Nesta terça-feira, as taxas dos contratos de juros futuros adotaram uma queda generalizada. Esse movimento foi influenciado pelo avanço das questões em relação ao novo arcabouço fiscal no cenário local e às discussões sobre a expansão do teto da dívida norte-americana.
Os DIs mais negociados no dia, com vencimentos em Jan/24 (BMF:DI1J24) e Jan/25 (BMF:DI1J25), recuaram 2 pontos-base e 6 pbs, a 13,29% e 11,68% respectivamente. Os vértices médios e longos apresentaram queda mais acentuada: os DIs com vencimentos em Jan/27 (BMF:DI1J27) e Jan/29 (BMF:DI1J29) caíram 13 pbs e 14 pbs, a 11,19% e 11,51%, respectivamente.
A curva dos DIs começou o dia em declínio, mas teve seu movimento impulsionado principalmente pela declaração do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), de que a nova regra fiscal será votada na Casa ainda hoje ou amanhã.
Após a demonstração de comprometimento de Lira com o avanço do texto, o mercado ficou mais otimista com as falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que mencionou novamente a reforma tributária como uma pauta a ser concedida nas próximas semanas. Haddad afirmou: “Vamos concluir neste semestre as duas matérias [arcabouço fiscal e reforma tributária] na Câmara dos Deputados”.
O reconhecimento do arcabouço fiscal e da reforma tributária como controle para trazer previsibilidade às contas públicas e reduzir as expectativas inflacionárias trazidas à queda dos DIs. Esses sinais não devem afetar a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que se espera que mantenha a taxa Selic em 13,75% ao ano. No entanto, eles são relevantes para uma possível antecipação do início do corte da taxa básica de juros, prevista pelo mercado para ocorrer entre o segundo semestre deste ano e o primeiro trimestre de 2024.
O dólar encerrou próximo da estabilidade, com uma alta de 0,01%, alcançando a valorização de R$4,9721, após uma sessão volátil. A moeda norte-americana teve altos e baixos, com os investidores acompanhando os efeitos sobre os limites da dívida dos Estados Unidos e os recebimentos de um possível calote sem precedentes pela maior economia do mundo.
Os líderes do Partido Republicano estão negociando com o presidente dos EUA, Joe Biden, para chegar a um acordo e ampliar o limite do teto da dívida, que está em US$ 31,4 trilhões. Caso não haja um acordo até 1º de junho, o país poderá enfrentar dificuldades em cumprir seus compromissos financeiros, o que seria um acontecimento inédito desde 1979 e com potencial para recessão e uma crise financeira nos mercados globais, segundo especialistas.
Juros fecham mistos com Wall Street aguardando ata do FOMC
Os juros projetados dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos fecharam a sessão em campo misto, com o mercado de títulos aguardando da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de amanhã em meio ao crescente nervosismo sobre as negociações do teto da dívida estadunidense.
A subida da nota para 10 anos hoje fez ela atingir a maior sequência de alta em dois anos, desde setembro de 2018. Na ferramenta FedWatch da CME, as chances de um aumento de juros em junho sobem para 27%, ante 22,5% há uma semana, enquanto uma pausa continua sendo a maior probabilidade.
O governador do Fed, Christopher Waller, tem um discurso sobre a economia às 13h (de Brasília) amanhã.
Os juros das notas do Tesouro de 10 anos ca[iram 0,02 ponto percentual (pp) na sessão, para 3,69%. Enquanto isso, os juros das notas para 2 anos subiram 0,01 pp, para 4,33%.