Silvergate Capital é classificado como a segunda ação mais vendida a descoberto em Wall Street

O banco cripto Silvergate Capital Corp (NYSE:SI) está na segunda posição como ação mais shorted nos Estados Unidos, com mais de 72,5% de suas ações vendidas a descoberto, de acordo com o último relatório de juros curtos de 9 de fevereiro.

A Autoridade Reguladora do Setor Financeiro (FINRA) coleta e publica duas vezes por mês posições de juros em short de todos os títulos patrimoniais. Uma posição curta significa que os investidores e traders acreditam que o preço de um título, como uma ação, diminuirá de valor. Um vendedor a descoberto lucra com a queda do preço de um título.

No momento da redação deste artigo, as ações da Silvergate (SI) caíram mais de 87% nos últimos doze meses. O sentimento de baixa em Silvergate decorre de seu recente relatório de ganhos e batalhas legais que a empresa enfrenta sobre seu relacionamento com as empresas falidas FTX e Alameda Research.

Em 17 de janeiro, o banco anunciou um prejuízo líquido de US$ 1 bilhão atribuível aos acionistas ordinários no quarto trimestre de 2022. De acordo com um relatório da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC), Silvergate registrou saídas significativas de depósitos durante o período, o que obrigou a empresa a buscar financiamento no atacado e vender títulos de dívida para manter a liquidez.

A Silvergate supostamente emprestou US$ 3,6 bilhões do Sistema Federal de Bancos de Empréstimos Residenciais dos EUA para mitigar os efeitos de um aumento nas retiradas após o colapso da exchange cripto FTX em novembro de 2022.

O banco enfrenta investigações e ações judiciais nos EUA por supostamente ajudar a FTX em atividades fraudulentas, incluindo empréstimos e mistura de fundos de usuários. A empresa foi acusada de “promover a fraude de investimento da FTX”, enquanto os acionistas alegam que a Silvergate violou o Securities Exchange Act de 1934. Uma investigação do Departamento de Justiça está em andamento sobre o papel do banco nos negócios da FTX.

Segundo Silvergate, o Alameda abriu uma conta no banco em 2018, antes do lançamento do FTX. A empresa afirma ter conduzido a devida diligência na época e monitorado a situação continuamente.

A Moody’s Investors Service reagiu recentemente à situação do banco, rebaixando as classificações da Silvergate Capital e de seu banco para “junk”, com uma perspectiva negativa para ambas as organizações.

Por Ana Paula Pereira