As ações ordinárias da BRF (BOV:BRFS3) chegaram a cair 6,75% na sessão desta segunda-feira (15), negociadas a R$ 6,91. Os papéis da companhia, que é a mais exposta no Brasil à proteína de aves, chegaram a entrar em leilão após o Ministério da Agricultura e Pecuária confirmar que dois casos de gripe aviária foram identificados em aves marinhas silvestres no litoral do Espírito Santo. Contudo, às 16h54 (horário de Brasília), os papéis caíam 1,35%, a R$ 7,45, na reta final do pregão.
Há o temor de que a doença se espalhe para granjas comerciais – o que impactaria a exportação de aves de empresas brasileiras.
“A ocorrência de gripe aviária em animais silvestres, por enquanto, nada muda. Só mudará se identificarem a doença em uma granja comercial, aí nós teríamos o fechamento da unidade e a implementação de um raio sanitário na região, o que seria muito pior” fala Leonardo Alencar, analista da XP Investimentos. “Estamos perto do fim do fluxo de aves migratórias e o risco irá zerar. Mas, pelo ruído, tende a ser negativo”.
De acordo com a nota do Ministério da Agricultura e Pecuária, a notificação, por enquanto, não altera a condição de que o Brasil é um país livre da doença.
O ministério também avalia que os países membros da Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA) não devem, por enquanto, impor proibições ao comércio internacional de produtos avícolas brasileiros, uma vez que os casos foram registrados em aves silvestres.
“A Argentina recentemente teve casos de gripe aviária. Ficou com suas exportações impedidas por 20 dias e depois voltaram. Argentina, porém, é pouco relevante no mercado mundial. Brasil, se ficar fechado, impactaria consideravelmente mais”, pondera Alencar.
De acordo com o especialistas, produtores brasileiros já vinham vendendo bastante. As exportações aumentaram em meio ao temor de proibições.