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Banco Central mantém taxa de juros estável em 13,75% ao ano; Mercado avalia

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu por unanimidade manter a taxa básica de juros brasileira (FX:BRASELIC) estável em 13,75% ao ano, em meio à persistente desancoragem de expectativas de inflação no Brasil, o que eleva o custo de desinflação necessária para atingir as metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

No comunicado divulgado junto com a decisão, o Copom citou que a incerteza sobre o arcabouço fiscal e seus impactos sobre a trajetória da dívida pública representam um risco inflacionário para a economia brasileira. O comitê pontuou, por outro lado, que a recente reoneração dos combustíveis reduziu a incerteza dos resultados fiscais de curto prazo.

“A conjuntura, marcada por alta volatilidade nos mercados financeiros e expectativas de inflação desancoradas em relação às metas em horizontes mais longos, demanda maior atenção na condução da política monetária”, complementou o Copom no comunicado.

O comitê também citou que a recente crise financeira envolvendo a falência de bancos regionais nos Estados Unidos e na Europa elevaram a incerteza e a volatilidade dos mercados e requerem monitoramento.

No balanço de riscos, o Copom pontuou que as condições adversas no sistema financeiro global podem resultar na desaceleração da atividade econômica global, constituindo um risco de baixa para o cenário inflacionário. O comitê também pontuou que a eventual desaceleração na concessão doméstica de crédito pode constituir um risco de baixa para a inflação.

O BC tem resistido a pressões para baixar a taxa Selic vindas de diversas frentes, principalmente por parte da equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na manhã desta quarta-feira, horas antes da decisão do Copom, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), disse que o governo vai continuar pressionando a autarquia pela redução da taxa de juros.

Repetindo a linguagem já utilizada na decisão de fevereiro, o Copom afirmou que não irá hesitar em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como o esperado.

Na última pesquisa semanal do Boletim Focus, divulgada na segunda-feira pelo BC, a mediana das projeções de economistas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2024 subiu de 4,02% para 4,11%, nível muito acima da meta fixada pelo CMN para o mesmo ano, de 3% e com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo.

A perspectiva de expansão fiscal pelo novo governo tem sido o principal fator por trás da piora do cenário econômico brasileiro: para reancorar as expectativas da inflação e do endividamento público, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), trava uma queda de braço para apresentar um novo marco fiscal.

Anteriormente previsto para ser anunciado neste mês e antes da decisão do Copom de hoje, o novo conjunto de regras que substituirá o falido Teto de Gastos enfrenta oposição das alas políticas do governo Lula e o texto só deve ser concluído em abril, como afirmou o presidente em entrevista ao Portal 247 ontem. Lula disse que “quer mostrar responsabilidade fiscal”, mas que a apresentação do texto ocorrerá após o retorno da viagem que fará para a China.

Copom piora estimativas para inflação

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) piorou nesta quarta-feira as estimativas para o Índice Nacional de Preços Amplo (IPCA) para este ano em seu cenário de referência, para 5,8%, ante 5,6% estimados na reunião de fevereiro. A leitura veio acima da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 3,25%, com intervalo de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Em seus cenários, o Copom também elevou a projeção para o IPCA de 2024, a 3,6%, ante 3,4% em fevereiro. Em relação aos preços administrados, o Copom reduziu a projeção deste ano para 10,2%, ante 10,6% projetados no mês passado. Para 2024, entretanto, o Copom elevou a projeção a 5,3%, ante 5,0% estimados anteriormente.

O Copom ressaltou que a conjuntura marcada por alta volatilidade nos mercados e as expectativas de inflação desancoradas demandam maior atenção na condução da política monetária.

A autoridade não apresentou no comunicado nenhum sinal concreto sobre o momento em que pode iniciar os cortes na taxa de juros, indicação que era aguardada por membros do governo e acompanhada por investidores no mercado financeiro.

No balanço de riscos, a autoridade manteve a simetria entre fatores que geram ameaças de baixa e de alta para a inflação, mas fez mudanças nos itens destacados.

O comitê citou, entre os fatores altistas, a incerteza sobre o arcabouço fiscal, e adicionou o impacto da proposta sobre as expectativas para a trajetória da dívida pública. O Copom também enfatizou o risco de uma desancoragem maior ou mais duradoura das expectativas para a inflação para prazos mais longos.

Já para os riscos de baixa, o comitê incluiu a leitura de condições adversas no sistema financeiro global, ao pontuar uma potencial desaceleração da atividade econômica global – na esteira do colapso do Silicon Valley Bank, nos Estados Unidos, e do Credit Suisse, na Europa.

Mercado avalia

Economistas acreditam que o Comitê de Política Monetária (Copom) foi mais duro que o esperado no comunicado da decisão de juros desta quarta-feira e já mostrou estar na contramão das expectativas de corte da Selic em suas próximas reuniões. Esses especialistas ressaltaram que o Copom manteve a posição de que não aceitará interferência política em suas decisões de política monetária, mesmo com o atual governo pressionando para que seja iniciado o processo de queda da Selic.

“O comunicado foi relativamente ‘hawkish’ [duro] frente ao que o mercado esperava. Houve tensão no período que antecedeu a reunião a respeito de possibilidades em arbitragens associadas aos juros, que não ocorreram. Muito pelo contrário, a autoridade monetária endureceu o tom”, destacou o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez.

Apesar de o comitê ter contrariado as expectativas de um comunicado mais dovish [suave], para o economista-chefe da Austing Rating, Alex Agostini, o mercado deve reagir positivamente amanhã, pois o Copom manteve a postura austera no sentido de controlar a inflação.

“O principal sinal foi que o BC não está a fim de deixar que haja interferência nas decisões de política monetária. O mercado, obviamente, ficou preocupado se o BC iria acatar as questões políticas. Ficou claro que não. Foi uma decisão técnica”, afirmou.

Outro ponto de destaque do comunicado foi a condução da inflação rumo à meta e a desancoragem das expectativas. Neste sentido, o chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos, Idean Alves, pontuou que a decisão foi em linha com os objetivos esperados pelo BC.

“Pensando como o comitê que buscou ‘dar ênfase ao horizonte de seis trimestres à frente’, e olhando a fotografia de agora, o BC deve manter a Selic no patamar atual por mais tempo, até que haja uma real deterioração da inflação”, disse.

“O indicativo para uma eventual ‘luz no fim do túnel’ pode ser o novo arcabouço fiscal, além de um cenário externo menos conturbado, o que tornaria válida uma eventual nova discussão sobre corte de juros no segundo semestre deste ano”, acrescentou Alves.

O Copom se reunirá novamente em 2 e 3 de maio. Alguns agentes de mercado consultados pela Mover esperam a redução da taxa básica de juros brasileira para meados de 2023, enquanto outros esperam corte somente em abril de 2024.

Haddad considera comunicado muito preocupante

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nessa quarta-feira (22) que considerou o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgado no início da noite desta quarta-feira, “muito preocupante”.

“Nós divulgamos o relatório bimestral da lei de responsabilidade fiscal mostrando que as nossas projeções de janeiro estão se confirmando sobre as contas públicas”, comentou ele, com jornalistas.

Haddad ressaltou que, em um cenário de economia retraindo e problemas no crédito, o Copom “chega a sinalizar até” a possibilidade de voltar a elevar a taxa básica de juros “que já é hoje a maior do mundo”.

“Obviamente nós lemos com muita atenção, com consideração, mas nós achamos que realmente é o comunicado que preocupa bastante. A depender das futuras decisões, nós podemos inclusive comprometer o resultado fiscal”, completou.

O ministro lembrou que o comunicado da reunião anterior, de fevereiro, também foi “muito duro”, mas que a ata, divulgada na semana seguinte, “atenuou”.

“Tomara que isso aconteça de novo, esperamos que aconteça de novo, mas nós vamos fazer chegar ao Banco Central a nossa análise do que é mais recomendável para economia brasileira encontrar o equilíbrio de trajetória da dívida, da inflação, das contas públicas e do atendimento às demandas sociais”, disse.

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