com os valores observados anteriormente e dentro do patamar considerável saudável do grupo.
Os resultados do Grupo Mateus (BOV:GMAT3) referentes suas operações do segundo trimestre de 2022 foram divulgados no dia 12/08/2022. Confira o Press Release completo!
VISÃO DO MERCADO
Itaú BBA
O Itaú BBA vai no mesmo sentido, apontando também que o Grupo Mateus traz uma combinação de triggers [catalisadores] positivos no curto prazo junto de um valuation descontado de acordo com as novas projeções. Nesta quinta, o BBA colocou GMAT3 como a sua top pick.
“A dinâmica do capital de giro tem sido desafiadora para o Grupo Mateus nos últimos trimestres, principalmente devido ao aumento dos dias de estoque à medida que a empresa adapta sua estratégia de sortimento em novas regiões”, destacam Thiago Macruz, Maria Infantozzi e Gabriela Moraes, analistas do BBA que assinam o relatório. “Estamos monitorando de perto esse problema, e a empresa fez algumas melhorias importantes no segundo trimestre. Esperamos que este tema continue a ser uma prioridade e que melhoras sejam vistas gradualmente”.
A companhia virou, contudo, a principal escolha do setor para o banco após os resultados do segundo trimestre. Mesmo com a expansão maciça da companhia ameaçando o fluxo de caixa, com mais gastos em capital de giro, o pior, para o BBA, parece já ter passado.
“Houve melhora nas tendências de fluxo de caixa da empresa e a alavancagem operacional, mais do que bem-vinda, levou a rentabilidade acima da expectativa geral. Agora estamos mais confortáveis em pagar pela expansão”, defenderam os analistas.
No último ano, a companhia abriu mais de 40 lojas, chegando a 222 unidades no final de junho de 2022.
“O Grupo Mateus tem uma clara posição de liderança no Maranhão e no Pará, criando grandes barreiras de entrada para players nacionais nesses estados. Olhando para o futuro, esperamos que a empresa continue sua expansão constante em outras regiões do Norte e Nordeste”, destaca o BBA. “Estimamos uma expansão de área de 15% entre 2021 e 2024, o que deve levar a um aumento da receita líquida”.
No curto prazo, a atuação geográfica do varejista ainda traz, de acordo com os especialistas, as “melhores oportunidades”, pelo fato de a região ser a mais beneficiada pelo Auxílio Brasil – o que deve ser potencializado com as ações promocionais de aniversário que o grupo traz na segunda metade do ano.
O BBA, com isso, atualizou sua expectativa de receita para 2022 para R$ 22 bilhões, alta de 3% frente a sua última projeção. Para 2023, a projeção é de um faturamento de R$ 28 bilhões, sem alterações, e para 2024, de R$ 36 bilhões, número revisado 2,4% para cima. Os analistas veem a ação sendo negociada a 9 vezes o preço em relação ao lucro em 2023, muito abaixo de seus pares.
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XP Investimentos
“Além de apresentar fortes resultados do segundo trimestre de 2022, o Grupo Mateus anunciou Túlio de Queiroz, antigo diretor financeiro (CFO) da Guararapes (GUAR3) como seu novo CFO, além da mudança do papel de Ilson de diretor presidente (CEO) para chairman do conselho de administração, com Jesuíno Borges Filho assumindo como novo CEO”, abrem, em relatório, os analistas Danniela Eiger, Thiago Suedt e Gustavo Senday, da XP Investimentos.
Enquanto a mudança do cargo de CEO, para os analistas, tem menor impacto, a nomeação de Túlio de Queiroz, que tem ampla experiência no ramo de varejo e finanças, deve ajudar a companhia a melhorar internamente e também a avançar na sua comunicação com o mercado.
“Acreditamos que o anúncio, combinado com os resultados sólidos reportados marcam um novo ciclo, com melhora na governança corporativa, melhor dinâmica de capital de giro e de investimentos e ventos favoráveis para crescimento de receita por conta da maturação de lojas e aumento do Auxílio Brasil”, explicam os especialistas da XP.
Com isso, os analistas colocaram na semana passada a ação GMAT3 junto com Assaí (ASAI3) entre as suas preferências no varejo alimentar, uma vez que veem dinâmicas positivas para o segundo semestre.
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