A demanda do consumidor por crédito voltou a cair em abril. O indicador da Boa Vista recuou 0,3% em dados dessazonalizados, após crescer 1,3% em março e contrair 1,6% em fevereiro. Os resultados levaram a um recuo de 0,4% no trimestre móvel encerrado em abril, em comparação ao imediatamente anterior. Os números foram obtidos em primeira mão pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Na comparação com o mesmo período do ano passado, em dados sem ajuste, a demanda aumentou 3,6%, ante alta de 5,3% em março. O resultado contribuiu para a desaceleração do indicador em 12 meses, de alta de 3,2% em março para 3,0%. Houve arrefecimento também no acumulado do ano, de 7,4% para 6,5%.
Nas aberturas do indicador, o comportamento foi heterogêneo. A demanda caiu 0,9% no segmento “Não Financeiro”, no mês com ajuste, mas cresceu 0,5% no “Financeiro”. Na análise do trimestre móvel, os setores computaram queda de 1,3% e alta de 0,8%, respectivamente. Nos dados sem ajuste, a comparação interanual levou a queda de 1% da demanda no “Não Financeiro”, contra alta de 10,3% no “Financeiro”
Em 12 meses, o segmento “Não Financeiro” intensificou contração em abril, com recuo de 5,0%, ante queda 4,8% em março, enquanto o “Financeiro” desacelerou, de alta de 15,2% para 14,8%.
“A tendência de desaceleração, que teve início no segundo trimestre do ano passado, vem se confirmando mês a mês”, diz o economista da Boa Vista (BOV:BOAS3), Flávio Calife, em nota.
“Não há indícios de que isso vai mudar ao longo deste ano. Depois de dois anos de crescimento mais forte, esse quadro atual que combina juros elevados com altos níveis de endividamento, de comprometimento de renda e de inadimplência das famílias deve fazer com que a demanda por crédito seja mais fraca. O mesmo deve acontecer com a oferta.”