O presidente e CEO da LVMH (BIT:LVMH), Bernard Arnault, reformulou a alta administração de seu império de artigos de luxo, fortalecendo o controle de sua família com a nomeação de sua filha Delphine para liderar a Christian Dior e nomeando um novo chefe para Louis Vuitton.

Pietro Beccari, que está à frente da Dior desde 2018, está se mudando para substituir o CEO de longa data da Louis Vuitton, Michael Burke, 65.

“Ambos são bem respeitados; promoções lógicas dentro do grupo”, disse Natasha Brilliant, analista do Credit Suisse.

As ações da LVMH, a empresa mais valiosa da Europa, com cerca de 380 bilhões de euros (US$ 408 bilhões), subiram até 2% para atingir novas máximas. As ações de empresas de luxo foram impulsionadas recentemente pelo alívio das restrições da Covid-19 na China, um mercado importante.

Delphine Arnault, 47, trabalhou na Louis Vuitton na última década ao lado de Burke e passou uma dúzia de anos na Dior.

Burke, que é o tenente mais antigo de Bernard Arnault e também foi presidente do braço de joias Tiffany, continuará trabalhando ao lado do pai de Arnault, disse a empresa em um comunicado, sem detalhar sua nova função.

Um dos executivos mais influentes da indústria da moda, Burke supervisionou o crescimento vertiginoso da Louis Vuitton, a maior marca de luxo do mundo, desempenhando um papel fundamental, por exemplo, na elevação dos estilos de rua ao reino do luxo nos últimos anos.

Enquanto isso, Beccari, que também liderou anteriormente a marca de propriedade da LVMH, Fendi, aumentou as vendas da Christian Dior em três vezes, para 6,6 bilhões de euros, durante sua gestão, segundo estimativas do Citi. A LVMH não fornece um detalhamento das vendas anuais de suas marcas.

Beccari impulsionou a marca para novos produtos, incluindo acessórios de praia, como pranchas de surfe e redes, aproximando-os dos clientes ao estabelecer pontos de venda temporários em resorts, incluindo Mykonos, na Grécia, e Santa Bárbara, na Califórnia.

O executivo conduziu uma grande reforma do endereço histórico da gravadora na Avenue Montaigne, em Paris, transformando-o em um grande carro-chefe com restaurantes e um museu, revivendo o tráfego de pedestres no bairro.

Os desfiles da grife em Paris, que contam com a presença de estrelas globais como a cantora de K-pop Jisoo e Rihanna, atraem multidões de fãs aos berros, e a marca iluminou as redes sociais com um desfile da estilista masculina Kim Jones no Egito no mês passado, com as pirâmides servindo de pano de fundo.

Bernard Arnault é frequentemente visto na primeira fila, ladeado por seus filhos.

“O planejamento de sucessão em funções estratégicas tem sido fundamental para o sucesso das principais marcas da LVMH nos últimos 20 anos, portanto, os movimentos de hoje são significativos”, disse Thomas Chauvet, analista do Citi.

PLANOS DE SUCESSÃO

As mudanças anunciadas, que entram em vigor em fevereiro, seguem a recente nomeação de Antoine Arnault , filho mais velho de Bernard Arnault, para chefiar a holding da família.

O reforço do domínio da família em seu império também ocorre em meio a uma onda de sucessões de alto nível em outras empresas de moda na Europa.

Bernard Arnault, 73, não deu sinais de que planeja deixar o cargo em breve e a empresa elevou no ano passado a idade máxima de seu CEO de 75 para 80 anos.

Todos os seus filhos ocupam cargos de gestão em marcas do grupo, cuidadosamente preparados por altos executivos à medida que sobem na hierarquia.

Dos cinco, Delpine Arnault foi a que mais se envolveu com a moda, como chefe do prêmio de moda do grupo para novos estilistas.

Delphine e Antoine, 45, são filhos do primeiro casamento do pai.

Alexandre Arnault, 30, é responsável por produtos e comunicação na Tiffany, enquanto Frederic Arnault, 28, é CEO de outra marca do grupo, a TAG Heuer. O filho mais novo, Jean Arnault, 24, dirige o marketing e o desenvolvimento de produtos da divisão de relógios da Louis Vuitton.

Como parte das mudanças administrativas, a empresa também está dobrando a Tiffany na divisão de relógios e joias, sob a gestão de Stephane Bianchi.

(US$1 = 0.9308 euros)

Por Reuters