A Log Commercial Properties vendeu para o Golgi Fundo de Investimento Imobiliário (FII) a Log Gravataí e a Log São José dos Pinhais. Os ativos estão localizados na região sul. A operação totaliza R$ 165 milhões.
O fato relevante foi feito pela companhia (BOV:LOGG3) nesta segunda-feira (17).
O pagamento será dividido em três parcelas: 10% com o compromisso de compra, 60% no fechamento do negócio e 30% na última parcela, a ser recebida em até 13 meses após o fechamento, corrigida pela inflação.
A Log explicou que segue a estratégia de reciclagem de parte de seu portfólio com o objetivo de reduzir a alavancagem e continuar o crescimento.
A Log já acumulou o valor de R$ 900 milhões em vendas neste semestre, o que representa R$ 1,8 bilhão nos últimos 4 anos.
Esta foi a primeira transação realizada com o Golgi, “representando outro importante veículo como alternativa para acessar o mercado em vendas futuras de outros ativos”, afirmou a companhia.
No último dia 5 de maio a Log divulgou que vendeu ativos por R$ 733,6 milhões.
VISÃO DO MERCADO
Após a operação, às 10H57 (horário de Brasília) desta quarta, as ações tinham alta de 3,4%, a R$ 19,40.
Bradesco BBI
Para o Bradesco BBI, o anúncio é positivo para a Log CP e deve ajudar a aliviar o balanço da empresa (R$ 900 milhões em vendas no acumulado do ano e R$ 1,8 bilhão nos últimos 4 anos), o que adiciona mais flexibilidade ao plano de crescimento da empresa.
Além disso, segundo analistas do BBI, é mais um sinal da capacidade da Log CP de executar de forma recorrente sua estratégia de reciclagem, que é um dos pilares da tese de investimento.
Bradesco BBI mantém recomendação de compra com preço-alvo de R$ 38,00…
Itaú BBA
O Itaú BBA avaliou a operação como positiva, dado: “o descompasso entre o preço ao NAV [Valor Presente Líquido] gerado pela venda e o preço implícito no preço atual das ações (o negócio é de cerca de 1 vez o NAV, enquanto LOGG3 está sendo negociada a 0,5 vez); a venda implica em um cap rate (taxa de capitalização) de 8%, acima do dividend yield (dividendo em relação ao preço da ação) médio dos REITs (veículo de investimento do mercado imobiliário) de galpões; a transação reforça o compromisso da companhia com sua estratégia de desalavancagem”.
No entanto, analistas do BBA ressaltam que o negócio ainda está sujeito à aprovação do órgão antitruste e ao atendimento de condições precedentes.
Itaú BBA mantém recomendação de compra e preço-alvo de R$ 28,00 o que representa um potencial de valorização de 49,3% frente a cotação de fechamento de terça-feira (16) de R$ 18,76.
XP Investimentos
A XP Investimentos também considera a venda de ativos como um indicativo positivo da recorrência na estratégia de reciclagem de portfólio e espera ver um impacto positivo na alavancagem financeira no curto prazo.
“A negociação implicou uma margem bruta de 31% e estimamos um cap rate de 8,1%, o qual consideramos razoável”, comenta a instituição financeira.
No entanto, a XP reitera recomendação neutra para a ação, pois vê a empresa de logística sendo negociada a um múltiplo Preço/FFO (fluxo de caixa proveniente das operações) de 24,8 vezes para 2023, o que considera exigente.