Anos depois de encerrar a operação do laboratório Campana, adquirido em 2008, o Fleury volta a apostar no segmento de menor renda, tendo em vista o aumento do número de usuários de planos mais baratos.
A empresa abriu seis unidades do Campanha e, no Rio de Janeiro, investe na marca Lafes.
Segundo a companhia, essas unidades têm estrutura mais enxuta, com custo de processamento menor. O Fleury (BOV:FLRY3) estima que o mercado de laboratórios voltados para o público de menor renda movimente R$ 22 bilhões por ano.
VISÃO DO MERCADO
Credit Suisse
Para o Credit Suisse, o Fleury está mais focado em seu negócio principal e tem uma estratégia mais clara de diversificação e crescimento, e a empresa vem apresentando crescimento orgânico significativo.
Os analistas Maurício Cepeda e Pedro Caravina escrevem que a empresa tem sido diligente em buscar crescimento e preservar margens, apesar das pressões da diversificação para novos serviços, que são muito mais trabalhosos e menos escaláveis do que o negócio principal de diagnóstico.
“O crescimento orgânico tem sido significativo, o que acreditamos ser uma combinação de crescimento de mercado e ganhos de participação da empresa”, dizem.
Segundo eles, é preciso cautela ao assumir que o crescimento do mercado é sustentável, dado comentários dos pagadores de que as frequências de diagnóstico parecem elevadas em relação aos níveis pré-pandêmicos e podem ser uma acomodação pós-pandêmica.
Quanto aos ganhos de participação de mercado, o evento acertou em apresentar como a empresa está crescendo, com o investimento em público de menor renda, a ampliação do mix de produtos, ações táticas junto a médicos, entre outros, dizem os analistas.
Credit Suisse tem recomendação neutra com preço-alvo de R$ 15,84…
Itaú BBA
O Itaú BBA elevou seu preço-alvo para as ações Fleury de R$ 18 para R$ 19 e reiterou recomendação neutra, após executivos compartilharam as principais iniciativas e estratégias da empresa, incluindo novas oportunidades em diagnósticos e fusões e aquisições, em seu dia do investidor.
Os analistas Vinicius Figueiredo, Lucca Marquezini e Felipe Amancio escrevem que o desempenho orgânico positivo no negócio de diagnósticos deve continuar, e para manter o ritmo de crescimento, a empresa planeja continuar a expandir sua oferta, com melhor aproveitamento da área de loja para aumentar a receita por metro quadrado
Já as fusões e aquisições devem continuar a impulsionar a expansão geográfica de diagnósticos, e empresa será mais seletiva ao analisar oportunidades de fusões e aquisições, dado o cenário de alto custo de capital, escrevem os analistas.
Segundo eles, que não houve mudança nas projeções por sinergias com Hermes Pardini por enquanto, e a empresa manteve sua projeção de Ebitda incremental anual de entre R$ 160 milhões e R$ 190 milhões.
Os analistas não descartam uma revisão para cima desse valor uma vez que a fusão seja aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e ambas as empresas podem calcular adequadamente oportunidades com seus números conjuntos.
XP
Já a XP destacou que o Fleury passou mensagens positivas, mostrando frentes de crescimento tanto em laboratórios e análises clínicas quanto em novos negócios.
O analista Rafael Barros escreve que o volume demandado por diagnósticos parece estar aumentando e o Fleury está conseguindo ganhar participação de mercado, mostrando uma dinâmica positiva de receitas.
Ele comenta que a frente de novos negócios pode continuar se tornando cada vez mais relevante para os resultados do Fleury, com a empresa expandindo organicamente algumas das marcas adquiridas.
Além disso, o Fleury vai se beneficiar das sinergias em potencial da fusão com o Grupo Pardini, estimadas entre R$ 160 milhões a R$ 190 milhões em Ebitda, viabilizando um relacionamento mais próximo com pagadores e pacientes.
XP tem recomendação neutra com preço-alvo em R$ 29,00…
Informações BDM