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Marisa Lojas (AMAR3): prejuízo líquido de R$ 188,6 milhões no 4T22, piora de 670%

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A Marisa Lojas teve um prejuízo líquido de R$ 188,6 milhões, piora de 670% ante o prejuízo de R$ 24,5 milhões registrado entre outubro e dezembro de 2021.

O prejuízo pro-forma, retirando eventos não-recorrentes, foi de R$ 49,1 milhões no 4T22, mais do que o triplo dos R$ 15,2 milhões registrados um ano antes. Em 2022, o prejuízo foi de R$ 251,5 milhões, também mais que 3 vezes as perdas de R$ 77,4 milhões registrados um ano antes.

Os dados são não-auditados, segundo comunicado da direção, o que se deve ao fato de que a auditoria contratada, Ernst & Young Auditores, não ter conseguido concluir o trabalho por conta da revisão do braço financeiro da companhia.

A receita líquida somou R$ 830,4 milhões, queda de 1,6% frente ao ano anterior. No ano, a receita somou R$ 2,78 bilhões, alta anual de 10,2%.

Sobre o segmento de varejo, a receita líquida da Marisa caiu 0,6% no quarto trimestre, para R$ 698,2 milhões, mas subiu 11% no acumulado de 2022, para R$ 2,23 bilhões.

Ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – de varejo foi de R$ 19,6 milhões no 4T22, uma queda de 12,3%. No ano, houve uma melhora de 77,2%, para um número negativo de R$ 28 milhões, ante dado anterior de R$ 122,9 milhões negativos em 2021.

Enquanto o Ebitda do varejo no 4T22 foi de R$ 19,6 milhões, o Ebitda do Mbank ficou negativo em R$ 115,2 milhões e reverteu resultado positivo de R$ 22,4 milhões no quarto trimestre de 2021.

O Ebitda ajustado do varejo cresceu 98,1% no 4T22, para R$ 62,8 milhões e foi de – R$ 107,2 milhões em 2021 para R$ 17,4 milhões em 2022, “dirigido não só pelo aumento no lucro bruto da operação de varejo, como explicado acima, mas também pela contenção das nossas despesas operacionais, a despeito dos impactos da inflação sobre os gastos com aluguéis de imóveis, entre outros itens”, afirmou a varejista.

A varejista ainda anunciou, junto com seu balanço, uma reestruturação do seu braço financeiro, a partir de medidas que incluem uma capitalização de R$ 90 milhões por acionistas controladores na MPagamentos.

A mudança foi apresentada ao Banco Central, disse a Marisa. A MPagamentos é subsidiária da varejista e atua nos segmentos de crédito e financiamento.

A varejista de moda, que trocou o comando no início deste ano e vem tentando renegociar dívidas, também anunciou medidas contábeis após revisão de auditoria, como baixa de R$ 50 milhões em receita registrada de forma equivocada e reclassificação de R$ 48 milhões de despesas operacionais (opex) para investimentos (capex).

A companhia teve alta de 2,4% do faturamento das lojas físicas no 4T22, para R$ 875,9 milhões, com avanço de 16,3% no ano, para R$ 2,76 bilhões. As vendas nas mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês) cresceram 1,1% no trimestre e 11,2% no ano.

A empresa também fechou dez pontos de venda em dezembro, encerrando o ano com 334 lojas. No digital, porém, a queda no faturamento foi de 25,1%, para R$ 67,9 milhões no trimestre, e um recuo de 24,3% no ano, para R$ 256 milhões.

A companhia fechou 2022 com endividamento líquido de R$ 560,4 milhões, ante os R$ 575,5 milhões reportados em dezembro de 2021.

Planos

João Pinheiro, novo CEO da companhia, afirmou que os números de 2022 não são bons, “como era de se esperar”. Ele ressalta que a margem bruta da empresa no varejo melhorou, voltando a 52%, com alta de 4,6 pontos porcentuais. Para ele, isso indica que a companhia tem bons produtos e público. Assim, o necessário agora é cortar despesas e organizar a operação do banco.

Do lado do banco, além do aporte, será feita uma reorganização. A MPagamentos, que fica sob o comando do Mbank, será separada da MCartões, que passará a ser uma prestadora de serviços de adquirência para a MPagamentos.

Além disso, Pinheiro diz que a empresa tem adquirido uma concessão mais conservadora de crédito e que deve focar, de agora em diante, em conceder crédito para seus próprios clientes, de quem já tem dados. “Muitos varejistas acharam que operar bancos era algo simples. Com a Marisa não foi diferente”, diz Pinheiro.

Do lado de cortes de gastos, o plano também é claro. A Marisa resolveu fechar 90 lojas, de um parque de 334. Ele explica que os cortes que virão não serão de vendedores de lojas, de modo a prejudicar a operação. “Não se trata de cortar vendedor de lojas e, sim, fechar lojas deficitárias e realocar pessoas na medida do possível. Vamos atacar os custos administrativos e reorganizar o banco”, afirmou Pinheiro.

Os resultados da Lojas Marisa (BOV:AMAR3) referentes às suas operações do quarto trimestre de 2022 foram divulgados no dia 03/04/2023. Confira o Press release na íntegra!

Teleconferência

A Marisa irá focar, ao longo deste ano, em reestruturar sua operação no MBank e em avançar no fechamento de lojas que dão prejuízo ou que são pouco rentáveis. As declarações foram feitas por executivos em teleconferência de resultados, após a companhia divulgar, na sexta, um resultado que não agradou analistas.

A varejista de moda vem, há algum tempo, enfrentando uma série de dificuldades. Há dois meses, o antigo diretor-executivo (CEO) da companhia, Adalberto Pereira dos Santos, renunciou. De forma concomitante, a Marisa contratou a Galeazzi, consultoria especializada em reestruturações de negócios, para mudar sua operação e o BR Partners para renegociar suas dívidas.

“A gente precisa olhar para a casa e ver como podemos transformar a operação da companhia, com toda sua tradição, em algo sustentável. Se não fizermos nada e observamos o navio tomar seu curso normal, queimaremos neste ano cerca de R$ 600 milhões de caixa. Isso é impensável”, comentou João Pinheiro Batista, novo CEO, que assumiu há pouco mais de um mês. “Temos um problema de custo e vamos atacá-lo de frente. Examinamos nossas lojas, estamos vendo o capital de giro e buscaremos a redução de despesas”.

De acordo com os executivos, a companhia já mapeou algumas lojas que irão fechar. No primeiro momento, serão 25 unidades, que “não resistem a uma análise de sustentabilidade básica”. Depois, mais 67 lojas, que geraram lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) negativo, também estão na mira.

A Marisa espera gastar, por enquanto, R$ 50 milhões com o fechamento dessas lojas físicas. “Nós, hoje, não antevemos nenhum problema maior do ponto de vista do financiamento do plano de redução de despesas, principalmente no fechamento de lojas”, disse Batista. “Se o Santander não voltar a nos emprestar dinheiro em breve, talvez nós teremos que desacelerar um pouco a redução de pessoas, o SG&A [despesas com vendas, gerais e administrativas, na sigla em inglês], mas não na redução de lojas. É o SG&A que teremos de calibrar conforme os custos”.

Ainda no lado operacional do varejo, a empresa também que vem tentando reestruturar sua relação com fornecedores, deixando de financiá-los, o que deve beneficiar seu capital de giro.

Do lado financeiro, os executivos comentaram bastante sobre a operação do MBank – que apenas no quarto trimestre rendeu um Ebitda negativo de R$ 115,2 milhões.

“O Mbank sofreu muito com a inadimplência do mercado. A venda de carteira totalizou R$ 57,7 milhões e as provisões, R$ 12,5 milhões. Sem isso, o prejuízo proforma seria R$ 100 milhões menor”, comentou Roberta Lea, diretora financeira (CFO) da Marisa.”Mas o MBank e não é o único que vem sofrendo, e sim o mercado como um todo. Ele provavelmente já sentiu todos os impactos”.

De acordo com os diretores, o prejuízo foi maior porque a crise se deu em um momento em que a Marisa ainda estava estruturando sua operação de crédito, que agora está tendo de ser remodelada.

“Taxa de aprovação do nosso empréstimo pessoal já caiu ⅓ e a emissão dos cartões na loja, 50%. Tudo isso faz parte de um plano para, até 2025, recuperar os índices básicos de carteira”, mencionou Alberto Kohn, diretor comercial e de operações. “A política de crédito mais efetiva e a redução de lojas explica a queda na carteira de crédito. Queremos um mix mais saudável e um cliente mais fidelizado”.

Ainda segundo Kohn, o esperado pela Marisa é que a carteira de crédito trará, a partir de agora, apenas melhorias. Os novos riscos contratados já estariam em patamares saudáveis e a empresa vem trabalhando ativamente com estratégia de cobrança.

“Neste ano, ainda prevemos resultado negativo, mas melhor do que em 2022. A partir de 2024, entramos em uma dinâmica de ter lucro recorrente na operação”, explicou.

Já no balanço, a Marisa havia anunciado que realizaria uma reestruturação do braço. A MPagamentos, que fica sob o comando do Mbank, será separada da MCartões, que passará a ser uma prestadora de serviços de adquirência para a MPagamentos.

“Estamos implementando uma reestruturação que transforma o MCartões em uma adquirente e joga toda a atividade de crédito dentro da MPagamentos, que será a única atividade regulada pelo Banco Central. E há ainda a intenção dos acionistas controladores de injetar R$ 90 milhões para enquadrar a companhia nos índices requeridos”, adicionou o CEO. “Despesas compartilhadas entre operação do varejo e banco eram feitas de forma não muito clara, e nós vamos mudar isso”.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney

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