As ações da Meta Platforms (NASDAQ:META) continuaram em queda livre em 2022, caindo 17% nas negociações estendidas de quarta-feira (26), depois que a controladora do Facebook divulgou uma previsão fraca para o quarto trimestre e ficou bem abaixo das expectativas de Wall Street para os lucros.

A Meta Platforms também é negociada na B3 através do ticker (BOV:M1TA34).

Resultados

• Lucro por ação (EPS) : US$ 1,64 vs US$ 1,89 esperado, de acordo com Refinitiv
• Receita : US$ 27,71 bilhões contra US$ 27,38 bilhões esperados, de acordo com a Refinitiv
• Usuários ativos diários (DAUs) : 1,98 bilhão contra 1,98 bilhão esperado, de acordo com StreetAccount
• Usuários ativos mensais (MAUs) : 2,96 bilhões contra 2,94 bilhões esperados, de acordo com StreetAccount
• Receita média por usuário (ARPU) : US$ 9,41 contra US$ 9,83 esperados, de acordo com StreetAccount

Meta está enfrentando uma ampla desaceleração nos gastos com anúncios online, desafios da atualização de privacidade do iOS da Apple (AAPL, AAPL34) e aumento da concorrência do TikTok. Somando a isso, a Meta registrou trimestres consecutivos de quedas de receita e espera-se que registre sua terceira queda consecutiva no quarto trimestre.

A empresa disse que a receita para o quarto trimestre será de US$ 30 bilhões a US$ 32,5 bilhões. Analistas esperavam vendas de US$ 32,2 bilhões.

Enquanto a receita caiu 4% no terceiro trimestre, os custos e despesas da Meta aumentaram 19% ano a ano, para US$ 22,1 bilhões. O lucro operacional caiu 46% em relação ao ano anterior, para US$ 5,66 bilhões.

A margem operacional da Meta, ou os lucros restantes após a contabilização dos custos para administrar o negócio, caiu para 20%, de 36% um ano antes. O lucro líquido geral caiu 52%, para US$ 4,4 bilhões no terceiro trimestre.

Em seus níveis após a queda, de cerca de US$ 108, o Meta está sendo negociado no menor nível desde março de 2016, oito meses antes da eleição de Donald Trump como presidente.

A receita da unidade Reality Labs, que abriga os headsets de realidade virtual da empresa e seu negócio de metaverso futurista, caiu quase pela metade em relação ao ano anterior, para US$ 285 milhões. Sua perda aumentou para US$ 3,67 bilhões, de US$ 2,63 no mesmo trimestre do ano passado.

A Reality Labs perdeu US$ 9,4 bilhões até agora este ano, e não há fim à vista.

“Antecipamos que as perdas operacionais do Reality Labs em 2023 crescerão significativamente ano a ano”, disse Meta. “Após 2023, esperamos acelerar os investimentos do Reality Labs para que possamos atingir nossa meta de aumentar a receita operacional geral da empresa no longo prazo.”

A Meta disse que está “mantendo algumas equipes estáveis ​​em termos de número de funcionários, diminuindo outras e investindo o crescimento do número de funcionários apenas em nossas maiores prioridades”.

“Como resultado, esperamos que o número de funcionários no final de 2023 esteja aproximadamente alinhado com os níveis do terceiro trimestre de 2022”, disse a empresa.

A Meta disse que tinha 197 milhões de usuários ativos diários nos EUA e Canadá no período, acima dos 196 milhões no mesmo trimestre de 2020. A Meta obtém a maior parte de sua receita de usuários na América do Norte.

O relatório da Meta é o mais recente sinal de problemas no mercado de publicidade online, que está sendo atingido por fatores como  a atualização de privacidade do iOS de 2021 da Apple e temores de uma recessão iminente. Essas preocupações fizeram com que as empresas reduzissem suas campanhas de marketing e publicidade.

Na semana passada, as ações da Snap caíram 30% no dia depois que a empresa registrou receita mais fraca do que o esperado, que os executivos atribuíram a mudanças na plataforma e a uma economia oprimida.

Os investidores também ficaram desapontados com o relatório de lucros do terceiro trimestre da Alphabet, que levou no pregão regular de quarta-feira à maior queda no preço das ações da empresa desde março de 2020, apontando o declínio ao que “reflete principalmente nas novas retrações nos gastos dos anunciantes”.

Até a Microsoft não ficou imune, com a gigante da tecnologia relatando taxas de crescimento lentas tanto para seus negócios de publicidade de busca e notícias quanto para a unidade do LinkedIn. A CFO da Microsoft, Amy Hood, atribuiu a desaceleração a “reduções nos gastos com publicidade do cliente”.

Com informações de CNBC