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Itaú Unibanco (ITUB4): lucro líquido gerencial de R$ 8,435 bilhões no 1T23, alta de 14,6%

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O Itaú Unibanco registrou lucro líquido gerencial de R$ 8,435 bilhões no primeiro trimestre de 2023, de acordo com balanço divulgado. O resultado é 14,6% superior ao observado no mesmo intervalo de 2022, e em relação ao quarto trimestre do ano passado, representa um crescimento de 10%. O número foi em linha com o esperado pelo consenso Refinitiv, de R$ 8,42 bilhões.

Em relação ao mesmo período do ano passado, o banco observou um crescimento das margens e também das receitas com serviços e do resultado de seguros. Estes fatores ajudaram a compensar um aumento de 30% no custo de crédito, que chegou a R$ 9,088 bilhões, diante do cenário mais arriscado em especial no segmento de varejo, que atende a pessoas físicas e a empresas de menor porte.

No comparativo trimestral, o crescimento veio principalmente da normalização das provisões. No balanço do quarto trimestre de 2022, o Itaú separou R$ 1,3 bilhão adicionais para cobrir toda a exposição à Americanas, que entrou em recuperação judicial em janeiro.

As receitas de serviços e seguros cresceram 6,7% no primeiro trimestre de 2023 em comparação com o mesmo período de 2022, com aumento do faturamento de cartões, tanto em emissão quanto em adquirência, além do crescimento das receitas de administração de recursos e do aumento da produção de consórcios. Além disso, o aumento de prêmios ganhos contribuiu para o crescimento de 10,9% dos resultados de seguros, no mesmo período.

A margem financeira, que reflete os resultados do banco com crédito e com a gestão de ativos e passivos, foi de R$ 24,692 bilhões no primeiro trimestre, 17,3% acima da observada no primeiro trimestre do ano passado. Na comparação com o quarto trimestre de 2022, o número caiu 1,1%.

A margem com clientes, que inclui os resultados com crédito, subiu 20% em um ano, para R$ 24,048 bilhões, número 0,7% inferior ao do quarto trimestre. O banco afirma que em base anual, o maior volume de crédito e a reprecificação do capital de giro próprio impulsionaram o número, enquanto no trimestre, a redução se deve à menor quantidade de dias corridos e aos menores resultados com operações estruturadas no atacado.

Na tesouraria, ou margem com mercado, o resultado foi de R$ 645 milhões, baixa de 36% em um ano, e de 13,8% em um trimestre. O Itaú tem colhido resultados menores nessa frente por causa do aumento da Selic, mas graças à proteção de posições, mantém a tesouraria no positivo, ao contrário dos pares privados.

Em nota, o presidente do banco, Milton Maluhy, avalia que os números do balanço refletem a transformação cultural e digital do banco, centrada nos clientes e na agilidade. “Nosso desempenho no primeiro trimestre reflete a trajetória de consistência e solidez que vem sendo construída nos últimos anos”, afirma ele em nota.

Já o CFO, Alexsandro Broedel, diz que o Itaú tem tido boa gestão tanto na qualidade dos ativos quanto nas despesas, que fez com que o banco atingisse o melhor índice de eficiência de sua história, de 39,8%. “A estabilidade do índice de inadimplência acima de 90 dias se manteve em 2,9%, em uma carteira de crédito de R$ 1,2 trilhão, demonstrando a nossa qualidade na gestão de riscos.”

O Itaú encerrou o primeiro trimestre do ano com R$ 2,547 trilhões em ativos totais, ainda de acordo com o balanço, alta de 16,7% em um ano, e de 3,1% em um trimestre. Em um ano, os ativos cresceram graças à compra de participação adicional na XP, em abril de 2022, e à contabilização do ágio da compra da corretora Ideal.

O patrimônio líquido do maior banco da América Latina era de R$ 164,932 bilhões, número 14,2% maior que um ano antes, e 2,5% superior ao observado em dezembro de 2022. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) do Itaú foi de 20,7%, alta 0,3 ponto porcentual em um ano, e de 1,4 ponto em um trimestre.

Os resultados do Itaú Unibanco (BOV:ITUB3) (BOV:ITUB4) referente o primeiro  trimestre de 2023 foram divulgados no dia 08/05/2023.

Teleconferência

O cenário de juros altos eleva os custos de captação dos bancos e, consequentemente, reduz a demanda por crédito dos clientes. É com base nessa realidade que os executivos do Itaú estão prevendo um menor crescimento das carteiras do banco em 2023. O primeiro trimestre já deu um exemplo do que estar por vir.

Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú, explica que o banco continuou reduzindo o ritmo de originação de crédito em veículos e no setor imobiliário. “A gente tem visto uma pressão no ‘funding’ cada vez maior, as taxas subindo, em com esse nível de preço, naturalmente, os clientes demandam menos”, afirmou.

“Continuamos investindo e crescendo nos melhores clientes”, disse, ainda que reconheça que esses correntistas também estejam demandando menos. “A gente vai continuar ajustando o mix e crescendo nos clientes de melhor rating”.

Mesmo assim, Maluhy não acredita que o Itaú vai ter os mesmos níveis de retorno vistos no passado.

“O mercado mudou estruturalmente, seja do ponto de vista regulatório, tem mais competição e maior independência de crédito, que acaba puxando níveis de retorno para baixo”, disse Milton Maluhy Filho.

Além da pandemia de Covid-19, efeitos regulatórios que reduziram a rentabilidade do cheque especial se somaram a inadimplência no impacto sobre a rentabilidade do crédito para o varejo.

“Nossa expectativa é de continuar atuando forte pra melhorar rentabilidade. Não acho que volte pro patamar lá de trás, mas sem dúvida há espaço para melhorar, afirmou o CEO.

Na apresentação dos resultados do banco no primeiro trimestre, o Maluhy Filho ressaltou que 17% do portfolio de empréstimos corporativos está exposto a setores de menor volatilidade. Em 2014, esse percentual era de 36%

No segmento de cartão de crédito, o CEO disse que o banco vem reduzindo concessões na parte de financeiras e “mar aberto” de forma relevante.

“A gente fez um ajuste importante no portfólio, reduzimos as novas concessões e fizemos uma revisão geral de nossos limites – e a exposição dos grupos de maior risco reduziram de forma relevante também”, disse Milton Maluhy Filho.

Ainda na teleconferência, o CEO disse que o Itaú tem oportunidades de absorver operações do mercado de capitais.

“O mercado de capitais está muito fechado. A gente vê um bom volume de liquidez nos fundos de crédito, mais de R$ 1 trilhão, mas a dinâmica de preços faz com que eles tenham mais caixa do que apetite”, explica Milton Maluhy Filho.

“Tem muito refinanciamento e muitas empresas que vão acessar mercado ao longo do ano, que não têm capacidade de rolagem. Por isso balanço de banco, nunca foi tão importante nesse sentido”, disse.

“A demanda cai, por outro lado oportunidades de refinanciamento e de absorver operações do mercado de capitais que virão para o balanço em boas condições com níveis adequados de mercado, terão boas oportunidades”, complementou o CEO.

Na sessão de perguntas e respostas com analistas, Maluhy Filho também afirmou que há espaço para novos ajustes na agenda de eficiência do banco.

O Itaú fechou 55 agências no primeiro trimestre de 2023 e busca evoluir as operações no seu modelo digital. O banco tem, atualmente, 415 agências digitais, com custo muito mais baixo, segundo Maluhy Filho.

O CEO diz que o banco trabalha para reduzir o parque sem “passar do ponto”, porque ainda há demanda de clientes por agências físicas. Mas não descarta novos ajustes em nome da eficiência.

VISÃO DO MERCADO

Citi

Para o Citi, a qualidade dos ativos mostra sinais de estabilização no 1T23. O Itaú reafirmou o guidance de 2023, indicando que o Itaú segue navegando bem apesar do momento econômico atual difícil, na avaliação dos analistas.

Citi tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 31,00.

Goldman Sachs

Para o Goldman Sachs, enquanto o lucro líquido recorrente ficou praticamente em linha com as suas estimativas, a receita líquida ficou modestamente abaixo, principalmente levando em conta a receita líquida de juros, enquanto as provisões para perdas com empréstimos permaneceram elevadas, mas estão operando no limite inferior do guidance.

Do lado positivo, também aponta que a inadimplência ficou estável no trimestre, com o Itaú seguindo com um desempenho melhor do que os pares. Os depósitos de clientes também se saíram relativamente melhor do que o setor, enquanto a demanda por empréstimos corporativos caiu no trimestre.

Os ganhos antes dos impostos ficaram 5% abaixo do esperado pelo Goldman e 3% abaixo do consenso, já que a empresa divulgou uma alíquota efetiva de imposto de 26,8% (versus 30,0% do esperado pelo banco americano).

“No entanto, acreditamos que os resultados foram em sua maioria positivos, considerando o ROE [retorno sobre o patrimônio líquid0] elevado e as tendências positivas para a qualidade dos ativos”, apontam.

JP Morgan

O JPMorgan também destaca que o lucro foi em linha com as suas expectativas, citando o crescimento da carteira de crédito em 1% na base trimestral e em 12% na comparação anual, superior ao do Bradesco (BBDC4, em queda trimestral de 2% e alta anual de 4%) e impulsionada principalmente por grandes empresas (+2% no trimestre) e pessoas físicas (+1% no trimestre), enquanto para pequenas e médias empresas encolheu 2%.

A NII total subiu em relação ao ano anterior, 3% abaixo do esperado pelo JP, “mas também substancialmente mais forte do que a queda anual de 2% do Bradesco”, destacam os analistas, apontando que as métricas de qualidade de ativos foram especialmente boas à luz da sazonalidade e após o balanço do Bradesco.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters

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