A ata da última reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), divulgada na tarde desta quarta-feira (23), mostrou que uma maioria significativa dos diretores do Fed julgam que uma desaceleração do ritmo de alta de juros provavelmente será adequada em breve.
O documento é referente ao último encontro do Fomc, que aconteceu entre 1 e 2 de novembro, com a elevação dos juros nos Estados Unidos para a faixa entre 3,75% e 4,00% ao ano, com um avanço de 0,75 ponto percentual pela quarta vez consecutiva.
Os integrantes do comitê destacaram que um ritmo mais lento de aumento de taxas deveria permitir que o Fomc avalie o impacto da alta em relação aos seus objetivos de domar a inflação, levando em conta também os efeitos de mais longo prazo em relação à política monetária.
Embora sinalizando que movimentos menores estão por vir, as autoridades disseram que ainda veem poucos sinais de redução da inflação. No entanto, alguns membros do comitê expressaram preocupação com os riscos para o sistema financeiro caso o Fed continue avançando no mesmo ritmo agressivo de altas.
“Uma maioria substancial dos participantes julgou que uma desaceleração no ritmo de aumento provavelmente seria apropriada em breve”, afirma a ata. “As defasagens e magnitudes incertas associadas aos efeitos das ações de política monetária sobre a atividade econômica e a inflação estão entre as razões citadas sobre a importância dessa avaliação.”
Alguns membros do comitê indicaram que “retardar o ritmo de aumento poderia reduzir o risco de instabilidade no sistema financeiro”. Outros disseram que gostariam de esperar para diminuir o ritmo.
A expectativa do mercado era de que a ata pudesse mostrar o tamanho de qualquer desentendimento que tenha começado a surgir no banco central, conforme o Fed encerra o esforço para aumentar os juros e começa a avaliar passos menores para uma eventual parada.
O comunicado de política monetária do Fed divulgado junto com a decisão em 2 de novembro tentou preencher quaisquer lacunas, prometendo “aumentos contínuos” até que os juros estejam “suficientemente restritivos” para controlar a inflação, ao mesmo tempo em que disse que o tamanho dos próximos aumentos levará em conta o “aperto acumulado” até agora, bem como o fato de que o impacto desses aumentos pode levar um tempo para ser sentido.
O que acabou não ficando claro é sobre até que ponto as autoridades do Fed acham que precisam aumentar os juros, e com que intensidade o senso de risco está mudando para preocupações sobre “exceder” e causar mais danos à economia do que o necessário para controlar a inflação.
Informações Infomoney