Aes Brasil (AESB3): lucro líquido consolidado de R$ 102,6 milhões no 3T22, queda de 76,1%

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Uma das maiores geradoras de energia do país, a AES Brasil, registrou um lucro líquido consolidado de R$ 102,6 milhões no terceiro trimestre de 2022,  queda de 76,1% em relação ao mesmo período do ano passado, quando a empresa reportou lucro de R$ 429,5 milhões.

O número exclui impacto de reconhecimento de crédito fiscal, no valor de R$ 532,6 milhões e ressarcimento de GSF (medida de risco hidrológico.

A receita líquida foi de R$ 786,6 milhões, alta de 18,9% em base anual de comparação. No acumulado do ano, a receita da empresa totalizou R$ 2,084 bilhões, crescimento de 17,1%.

Segundo o documento divulgado pela empresa, o resultado foi impactado pelo:

  • Hídrica: ganho de R$ 150,8 milhões na margem, decorrente, principalmente, do aumento de 29% na receita de energia vendida no 3T22, combinado com a redução de 13% no custo de compra de energia na comparação entre os períodos, em função da melhora no cenário hidrológico durante 2022.

No 3T22 foram vendidos 4.008.850 MWh a um preço de R$ 166/MWh versus 2.849.566 MWh a R$ 180/MWh no 3T21. Foram comprados 1.859.463 MWh a um preço de R$ 164/MWh no 3T22 e 1.142.709 a R$ 308/MWh no 3T21;

Adicionalmente, no 3T22 houve a venda de 465.807 créditos de carbono, oriundos dos parques Eólicos de Mandacaru e Salinas, correspondente a R$ 7,9 milhões de receita reconhecida no período.

  • Eólica: incremento de R$ 30,2 milhões na margem decorrente, principalmente, da melhora na performance operacional dos ativos, com aumento do volume de energia gerado (+3%), refletindo a melhor disponibilidade dos ativos;
  • Tucano: reconhecimento de multa por atraso recebida no Complexo (PPA Anglo) de R$ 26,9 milhões, prevista no contrato de fornecimento de equipamentos, parcialmente compensado pelo custo de transmissão do ativo;
  • Solar: aumento de R$ 9,6 milhões na margem, refletindo o aumento da disponibilidade dos parques na comparação com o 3T21. Vale destacar que no 3T21, o desempenho do portfólio solar havia sido impactado por programas de manutenção corretivos em algumas máquinas.

Ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – ajustado da companhia totalizou R$ 283,8 milhões, alta de 207% na base de comparação trimestral. Já a receita líquida neste período foi de R$ 786,6 milhões, um avanço de 18,9% em relação a igual período de 2021.

Os custos operacionais e despesas gerais e administrativas (excluindo depreciação e amortização) totalizaram R$ 143,6 milhões no 3T22, crescimento de 21,3% em relação ao mesmo período de 2021, quando atingiu R$ 118,4 milhões.

O resultado financeiro líquido registrado pela Companhia no 3T22 foi negativo em R$ 35,8 milhões. As receitas financeiras somaram R$ 115,3 milhões no 3T22 (vs. R$ 56,2 milhões no 3T21). As despesas financeiras somaram R$ 151,1 milhões no 3T22 (vs. R$ 166,0 milhões no 3T21).

De julho a setembro, os gastos com a compra de energia no trimestre diminuíram 20,4% no terceiro trimestre, em comparação com o mesmo período de 2021, para R$ 359,1 milhões. Contudo, no acumulado de 2022, os gastos com compra de energia aumentaram 13,4% para R$ 871,2 milhões.

No período o GSF médio da AES foi de 74,6%, elevação de 23,4 pontos porcentuais (p.p.) em relação ao mesmo período do ano passado.

Segundo o vice-presidente Financeiro e de Relações com Investidores da AES Brasil, Alessandro Gregori, a melhora no cenário hidrológico, com efeito sobre os reservatórios ajudou a reduzir o custo com a compra de energia.

“No terceiro trimestre do ano passado o PDL [Preço de Liquidação das Diferenças] estava no teto de R$ 581,76 por megawatt-hora (MWh), e nesse trimestre, em função da melhora dos reservatórios, está no piso de R$ 55,70 por MWh, fazendo com que nosso custo de compra de energia caiam”, disse Gregori.

O volume total de energia bruta gerada pelas usinas hidrelétricas da AES Brasil atingiu 1.839,1 GWh no 3T22 e 6.315,9 MWh nos nove primeiros meses do ano, 32,6% e 22,8% acima, respectivamente, dos mesmos períodos de 2021.

O desempenho é reflexo da maior afluência e da recuperação dos reservatórios do sistema para níveis acima da média dos últimos 10 anos.

“Em função do cenário hídrico adverso durante o ano de 2021 e buscando mitigar os efeitos e recompor o lastro, a companhia realizou as compras antecipadas de energia para equalização do balanço energético de 2022, em linha com sua estratégia comercial”, diz o texto da administração, que acompanha o balanço.

As usinas localizadas na Bacia do Rio Grande registraram aumento de 45% na geração no 3T22, enquanto as usinas localizadas na Bacia do Rio Tietê registraram geração 10% maior no 3T22 quando comparadas ao mesmo período de 2021. No acumulado do ano, o aumento registrado na Bacia do Rio Grande foi de 33% e, na Bacia do Rio Tietê, de 7%.

No caso das usinas participantes do MRE, o principal balizador do desempenho operacional é o índice de disponibilidade. As usinas hidrelétricas da AES Brasil apresentaram disponibilidade média de 93,6% no 3T22 e 94,0% nos 9M22, refletindo a realização de manutenções nas unidades geradoras no período, que não ocorreram durante o período mais crítico da crise hídrica de 2021.

A geração eólica bruta foi de 714,2 GWh no 3T22, 3,0% acima da geração do 3T21.

Os complexos solares registraram geração bruta de 140,5 GWh, redução de 2,9% em comparação com o 3T21.

Em função do crescimento da Companhia e consequente avanço na construção dos Complexos Eólicos Tucano e Cajuína, os investimentos da AES Brasil totalizaram R$ 695,9 milhões no 3T22.

O crescimento na linha de modernização e manutenção reflete, principalmente, a estratégia de turnaround dos ativos eólicos adquiridos via M&A – Complexos Eólicos Mandacaru e Salinas (+R$ 17,4 milhões entre trimestres e +R$ 38,8 milhões no acumulado).

A AES Brasil encerrou o 3T22 com dívida bruta consolidada de R$ 7.922,8 milhões, 33,0% superior à posição de dívida bruta do mesmo período de 2021 (R$ 5.955,0 milhões). O aumento do saldo é explicado pela 1ª emissão de Debêntures da AES Brasil no montante de R$ 1,1 bilhão ocorrida no 1T22, além dos movimentos citados abaixo na AES Brasil Operações.

A AES Brasil Operações encerrou o trimestre com dívida bruta 12 consolidada de R$ 6.867,4 milhões, 15,3% superior à posição de dívida bruta do mesmo período de 2021. A variação entre os períodos é explicada, principalmente, pelo pré-pagamento da 7ª emissão de debêntures, no montante de R$ 767 milhões, em novembro de 2021; captação da 1ª debênture de Tucano Holding II, de R$ 300 milhões, desembolsada no 4T21; desembolso do BNB no Complexo Tucano II, no montante de R$ 333 milhões em 2022; captação da 1ª debênture de Cajuína AB1, de R$ 950 milhões; e juros e atualizações monetárias incorridos entre os períodos.

Em 30 de setembro de 2022, o caixa13 consolidado da AES Brasil somava R$ 3.455,4 milhões, e a AES Brasil Operações finalizou o trimestre com um caixa de R$ 3.302,1 milhões.

Após renegociação com os credores da 5ª e 6ª emissões de debêntures da AES Brasil Operações, em setembro de 2021, e com o pré-pagamento da 7ª emissão de debêntures no 4T21, o limite mais restritivo estabelecido pelas dívidas da Companhia, que era de 3,85x, passou a ser de 4,5x para a razão entre a Dívida Líquida e o EBITDA Ajustado. Adicionalmente, o índice de cobertura de juros, o qual não poderia ser inferior a 1,50x, passou a ser 1,25x.

O índice de alavancagem (Dívida Líquida/EBITDA Ajustado) encerrou o segundo trimestre de 2022 em 3,35x. Já o índice de cobertura de juros (EBITDA Ajustado/Despesas Financeiras) fechou o 2T22 em 2,54x.

⇒ Projetos em construção

A Companhia está na fase final de construção de 322,4 MW de capacidade instalada no Complexo Eólico Tucano, na Bahia e de outros 695,0 MW de capacidade instalada no Complexo Cajuína, no Rio Grande do Norte.

No Complexo Eólico Tucano, a evolução geral do projeto já ultrapassa 87%. Até final de outubro, 9 dos 52 aerogeradores iniciaram a operação comercial. A estimativa é que o parque esteja 100% operacional no 1T23.

O Complexo Eólico Cajuína – Fase 1 está em fase de construção Civil e da Subestação, com mais de 2.000 pessoas trabalhando no local. Atualmente, mais de 48% do projeto foi executado, sendo 87% de todo o trabalho civil, 59% dos trabalhos na Subestação Caju e 95% na conexão da Subestação de Açu III. Adicionalmente, durante o 3T22, iniciou-se a montagem dos primeiros aerogeradores, sendo um montado até as pás, além de outras cinco torres já erguidas.

Na Fase 2, a evolução da construção já superou os 12%, com destaque para os 31% de avanço das obras civis e 30% de avanço nas obras da subestação. A estimativa é que o parque esteja 100% operacional no 2S23.

Os resultados da AES Brasil (BOV:AESB3) referentes às suas operações do terceiro trimestre de 2022 foram divulgados no dia 03/11/2022.

∗ Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters

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